capítulo2 parte 2

2381 Words
"Isso quer dizer que a minha teoria está errada, se não foi você, quem será?”. Questionou Evie e começou a andar de um lado para o outro, naquele amplo quarto de iluminação abaixo da forte claridade das luminárias normais provenientes do abajur de madeira num dos criados mudos, que propõe um ambiente sombrio. “Já chega de teatro, diga qual é o seu preço, e terminamos por aqui”. David declarou já não conseguia engolir a irritação, não acreditava em nada do que ela dizia, e estava convencido de que ela o mataria. “Eu não quero o seu dinheiro, aspiro a minha liberdade de volta”. Clarificou Evie. Ficaram os dois em silêncio, apenas podia escutar-se o vento que batia forte a janela. Naquele momento com o tom melódico o telemóvel de David, ecoou em todo o quarto, assim sendo, eles assustaram-se. Com a calmaria recuperada, Evie segurou o IPhone11, que vibrava e, ao mesmo tempo harpejava, fitou no ecrã “Hugo”, retirou da sua mala um revólver phyton de calibre 44 magnum e apontou na testa de David. “Você vai atendê-lo. Juro que se fizer alguma palhaçada, mato-o na hora”. Evie Ameaçou, com a voz extremamente tenebrosa e os seus olhos emanam um brilho assassino. Intimidado, David abanou a cabeça em jeito de aceitação. Com um toque no ecrã por meio do seu dedo polegar, ela colocou o celular em louder speak, aproximou a fronte e aos lábios convulso da cor de ameixa de David. “David. Ondeee estáaas?”. Indagou Hugo com a voz pastosa por conta da embriaguez, e podia escutar-se o som abafado de música. “Estou com a morena que você arranjar-me, decidi levá-la para um lugar discreto, não quero que de jeito nenhum Henrine descubra”. Declarou David com o queixo erguido e firmeza na sua voz de forma a parecer convincente. “Eu nãoo lembro-me de ter-te arranjado uma moreeeena, mas tudo bem, o importante é que estás a divertir-te, só não atraseeeeee amanhã para a partida de Pokeeer” Afirmou Hugo ainda com o mesmo ritmo na voz. Evie, bruscamente selecionou terminar a chamada. Abriu em um dos cómodos a madeirado com a pega da cor do ouro, e guardou o celular junto de uma ratoeira para caso David tente alcançar. “Por quanto tempo pretende prender-me aqui?” Indagou David exasperado, com as ideias de fuga esgotadas. “O tempo necessário até que eu tenha todas as respostas”. Respondeu ela, sentiu os seus poros a reclamar de humidade, a seguir completou: “Vou fazer um banho, para me livrar do suor, e pensar com clareza”. Afirmou Evie, largou a arma, olhou de relance para David que estava de cabisbaixa. Entrou na casa de banho, ficou maravilhada com a parede coberta de azulejos na cor de marfim, castiçais presos à taipa com velas aromáticas. A banheira a chamou mais atenção por ser solta, sem estar presa à parede e com os pés torneados na cor de ouro. Roscou a torneira para enchê-la com água, olhou para o grande espelho parcialmente dourado nas bordas. O vidro mostrava o seu reflexo. Um rosto redondo ensopado de suor. Prendeu os seus cabelos castanhos aveludados, e retirou o vestido. Colocou os sais de banho e adentrou na banheira, o seu corpo ficou submerso a água com espumas brancas. Brincou com as espumas, e divertiu-se com as bolhas que nasciam ao agitar a água com os seus dedos finos e compridos, como se fosse uma criança. Já fazia tempo que não tomava um banho sem pressa e relaxado. A angústia surgiu no seu ser com o pensamento, de que esteve errada durante todos esses anos, julgava que David fosse o assassino, mas agora vira que o jogo era outro. Uma mudança de planos era totalmente necessária, parecia que a sua mente estava envolta de nuvens cinzentas, nenhuma das convicções lhe satisfazia. Se calhar fosse melhor ver as gravações daquele dia, pensou ela, essa ideia veio como uma luz no poço. A sua tranquilidade foi tomada ao escutar o som de um estrondo, proveniente do quarto, e tinha a certeza que David estava a aprontar alguma coisa, contudo, estava convencida de que ele não chegaria longe, aquelas algemas e correntes foram soldadas por um especialista confiado de Chloe, que segundo a mesma era eficiente. A prudência era uma das suas qualidades, por isso mesmo esticou a mão e alcançou a toalha de algodão egípcio do macramê com detalhes da cor de ouro, como todos moveis da casa, afinal esse era o coração do estilo vitoriano. Fez um nó bem forte a toalha, voltou ao quarto, avistou David numa posição desconfortável, tinha caído com a cadeira a baixo, estava com as pernas para o ar, sem falar que todo o seu peso recaia