Débora Narrando Eu tava sentada no sofá da Jéssica, perna cruzada, copo de cerveja na mão, e uma vontade enorme de cuspir todo o veneno que tava preso na minha garganta. — Acredita, amiga? Acredita que eu fui lá, fui me humilhar, fui tentar ser boazinha, e aquele desgraçado me bateu de novo? — falei, girando o copo na mão, sentindo o ódio borbulhando. Jéssica revirou os olhos, encostada na poltrona. — Amiga, mas tu também, né? Pelo amor de Deus. Caio te jogou fora igual lixo, te botou pra correr do morro dele, e tu vai lá atrás por quê? Apertei a mandíbula. — Porque eu sei que ele me quer. Ele pode ter me botado pra correr, pode ter me xingado, pode ter feito o inferno, mas eu sei que eu ainda mexo com ele. Sempre mexi. Jéssica riu debochada. Jéssica deu uma tragada no cigarro, sol

