20

1472 Words

Clara Narrando O morro da Dona Marta me surpreendeu. Eu nunca tinha vindo pra cá antes, e, pra ser sincera, eu tava achando tudo um máximo. A energia, as ruas movimentadas, as vielas cheias de vida, as crianças brincando, os becos que pareciam esconder mil histórias. Era favela na essência, e eu gostava disso. Enquanto eu e a Sabrina subíamos pro pagode, eu percebia os olhares. Ah, isso eu já tava acostumada. Onde eu passava, chamava atenção. Sempre foi assim. Se era porque eu sou gorda? Pode ser. Mas eu sei que sou gostosa pra c*****o também. Então, se tão olhando, que olhem direito. Empinei o nariz, joguei aquele meu cabelão enorme de mega com as luzes loiras, e segui andando com a postura de quem sabe que é um evento. Porque eu sou. O conjunto azul bebê colado no corpo, a saia mar

Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD