Dona Marta Narrando A casa tava estranha. Não que tivesse algo de errado, mas… tava diferente. Silenciosa demais. Eu sempre me acostumei com a Clara pra lá e pra cá, falando alto, rindo, mexendo nas coisas, me dando bronca pra eu comer direito ou tomar os remédios na hora. Agora, com essa enfermeira nova, parecia que o tempo passava mais devagar. Não que a menina fosse r**m, tadinha. Mas ela não era a Clara. Suspirei, ajeitando o travesseiro atrás das costas e olhando pro lado, onde ela tava mexendo no telefone, sentada na poltrona do quarto. — Tá tudo bem, Dona Marta? — ela perguntou, percebendo que eu tava encarando. Sorri de leve, sem querer parecer chata. — Tá sim, minha filha. Mas a verdade era que eu tava meio incomodada. Não sei se era porque eu já tava acostumada com a Cl