para as suas mãos algemadas atrás da cadeira. “Preciso de ajuda”. Implorou ele com a voz ofegante, era de total desespero, embargada e quase infantil, de quem está confuso e arrependido ao mesmo tempo. Evie aproximou-se, agachou, segurou com as duas mãos o assento, esforçou-se para alavancar a cadeira, e assim que conseguiu, erguer-se, porém, a sua toalha caiu no chão revestido de carpet. A vista que David deve após as pernas ficarem assentes a terra, foi de um corpo nu, da cor do chocolate, voluptuoso que irradiava desejo, por muito que ele tentasse negar. Os acusadores olhos da cor de café percorreram a trilha curvilínea até o rosto dela. Pôde notar como Evie sentiu-se desconfortável, e a mesma apanhou a toalha, e cobriu o seu corpo imediatamente. “A próxima vez que fizer uma gracinha, dou-lhe um tiro na perna para ver se não fica quieto”. Advertiu exasperada, é evidente pelo seu tom de voz que o embaraço domina o seu ser. David não se atreveu a dizer nada, estava ainda com a mente comprometida com a visão panorâmica de um corpo muito bem esculpido. Evie voltou a casa de banho, encostou-se a parede, estava ainda desconcertada, respirou fundo, repetiu diversas vezes para si mesma " Não foi nada”. Com o fôlego recuperado, vestiu umas calças de cabedal escuras, e uma blusa preta simples de mangas compridas com o decote em v, e prendeu os seus cabelos castanhos aveludados. Voltou ao quarto, de cabeça erguida a exalar firmeza, a sensualidade era consequência da sua posse de assassina perigosa. Pela posição do queixo e a compressão dos lábios, era óbvio que ainda estava irritada e disse-lhe: “Eu preciso dos vídeos daquela noite”. Com essas palavras fizeram David acordar dos seus devaneios eróticos, para realidade onde uma assassina o tinha raptado. “Estão na empresa num cofre”. Declarou ele, e sentia-se orgulhoso em disse-lo, pois aquela era sua única esperança de fuga e de obter ajuda. “Pensa que acredito nessa? “ Indagou ela com um sorriso de escárnio. “Mas estou a dizer-te a verdade, e sinceramente começo a acreditar que não és a culpada, e também preciso de ver as gravações, nunca tive coragem de fazê-lo”. Afirmou ele, havia nas suas palavras meias verdades, e o fato é que não acreditava nem um pouco nela. “Uau, fico feliz em saber Mr. Blue, que finalmente percebeu que não sou a assassina”. Reagiu ela de forma assertiva, e sabia que ele não estava a falar a verdade. “Conte-me a sua versão da história”. Recomendou ele com o intuito de ganhar a confiança dela. “Claro”. Retorquiu ela. As memórias voltaram em um ápice. Naquela noite após saber que David tinha sido traído, ela sentiu como se também tivesse sido traída, como se ambos estivessem ligados por um cordão. Evie voltou aos seus aposentos localizado na periferia da cidade, e encontrou, Brenda sua vizinha do quarto ao lado a tomar um dos seus iogurtes enquanto via a telenovela turca. “Brenda, tinha mesmo que ser o iogurte de banana? “ Resmungou Evie, a olhar com fúria para a mulher de rosto quadrado, com um cabelo afro volumoso que flamejava como uma fogueira. “É mesmo delicioso. Muda de cara, eu consegui uma maneira de meter-te na festa legalmente”. Disse Brenda, e a novidade foi suficiente para fazê-la esquecer o iogurte, e sorrir. “Como? “ Sentou-se na margem da cama ao lado dela, ansiosa para saber mais. “Dennis é quem vai fornecer os serviços de serventes, decoração e protocolos. Então falei com ele e disse-lhe que uma amiga precisa muito de dinheiro”. Contou ela, Evie abriu um sorriso apologético, embora não fosse com a cara de Dennis, que era um empresário a sobre sair, que mantinha um caso com Brenda. “Aquele adúltero, serviu para algo”. Constatou Evie com os olhos fincados no horizonte. “Mesmo depois de ajudar-te você ainda o chama de adúltero”.resmungou Brenda. “Tens razão, estou a ser ingrata”. Engoliu em seco Evie pois não estava disposta em comprar uma discussão com Brenda sobre valores e princípios. Juntas deliciaram-se do iogurte, a ver a novela. Quando Brenda foi embora, Evie revelou a foto da máquina, que tinha tirado ao Mr. Blue, e colou na sua parede onde estavam umas tantas outras, atrás do seu guarda-roupa que caia aos pedaços. Retirou de uma das suas gavetas, os tecidos e começou a costurar a mão o casaco (paletó), olhou para a foto recente e viu que fazia algo totalmente diferente e acreditava que desta vez vencia na convenção de moda. No dia seguinte, acordou cedo e seguiu para a empresa de Dennis como uma servente, juntou-se aos demais e juntos partiram á kingsley. Quando lá chegaram, ela ficara emocionada, com a arquitetura refinada, que superava a sua imaginação, comparou a mansão com um palácio do século XIX. Concluiu que o bom gosto do seu ídolo não tinha limites. “ mademoiselle leva essas taças”. Ordenou uma mulher de baixa estatura, com o sotaque francês, que despertou-lhe dos seus devaneios encantados. “Sim senhora”. Aceitou ela, carregou a bandeja com as taças, e seguiu pela escada em forma de L. Para a sua surpresa, cruza-se com o seu alvo, sexy, com uma calça de caqui e uma camisa polo branco da DH, que ficava bem no seu corpo atlético. "Algo que esculpisse aquele físico”. Pensou ela convencida apos olhar-lhe minuciosamente. Era esse detalhe que faltava para aprimorar as suas criações. Ao escutar o som da garganta ralar do homem, percebeu que estava petrificada a sua frente a um bom tempo, de tal maneira que, obstruía a passagem. Para justificar disse-lhe: “Perdoe-me senhor, sou sua fã, é que vê-lo tão perto deixou-me sem fôlego”. Declarou Evie com um sorriso fugaz de autossatisfação, então cedeu-lhe a passagem. Evie voltou ao trabalho com um sorriso de canto, que até uma das suas colegas insinuou que ela estava apaixonada, e em resposta disse-lhe que era algo indescritível que não tinha nada a ver com afeto. Parecia que o destino estava a conspirar a seu favor, o viu novamente, desta vez, estava na companhia da sua secretaria, uma mulher loira de cabelos em corte channel, vestida como executiva num fato azul-escuro. Evie percebeu que a mulher a olhava discretamente, e comentou alguma coisa com Mr.Blue, por isso mesmo decidiu voltar ao trabalho. Bem mais logo, quando ia atrás das toalhas de mesa, escutou Annabel numa conversa íntima ao celular, a reconheceu por causa do cabelo loiro brilhante e a pele das costas bronzeada. Evie Decidiu voltar ao trabalho, assim evitava problemas, mas um sentimento de ódio a consumiu, ao lembrar da visão da Annabel com o modelo. Debatia-se interiormente, para entender porquê aquela mulher estava a ser ingrata? Deus tinha colocado no seu caminho um homem de sonho, inteligente, lindo, humilde, e ainda por cima ele amava-a. Quantas mulheres dariam tudo para estar no lugar dela, e ela esfregava-se com um modelo de quinta categoria. Livrou-se daqueles pensamentos, e decidiu se focar mais no trabalho, e admitiu que não estava na alçada dela fazer tal julgamento. Quando os convidados chegaram, o trabalho começou a apertar, tinha que garantir que todos estavam satisfeitos com as suas bebidas e as entradas. Quando vira Mr.Blue a dançar valsa com a Annabel, retirou o seu celular do bolso e captou uma foto. Ele vestia um fato preto, o casaco com lapelas tipo notched (triangular) ou picked (pontuda), apenas uma f***a traseira e ombros com estrutura ajustada. O único detalhe branco era seu laço. No entanto, ela viu David a sair com Annabel de mãos dadas, pelo pouco o que conhecia o lugar, eles iam em direção ao escritório, e dali, não os voltou a ver, continuou a servir os convidados. Uma mulher aparecera perto de si, num vestido cumprido preto, mascarada, com os cabelos escuros arrumados para trás. Estranhamente Evie sentiu um arrepio percorrer a sua medula óssea, e a desconhecida disse-lhe: “Leve estas duas taças de espumante ao escritório do Mr.Blue”. Ordenou ela, e deixou as taças ao seu alcance, e a mulher desapareceu numa velocidade admirável. Evie apenas cumpriu ordens, levou a bandeja com as duas taças de espumante, bateu a porta do escritório, e ninguém respondeu, aplicou novamente o golpe e o silêncio manteve-se, atreveu-se a abri-la, ao adentrar não vira ninguém, colocou a bandeja sob a mesa. Olhou a redor para apreciar a decoração, viu uma mulher estatelada no chão, e quase teve uma crise psicótica, e identificou um bastão no piso a madeirado ensanguentado e por curiosidade pegou nele. Naquele momento, que conseguira identificar o corpo, Mr.Blue entra, e aconteceu o que já é sábio. “ E não tem ideia de quem seria essa mulher que te entregou as taças? “ Indagou David, a tentar ganhar a sua confiança, porém aquela história parecia ser verdadeira. Mas recusava-se a aceitar, julgava que que não passava de um truque de manipulação. “Não, mas as câmaras de segurança dirão, agora vamos dormir”. Determinou ela, a exaustão recaia sobre si. Evie aproximou-se de David, para ver se estava bem acorrentado, ele pensou que ela o fosse soltar para dormir confortável, expectativas goradas…
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