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Blurb

Helena e sua mãe se mudaram para uma nova cidade para recomeçar suas vidas após a morte de seu pai. Nessa nova cidade, Helena se apaixona por um misterioso garoto no qual é um vampiro e se envolve em um temerário romance e passará por vários conflitos.

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MUDANÇA
Naquela manhã o céu estava azul e sem nuvens, como sempre é na Califórnia, os pássaros estavam sobrevoando naquela imensidão do céu. Minha mãe estava colocando as bagagens no carro e me apressando para não nos atrasarmos para o vôo. Estava vestindo a jaqueta do meu pai como forma de despedida e com meu livro favorito na mão. Ao oeste da Rússia, existe uma pequena cidade chamada Tutayev, que constantemente está frio e transcende uma sombra depressiva, rodeada por rios e catedrais. Eu odiava o frio e amava passar todos os meus finais de semana com os pés na areia das praias de Califórnia, amava o sol e todo aquele calor exorbitante em meu corpo, amava ver o pôr do sol enquanto ouvia o som das ondas. Amava a cidade grande, rodeada de pessoas diferentes e com inúmeros estilos. Deixamos a casa e meu coração estava apertado sabendo que seria a última vez que estaria ali, haviam tantas lembranças de meu pai. Minha mãe estava preocupada com toda a mudança e com a hora do vôo e partimos em direção ao aeroporto, ela olhava pela janela do carro com um olhar emocionado, mas não queria transparecer, minha mãe parece-se comigo, exceto pela aparência, porém somos bem parecidas no quesito personalidade e eu sabia que ela estava emocionada apesar de seu rosto risonho. Assim que chegamos no aeroporto, pedimos um café e eu perguntei pela milésima vez a minha mãe se ela tinha certeza do que estávamos prestes a fazer, pois essa ação não teria volta, senti um espasmo ao encarar os seus olhos, ela acenou com a cabeça confirmando e disse: - Eu quero ir, meu amor. Será um recomeço para nós duas, você vai ver. - Mas não era você que amava a Califórnia? - Eu amo, mas será melhor recomerçamos em outro lugar, aquela casa me lembra seu pai, uma dia você irá entender. Não se preocupe comigo. Ela me abraçou apertado e em seguida entramos no avião. O vôo era extremamente longo, 19 horas para ser mais exata, e logo em seguida 2 horas de carro para chegar em Tutayev, mas o vôo não era o que mais me incomodava, já estar em um lugar completamente novo, com novas pessoas e um idioma totalmente diferente estava me preocupando. Naquele momento eu havia me despedido do sol, pois sabia que não o veria tão escaldante assim novamente tão cedo. Após um longo vôo, finalmente chegamos e com todo aquele frio álgido, eu tive certeza que nunca mais veria o sol novamente. Chamamos um táxi e minha mãe estava se esforçando para falar em russo com o taxista, com muito esforço conseguimos chegar ao nosso destino: nosso novo lar. Ao chegarmos, logo acendemos a lareira e estava -8° C, nós só tínhamos trago algumas malas. A maior parte das roupas que usávamos na California eram muito finas para usar em Tutayev. Nós compramos algumas roupas quentes antes de sair da Califórnia mas ainda tinha pouca coisa, elas couberam facilmente no porta-malas do taxi. Logo, deixamos a casa em uma completa bagunça e saimos pela cidade procurando por algumas lojas de roupas para nos proteger daquele frio intenso. Ao andar pela cidade eu pude ver o quão minúscula ela é, mas que apesar do tempo frio e inúmeras nuvens cobrindo o sol, ela podia ser encantadora, principalmente pelos rios. Chegamos em casa e fomos desfazer as malas, uma coisa boa da minha mãe é que ela não fica me rodeando, ela me deixou sozinha para me ajeitar e pensar sobre como seria minha nova vida aqui. Era bom poder estar sozinha e não ter que fingir o tempo todo que estou cem porcento feliz de estar aqui, apesar de que na Califórnia haviam muitas lembranças do meu pai, foi um alívio poder olhar pela janela e respirar e acabar deixando escapar algumas lágrimas de saudade. Não queria começar a chorar pois sabia que não conseguiria parar, preferi deixar para hora de dormir pois sabia que o pior estava por vir: o primeiro dia de aula, em um lugar novo, idioma completamente diferente, totalmente aterrorizante. Assim como a cidade era pequena, a escola também era. Todos aqui se conheciam, a grande maioria havia crescido junto e eu seria a garota nova, ou seja, chamaria toda a atenção do mundo, seria uma