Clara Narrando
O silêncio dentro do carro era cortante.
Eu podia sentir a raiva dele queimando.
Cobra dirigia com a cara fechada, os músculos da mandíbula trincados, respirando pesado.
Eu não falei nada.
Porque eu sabia que ele tava no limite.
Porque eu também tava.
A cena toda ainda tava fresca na minha cabeça.
O jeito que ele falou com a Sabrina.
O jeito que ele tentou impor a p***a da vontade dele, como se fosse Deus.
E eu não gostava daquilo.
Não gostava nem um pouco.
Quando ele estacionou o carro na frente de casa, eu desci sem falar nada.
Passei pela sala, olhei rápido pra dona Marta, que tava cochilando no sofá.
Pelo menos ela tava tranquila.
Subi as escadas direto pro quarto.
Ouvindo os passos dele pesados logo atrás.
Entrei no quarto, fui direto pro armário onde f
