A cor do sentimento

1014 Words
"Não há nada como a respiração profunda depois de dar uma gargalhada. Nada no mundo se compara à barriga dolorida pelas razões certas." — As Vantagens de Ser Invisível E se eu dissesse que a vida sempre tem seu lado bom… vocês acreditariam? Provavelmente não. A verdade é que há dias bons, dias ruins… e dias que são apenas dias. Talvez a vida seja sobre aprender, errar e, principalmente, se amar. Amor... o que é o amor? Talvez seja a peça que nos completa, que nos arranca do vazio e atravessa as barreiras que construímos ao redor de nós mesmos. Taehyung se sente assim: vivo. Pela primeira vez em muito tempo. Aceitando, aos poucos, seu verdadeiro eu — ainda que com ressalvas. O problema é que, mesmo agora, ele continua preso à ideia do fim, sem conseguir apenas... viver. Sempre se perguntando: “E se...?” Mas no fim, somos nós quem escrevemos nossa história. A vida pode nos derrubar, pode parecer que tudo está desmoronando — somos fantoches nas mãos de um destino c***l. E ainda assim, criamos nossos próprios momentos. Como diria Maquiavel: “Os fins justificam os meios.” As escolhas moldam o fim. Então aqui vai um conselho: seja você mesmo. Se você não se ama, como espera que alguém o ame? Libertar-se da necessidade de agradar a todos é libertar-se de um ciclo de máscaras, de encenações... e uma hora, todas elas caem. E aí, quem sobra? --- — Tae, você pode contar mais sobre você? — perguntou Jimin. Taehyung assentiu, curioso. — Temos um livro sobre você. Vamos comparar os fatos. Ele ficou surpreso. Um livro sobre ele? Será que ali havia respostas que ele mesmo desconhecia? — Meu rei, é melhor você se transformar antes. — disse Jungkook, conduzindo-o até seu quarto. O cômodo de Jeon era decorado em tons de preto e cinza. Simples e misterioso, assim como ele. Taehyung iniciou sua transformação. A pelagem n***a deu lugar à pele bronzeada, e os olhos — antes um azul cristalino — tornaram-se celestes. Ainda hipnotizantes. — Vou pegar roupas pra você. — disse Jungkook, sem conseguir desviar o olhar. Ele entregou uma calça de moletom, uma cueca nova e uma camiseta. Mas Taehyung dispensou a última. — Taehyung, eu não quero aqueles abutres te devorando com os olhos. — Seus amigos são... abutres? — perguntou confuso, com a testa franzida. Jungkook achou adorável. — É uma forma de dizer que você é gostoso pra c*****o. E eles vão te olhar como se você fosse um banquete. Jeon se aproximou, dando um selinho suave, e o puxou para um abraço. — Nunca mais me deixa. — Jungoo... eu só vou embora se você me mandar. Enquanto isso não acontecer, estarei ao seu lado. Taehyung era doce. Ele sempre foi, mas demorou a se permitir ser. — Sua cor favorita é preto? — perguntou o lobo. — Era. Agora é azul. Sempre gostei desde pequeno… mas hoje tem outro significado. Ele olhou nos olhos de Taehyung e completou: — É a cor dos seus olhos. Meu motivo. Taehyung sorriu, um sorriso pequeno, mas real. — A minha é roxo. — Por quê? — Roxo é a última cor do arco-íris. Representa permanência, confiança até o fim… amar até o último momento. Jungkook abriu um sorriso bobo, enfeitiçado. — Jungoo… eu roxo você.— disse Taehyung, antes de sair do quarto. Jungkook ficou parado, em choque, com a boca aberta em um perfeito “O”. — Taehyung! Volta aqui! — correu atrás do alfa, rindo. --- Na sala, apenas oito integrantes do bando estavam presentes. O restante havia saído — sabe-se lá para onde. — Tae, o livro diz que você tem uma marca n***a. É verdade? — perguntou Jimin. Assim que viram o Taehyung transformado, agora em sua forma humana, todos pareceram hipnotizados. Youngjae soltou um palavrão. — p**a que pariu. Você é lindo demais. Esses olhos… — Tira os olhos do que é meu. — rosnou Jungkook, ciumento. — Ele não é seu. — retrucou Youngjae. — Ele me roxa. E você? Ele roxa você? Não. — respondeu Jeon, triunfante. Taehyung caiu na gargalhada. Riu tanto que sua barriga doeu — fazia tempo que não sentia isso. Era bom. Era leve. Todos sorriram com ele. — Respondendo à pergunta: sim, tenho uma marca. — virou-se de costas, mostrando-a. — Essa é a minha stigma — Uou. Incrível. O livro também diz que você odeia prata. — comentou Yoongi. — Sim. Descobri que era um licantropo quando tinha uns cinco, seis anos. Estava lendo um livro sobre lobisomens e me reconheci no protagonista. Resolvi testar com uma faca de prata da minha mãe… queimou na hora. Doeu pra caramba. — E sua família? — perguntou Seokjin, curioso. — Na internet dizem que você os matou… — comentou Hoseok. — Claro que não. Eles eram tudo pra mim. Quem os matou foi aquele desgraçado do Alta Cupula. — O nosso futuro rei? — questionou Jungkook, surpreso. — Sim. Um homem que se acha um deus. Ele espalhou essa mentira pra virar todos contra mim. Mas eu sei quem ele é… e vou acabar com ele. — Eu acredito em você. — disse Jungkook, abraçando-o, tentando confortá-lo. A tensão pesava no ar, até que uma voz feminina surgiu, irritando instantaneamente metade dos presentes. — Kook, meu amor… por que não me chamou pra passar o cio? Hyun-Ah. Longos cabelos castanhos, bonita, sedutora… e oferecida. — Hyun-Ah. — murmurou Jungkook com desgosto. Ela o abraçou, mas ele não retribuiu. — Senti sua falta, amorzinho… — seus olhos pousaram em Taehyung. — E esse deus grego? — Ah, esse? É Kim Taehyung. O alfa do Jungkook. — respondeu Jimin, com um sorriso venenoso. Ele odiava Hyun-Ah. — Alfa? Ah, por favor… eu sou a única que satisfaz ele. A aura de Taehyung escureceu. Ele não gostava nem um pouco daquela presença. — Tae, se acalma. — sussurrou Yoongi. — Bom… se eu satisfaço ele ou não, vamos descobrir essa noite. — disse Taehyung, com um sorriso malicioso e olhar cortante.
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