curiosidade, principalmente por já estarmos no meio do semestre. Apesar da Califórnia ter um sol escaldante eu não era bronzeada, pelo contrário na verdade, eu era branca, dos olhos azuis e cabelo preto. Não era lider de torcida nem atleta, não tinha nem o cabelo loiro para compensar. Não tinha habilidade o suficiente para praticar esportes sem me humilhar ou me machucar. Provavelmente eu não me encaixaria com ninguém dessa escola. Após colocar todas as minhas coisas no armário, fui ao banheiro para tomar meu banho, estava cansada da viagem e precisava relaxar, sentei na banheira e olhei para o meu corpo e eu parecia pálida demais, como alguém ia pensar que eu era da Califórnia estando dessa cor? Talvez fosse a claridade do banheiro. Depois de aproximadamente quarenta e cinco minutos terminei meu banho, me olhei no espelho enquanto penteava meus curtos cabelos e percebi que não era a claridade, eu realmente estava pálida e fui obrigada a admitir isso. Percebi que não só aparentemente eu nunca me encaixaria, porque se eu nunca me encaixei num lugar com três milhões de pessoas, quem dirá num lugar minúsculo desses, quais seriam minhas chances aqui? Eu não me relacionava bem com pessoas, principalmente com meus pais e pessoas da minha idade, até minha mãe que era totalmente próxima a mim não estava cem porcento em harmonia comigo grande parte do tempo, admito, eu sou uma pessoa terrível de lidar. Minha mãe e eu passamos o resto do dia arrumando a casa, ela me parecia mais contente e empolgada, fiquei feliz por ela. Passamos o fim do dia assistindo um filme qualquer na TV, eu estava tentando me acostumar com o novo idioma. Não consegui dormir muito bem naquela noite, o barulho da ventania me incomodava, olhei o relógio e já havia passado da meia-noite, só consegui adormecer quando finalmente a ventania passou e começou a chover, e já se passava das três da manhã. O café da manhã com minha mãe foi legal, ela pôde chegar mais tarde no seu novo trabalho e me esperou para me dar bom dia e tomarmos café juntas. Comemos e ela me abraçou, desejando boa-sorte no primeiro dia de aula. Eu agradeci, apesar de saber que seria o evento mais catastrófico do ano. Minha mãe logo saiu para o novo trabalho, não queria se atrasar. Eu fiquei andando pela casa até chegar o horário de ir para a escola, me acabando com meus pensamentos. Não queria chegar cedo para não chamar mais atenção do que deveria. Vesti o casaco que havia comprado no dia anterior e fui andando para escola, era relativamente perto. Estava choviscando mas não o suficiente para eu me molhar até chegar na escola. Foi fácil achar a escola, apesar de ser a primeira vez que estava indo lá, ficava a três quarteirões de casa. Ela era totalmente diferente da minha escola de Los Angeles, a quantidade de árvores era exagerada e não havia muita coisa ao redor, apenas muito verde e algumas casas. Ao entrar, respirei fundo, lá dentro estava bem mais quente do que eu imaginava, estava bem agradável. A secretaria era pequena e com diversas fotos de alunos que frequentaram a escola anteriormente. Havia duas mesas e apenas uma delas estava ocupada por uma mulher loira, usando óculos, ela usava uma blusa bege, eu logo me senti com roupas demais ao olhar para ela. Ela logo olhou para mim. - Posso ajudá-la, querida? - Sou Helena Armstrong - Informei-lhe e logo vi surpresa em seus olhos, eu era a tão esperada Helena, que se mudou de muito longe. - Claro, você é nova aqui - Logo revirou uma pilha de papéis e me deu um mapa da escola, horário e turma. Ela me desejou boa sorte assim como minha mãe, eu sorri da forma mais convincente possível. Desejou também que eu gostasse de Tutayev, apesar de ser tão diferente de Los Angeles. Respirei fundo novamente no caminho para a sala de aula, estava usando um casaco preto, não era nada demais e não se destacava no meio da multidão, mas os olhares foram inevitáveis. No caminho, um garoto veio falar comigo, ele aparentava ser muito gentil, seu nome era Nikolai, ele era atleta. Ele se ofereceu para ir para a sala de aula comigo enquanto me apresentava a escola, éramos da mesma turma. Estava dificil falar em russo, mas eu me acostumaria, assim como eu teria que me acostumar com tudo aqui. A sala de aula assim como a cidade também era pequena, haviam duas garotas de cabelos escuros e pele pálida assim como eu, pelo menos minha pele não se destacaria tanto assim aqui. Assim que a aula começou, o professor logo percebeu