Sabrina Narrando
O caminho de volta pra casa parecia muito mais longo do que o normal.
O ônibus sacudia nas ruas esburacadas, e eu olhava pela janela sem realmente enxergar nada.
Minha cabeça tava a mil.
Vergonha. Frustração. Raiva de mim mesma.
Eu não podia ter esquecido aqueles boletos.
Como que eu fui deixar isso passar?
Agora, tava aí o resultado: sem prova, sem formatura, sem nada.
Soltei um suspiro pesado e puxei o celular da bolsa, mandando uma mensagem pro Berrete.
— Já viu com quem que eu tenho que falar?
A resposta veio quase que instantânea.
— Calma aí que eu vou esperar o Cobra aparecer por aqui e ver direitinho com ele o que a gente faz pra botar você lá no posto.
Respirei fundo, apertando o celular nas mãos.
— Tá bom.
Guardei o telefone no bolso e voltei a encar
