Berrete Narrando
Peguei o papel e olhei o número rabiscado ali.
Meu sangue já tava quente desde que botei os olhos na Sabrina, e agora essa p***a?
Passei a língua nos dentes, olhei pra mesa de onde a menina veio e, claro, vi logo quem era..
A tal enfermeira que tava sempre rodeando a Sabrina. Você acha que eu, formadão de favela vou cair na mancada dessa? Vou sim.
A mesma que não parava de rir alto e jogar charme.
A mesma que tava se passando, achando que eu era qualquer um.
Levantei o olhar e, do outro lado da pensão, lá tava ela, jogando um tchauzinho como se fosse uma adolescente no ensino médio.
Só que meu olhar não ficou nela.
Foi direto pra Sabrina.
A cara dela tava fechada. Os olhos apertados, a mão segurando o garfo com tanta força que parecia que ia entortar o talher.
