Clara Narrando
A madrugada no hospital é sempre aquele climão estranho. O silêncio reina, mas a tensão nunca dorme. O relógio marcava três da matina, e eu já tava no meu segundo café do plantão, tentando me manter acordada. O CTI tá tranquilo, os pacientes dormindo, o barulho das máquinas monitorando tudo no ritmo certo.
— Bora comer alguma coisa, Clara? — a Sabrina perguntou, aparecendo na porta com aquele sorriso maroto.
— Bora, p***a! Tô precisando de um docinho, TPM me pegou de jeito hoje.
Descemos pro refeitório rindo, as luzes frias iluminando o corredor vazio. Chegando lá, o cheirinho de comida velha e café requentado já tava no ar, mas f**a-se, a fome fala mais alto.
Peguei um brigadeiro que tá ali, dando mole na bandeja, e já mandei pra boca com gosto.
— c*****o, Sabrina, i