minha presença e pediu para eu me apresentar na frente para toda a turma, fiquei totalmente envergonhada, me apresentei de forma rápida e logo sentei ao fundo da turma, para evitar olhares dos meus colegas de sala, mas foi inevitável, principalmente com minha pronúncia h******l. Fiquei lendo a lista de exercícios a aula inteira para não focar nos olhares fixos dos meus colegas. Quando o sinal bateu para o intervalo, uma garota veio falar comigo. Ela tinha cabelos grandes e castanhos, assim como seus olhos. - Você é Helena Armstrong, não é? - ela parecia ser simpática também, assim como Nikolai. - Sou sim, só Helena, por favor! - Qual será a sua próxima aula? - ela perguntou Não sabia de cabeça, precisei olhar no horário que havia recebido da mulher loira da secretaria. - Química, com o professor Dimitri. Estou indo para sala oito, que é próximo a sala do professor Dimitri, posso te mostrar o caminho caso queira. Definitivamente muito prestativa, eu sorri discretamente - Quero sim, obrigada. - Então, aqui é muito diferente de Los Angeles, hein? - ela perguntou. - Sim, muito. - Lá é bem quente, não é? - Sim, raramente chove e sempre está sol. - Você não me parece muito bronzeada - Eu não era de tomar sol, quando ia a praia sempre passava uma quantidade exagerada de protetor ou só ia a tarde para ver o pôr do sol. Andamos até próximo a minha sala e Anna me mostrou onde era minha aula, logo foi para sua sala também e disse, logo nos vemos por ai, ou em outras aulas também - ela me soava animada. O resto da manhã foi a mesma coisa, fiquei me apresentando em toda aula com cada professor diferente e sempre era uma vergonha diferente, eu tropecei no caminho, gaguejei, fiquei vermelha, errei diversas palavras. O único que não me fez eu me apresentar para a turma foi meu professor de literatura. Após algumas aulas, comecei a me adaptar melhor e sempre vinham algumas pessoas se apresentarem e fazerem as mesmas perguntas: se estou gostando de Tutayev, como era na Califórnia. Tentei ser simpática. Ao final da aula, me reecontrei com Anna novamente, ela me pediu para sentar na mesa com alguns amigos e me apresentou para o seus colegas, logo esqueci os seus nomes assim que me deparei com um garoto alto, aproxidamente 1,80 de altura, cabelos escuros e pele pálida, ele se sentou ao fundo com um outro pessoal, eles eram diferentes dos outros da escola, fiquei curiosa, nenhum deles me olhava com um olhar exagerado como os outros, isso foi o que mais me chamou atenção. Cada um deles tinha uma característica única, um tinha os cabelos encaracolados, o outro era meio musculoso, e haviam duas garotas também, uma delas havia olhos extremamente escuros assim como seus cabelos, a outra tinha olhos castanhos e cabelos alaranjados, mas o que todos eles tinham em comum era a tonalidade de pele, todos eram pálidos. O que é bem comum por aqui, pois raramente há sol, mas eram mais pálidos que eu.. O que mais me chamava atenção neles não era o fato de não me olharem, e sim como todos ali eram extremamente bonitos e iguais ao mesmo tempo. Era difícil decidir quem era o mais belo de todos sentados ali, acho que o garoto alto de cabelos escuros, Não fiquei encarando por muito tempo, pois sabia que não teria nenhum tipo de chance, mas era praticamente inevitável. Anna logo percebeu e me disse seus nomes, ninguém ali sabia muito sobre eles, apesar da cidade pequena, eles também tinham se mudado recentemente. Eu respirei aliviada de não ser totalmente novata naquele lugar. Perguntei a Anna o que ela sabia sobre o garoto alto de cabelos escuros, seu nome era Stefan, segundo Anna, ele nunca havia se interessado por nenhuma garota da escola, ninguém sabia muito sobre ele e sua vida, era bem misterioso. - Helena, não perca tempo, ele não namora mas também nunca se interessou por nenhuma de nós, por que se interessaria por você?