Dona Marta Narrando Acordei no meio da madrugada sentindo um aperto estranho no estômago. Uma dor lenta, pesada, que parecia se espalhar pelo meu corpo devagarinho, como se quisesse me avisar que a noite não ia ser tranquila. Respirei fundo, apertando a barriga com as mãos, tentando encontrar uma posição melhor na cama. Mas não adiantava. O desconforto crescia, irradiava pelo abdômen, e uma náusea veio forte, subindo do nada, me deixando zonza. Olhei pro relógio no criado-mudo. Três e pouco da manhã. A casa tava num silêncio absoluto, só o barulho do vento lá fora e o tic-tac insistente do relógio preenchendo o quarto. Eu sabia que isso podia acontecer. O tratamento às vezes pegava pesado comigo. Já tinham me avisado dos efeitos colaterais: enjoos, fraqueza, tontura, dores no corpo. Ma

