Dona Marta Narrando Eu tava quieta na cozinha, mexendo no café, quando o barulho começou lá em cima. Primeiro foi a porta batendo com força. Depois foi a Clara gritando. E eu já senti meu sangue subir. Respirei fundo, apertei a xícara na mão e olhei pra Lília, que só levantou a sobrancelha. — Já começou… — murmurei. — Ih, deixa, Dona Marta, briga de namorado. Daqui a pouco tão se pegando de novo. — Não é questão disso! — rebati, botando a xícara na mesa com força. Os gritos ficaram mais altos. Agora era o Caio berrando. Eu já tava de pé. — Tá vendo? É por isso que eu não gosto dessas confusões aqui dentro! Lília bufou, me segurando pelo braço. — Marta, pelo amor de Deus, a Clara é a única mulher que eu vi bater de frente com esse teu filho e ele não botar a mão nela. Tu acha

