A boneca assassina

421 Words
Com o feriado no final da semana, os veículos diminuem, facilitando-lhe o carro na Avenida Canuto de Melo, em Olinda. As calçadas laterais com um ou outro pedestre. A adolescente de short, esguia, de cabelos estirados, longos, negros, movendo-se adiante, na graça natural da idade. Solitária. Que destino a espera? Como saber? Sorri, julgando-se desatualizado com os dias modernos... Mas, como fugir ao que é assim em seu íntimo? Dirige. E... O rosto moreno à luz do poste a esquina, se volta, num interesse profissional, de uma promessa amorosa? Então, de repente decidido, estaciona o carro e, descendo o vidro a espera. Ela mantendo o sorriso de covinhas nas faces, se avizinha. - Vai pra aonde Boneca? Aí a voz sensual, do pecado de logo mais, lhe responde: - O Bonitão é quem decide... A mão direita abre a porta e a jovem entra no carro, que macio, parte em velocidade. - A Boneca vem sempre por aqui? Com a atenção ao vidro sobre a direção, ela torna a falar: - Não. Só quando me dá na veneta! A risada de ambos, num entendimento da luxúria, e o carro avança, ao controle das mãos grandes, que tremem, pela emoção que domina o homem à direção. O carro estacionado, próximo a Mata do Caboclo, em Jaboatão. O corpo de bruços, cabeça sobre a direção. Os olhos parados, como testemunhas da última perplexidade. Os dois furinhos paralelo ao lado esquerdo do pescoço... - Tenente, essas marcas aqui no pescoço. Parece que o Cara foi atacado por um animal! O superior se aproxima e, com a atenção às marcas, já arroxeadas do morto, então, fala: - É, como se a vítima tivesse sido atacada por um animal. A pausa e, a voz do tenente prático, decidido: - Após o laudo, a gente chega a uma conclusão. - Espero, Chefe. Espero. O homem que dirige o carro, na madrugada de pouco movimento, devido ao feriado, avista a figura morena, de short, esguia, de cabelos estirados longos, negros caminhando na calçada à esquerda. E, fascinado ante a cena que lhe desperta o desejo... Aproximando-se, estaciona o veículo. Esperando-a. - Vai para a cidade? - Vou. O Bonitão pode me levar? - Mas é claro! Então, inocente do que o aguarda, abre a porta do carro. Mantendo o sorriso de covinhas nas faces morenas, ela adentra no carro, que parte em velocidade. Sim, e tudo se repete, com mais um corpo encontrado, tendo os furinhos paralelos ao lado esquerdos do pescoço, como sinal da morte, que prossegue.
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