Território dos Lobos

991 Words
Jungkook Alguns dizem que querer não é poder. Mas não para mim. Eu sou Jeon Jungkook. Alfa lúpus puro. Temido. Desejado. Respeitado. E, para os tolos, um alvo. Minha presença abala estruturas. Meu nome carrega peso. Mas o que me torna verdadeiramente perigoso não é o que conquistei… é por quem estou disposto a lutar. Meu bando — minha família. Não somos apenas um grupo que compartilha laços de lealdade. Somos um só. Irmãos, amantes, aliados. Não há dinheiro que compre o que construí com eles. E foi por isso que quando Namjoon entrou às pressas no meu escritório, já soube que algo havia acontecido. — Aconteceu uma coisa — disse ele, ofegante, sério. Meus olhos o fitaram, sem emoção aparente, mas com o alerta interno disparando. — E o que seria? — perguntei, com meu tom habitual. Frio. Imponente. — Machucaram Jimin — respondeu. E por um segundo, o ar pareceu parar. O nome de Jimin me despertou algo que tento sempre manter sob controle. Raiva. Instinto. Fúria. — Quem foi o desgraçado? — questionei, em um tom calmo demais. Aquela calma que antecede o caos. — Kai. E o bando dele. Segundo Jimin, ele prometeu atacar quem for importante para você... um por um. Depois, tomar o seu lugar. Sorri de canto. Que piada. Kai é um alfa ambicioso. Um lixo de homem que já foi meu aliado. Dono de prostíbulos, tentava se infiltrar com promessas de negócios e armas. Quando percebi seu jogo sujo, cortei os laços. Desde então, ele sangra aos poucos. — Que tal nos divertirmos um pouco? — propus. Namjoon sorriu. Ele me conhece. Sabe o que vem a seguir. — Convoque uma reunião com a família. --- Ao ver Jimin, ferido, minha paciência se esvaiu. As marcas em seu corpo… os olhos marejados. O cheiro de dor. Foi o suficiente. — Vamos caçar todos que encostaram nele — declarei. Jimin pertence a Yoongi e Hoseok. Um trio inseparável. E se machucam um, todos sangramos juntos. — Quem se voluntaria para enfrentar Kai? — perguntou Namjoon. As mãos se ergueram sem hesitação: Hoseok, Yoongi, Lisa, Seokjin, Mark, Rosé, Jackson. — Jungkook, acha mesmo que devemos levar os ômegas? — Lisa questionou. — Toda ajuda é bem-vinda. E eles não são frágeis — respondi. — Estaremos lá para protegê-los — disse Jackson, beijando Mark. Um lembrete de por que lutamos. Pegamos informações. Descobrimos onde Kai estaria: numa floresta afastada. Densa. Perigosa. Um local onde ninguém ousava entrar... pelo menos não de forma consciente. --- Lá estavam eles. Kai e seu bando, nos esperando entre as árvores. — Finalmente — disse ele, sorrindo para mim. — Chegou a minha vez de brilhar. Que audácia. O confronto foi imediato. Alfas rosnando. Ômegas atirando. Corpos no chão. Gritos. Segurei Kai pelo pescoço e o levantei. Seus olhos se arregalaram. — Fique longe da minha família — disse com a voz de comando. Fria. Implacável. Ele estremeceu. Sentiu o peso das minhas palavras. E então, uivos. Dezenas. Grossos, selvagens, reverberando por toda a floresta. Soltei Kai no reflexo. Ele recuou. E foi quando percebi: estávamos em território alheio. Uivos de lobos reais. Não híbridos. Lobos puros. Dizem que uma alcatéia antiga vive no fundo dessa floresta. Uma que ninguém ousa desafiar. Aqueles que entram, não voltam. Os lobos surgiram como sombras entre as árvores. Olhos brilhando, pelagens densas. Um deles uivou alto, forte. Predatório. O som ecoou com tanta força que os pássaros fugiram, em pânico. — Fiquem perto de mim — ordenei, instintivamente formando um círculo em torno dos nossos. Kai fez o mesmo. E então ele apareceu. No topo de uma pedra, contra a luz da lua, uma silhueta colossal. Um lobo. Mas não um lobo qualquer. Era majestoso. n***o como breu. Seus olhos... um azul cristalino tão hipnótico que me prendeu no lugar. Sobre quatro patas, ele já era maior que qualquer b***a que já vi. Imaginei o que seria em pé. Um monstro. Um rei. Ele desceu lentamente. Com soberania. Os outros lobos se afastaram para abrir caminho. Meus instintos — que não se curvam diante de nada — recuaram. Aquele ser carregava uma aura mais poderosa que qualquer alfa lúpus que conheci. Inclusive eu. Kai começou a rosnar, chamando atenção do lobo. Recuamos mais. Mesmo eu não conseguia conter o frio que subia pela espinha. Nossos olhos se encontraram. Aquele azul... maldição, era hipnotizante. E então... um e******o do bando de Kai atacou. Feriu um dos lobos. O lobo uivou de dor. E o mundo pareceu congelar. O alfa n***o voltou-se para o ferido. Sua aura mudou. Ficou selvagem. Mortal. A raiva que ele exalava era quase visível. Em segundos, ele dilacerou o agressor. A cabeça voou. Sangue manchou a terra. Sozinho, ele exterminou o resto do bando de Kai. Um m******e. E eu? Eu só podia assistir. Kai fugiu. Outros tentaram. Poucos conseguiram. O lobo voltou-se para os seus e falou: — Prandium est servitum. Ele falou. Um lobo falou. Em latim. — Isso não é possível… — sussurrou Seokjin, em choque. Os lobos avançaram sobre os corpos. E o lobo n***o se virou…em nossa direção. Rosnei, mesmo sabendo que era inútil. Ele parou. Sentou-se. Imponente. — Peculiaritas nihil patiatur detrimenti innocentes — disse, com uma voz rouca, ancestral. — O que... o que ele disse? — murmurou Rosé. — Eu não entendo — confessei, tenso. — Não prejudicamos inocentes — respondeu. Em nossa língua. Meu coração falhou uma batida. — E aquilo? — perguntou Rosé, apontando para os corpos. — Mexa com minha família, e será morto. Simples assim. Saiam do meu território. Namjoon me puxou, e por um instante, me deixei levar. Eu não conseguia desviar o olhar daquele ser. Ele era... um mistério. Antes de partir, criei coragem. — Qual o seu nome? O lobo virou-se, e com uma calma assustadora, respondeu: — Kim Taehyung. E desapareceu na escuridão da floresta, seguido por sua alcatéia.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD