Clara Narrando
Meu rosto ardia.
O cheiro forte da vodka ainda grudado na minha pele. Meus olhos lacrimejavam, queimando por dentro, e meu peito subia e descia rápido, a respiração descompassada.
Eu tava cega de ódio.
Ouvi a voz dela. A voz nojenta daquela desgraçada, cuspindo veneno, falando de mim, me xingando, me diminuindo, e isso foi a última gota.
Eu não pensei.
Eu só fui.
As pernas se moveram sozinhas, e quando vi, eu já tava correndo na direção dela.
Sabrina veio atrás, mas eu tava na frente.
E antes que qualquer um pudesse me segurar, eu agarrei aquela p*****a pelos cabelos.
— VAGABUNDA! — gritei, e foi só na cara.
Uma.
Duas.
Três.
Eu perdi a conta.
Minha mão ardia de tanto bater, mas eu não conseguia parar.
Cada tapa era um pedaço da minha raiva explodindo.
Cada p