- Fiquei alguns minutos me perguntando se ele havia rejeitado ela em algum momento. Estive aproximadamente trinta minutos com Anna e seus amigos, não me lembrava de nenhum de seus nomes mas foram bem gentis comigo, logo em seguida, Nikolai apareceu e se ofereceu de me levar em casa, típico de garoto gentil, eu aceitei para não ser antipática, fomos andando até lá e conversando no caminho, ele me perguntou sobre como era na Califórnia, os meus hobbies e passatempos. Percebi certo interesse da parte dele, mas não queria supor algo, eu havia acabado de o conhecer, não poderia fazer suposições sem sentido. Após chegar em casa, logo fui tomar um banho para relaxar do dia estressante de aula, pelo menos foi melhor do que eu havia imaginado. Minha mãe ainda não havia chegado e eu estava entediada, sai pela cidade e fui em uma biblioteca para me distrair, peguei alguns livros de românce, meus favoritos. Peguei meus livros e fui ler na famosa praia de Tutayev, que na verdade não era uma praia, mas era bem bonita, haviam vários patos na água. O dia estava mais agradável do que o dia anterior. Fiquei quase o dia inteiro fora com a cabeça nos livros e nem percebi o tempo passar, minha mãe já havia chegado em casa quando voltei. - Ei querida, onde você estava? - Eu estava andando pela cidade e fui na biblioteca ver alguns livros. - E como foi seu primeiro dia? - Tudo normal, nada de novo. E como foi no seu novo trabalho? - Muito bom, apesar da dificuldade com o idioma, meus colegas de trabalho são bem gentis, me ajudaram com tudo o que eu precisei, um deles falava nossa língua fluentemente, isso me deixou bem mais tranquila em meio a todos esses russos - ela sorriu Fiquei feliz pela adaptação rápida de minha mãe, ela estava se saindo bem. Jantamos juntas e fui cedo para a cama, já que na noite anterior mau consegui dormir. Fiquei lendo um dos meus livros até adormecer. No outro dia eu havia dormido melhor, a chuva não estava tão intensa, mas o céu ainda estava nublado e triste. Eu já sabia que meu dia não seria fácil. Assim que cheguei na escola Nikolai e seu amigo, Ivan vieram me cumprimentar, eles me acompanharam até minha aula de Espanhol. Ivan foi muito amigável comigo. Naquele dia eu senti que haviam menos olhares curiosos para mim, isso certamente me deixou mais tranquila, eu odiava chamar atenção. Em minha aula de Espanhol, a professora Yulina escolheu pessoas para responderem às questões para toda a turma, e por minha sorte ela me escolheu, dei a resposta errada, eu era r**m em russo mas em espanhol eu era pior ainda. Ali já sabia que meu dia seria terrível. Na aula de Educação Física o professor não me deixou escapar, estavam jogando handebol, em todas as vezes eu fugia da bola e quando não fugi, acertaram-me na cabeça. Certamente foi humilhante. Eu m*l esperava pelo fim desse dia terrível e o dia não estava nem na metade dele. Finalmente o horário do almoço chegou, Anna me encontrou para irmos ao refeitório e almoçarmos juntas, me vi procurando pelo garoto que havia visto ontem, mas não o encontrei, apenas seus amigos misteriosos, um deles havia me olhado no fundo dos olhos mas logo desviou seu olhar, ele estava acompanhado pela ruiva de olhos escuros. Comemos e esperamos até a próxima aula, uma amiga de Anna, Alisa, iria comigo até a próxima aula, ela era bem simpática, apesar de eu quase não entender direito o que ela falava, ela falava muito rapidamente. Minha próxima aula era de trigonometria, eu odiava essa matéria, sempre fui melhor com letras do que com números, acho que é por isso que estava aprendendo russo consideravelmente rápido. Quase não havia prestado atenção naquela aula, fiquei distraída olhando o relógio girar, me concentrava em tudo, menos no professor falando mil coisas na qual eu não entendia. Minha sorte é que eu já havia visto parte dessa matéria na minha antiga escola. Finalmente aquele dia h******l estava terminando, passei minha última aula lendo um livro de ficção qualquer, apenas queria que a aula acabasse para eu poder sair daqui e me distrair. Após sair da escola, fui direto para um parque observar as árvores e ler, dessa vez fiquei observando o relógio para não chegar tão tarde em casa. Passou-se uma hora e já estava escuro e um imenso nevoeiro tomou conta de todo o rio e a cidade. O parque era um pouco longe de casa, eu não conseguia ver o que estava a frente, mas sabia que aquela era a rua para ir para casa. Logo que entrei naquela rua, ouvi barulhos de moto e consegui observar uma sombra, logo um rapaz veio em minha direção, ele era alto e musculoso, sua voz era grave e pavorosa. - Ei querida, está perdida por aqui? - Não, já estou perto de casa. - eu respondi rapidamente, tentando me esquivar. - Quer que eu te leve em casa, amor? - Não, obrigada. - tentando sair dali o mais depressa possível. Eu sai correndo dali, ele logo me perdeu em meio aquele denso nevoeiro. Eu estava assustada, tentei chegar em casa o mais rápido possível, em meio todo esse nevoeiro, quase me perdi novamente, já não sabia nem que horas eram. Chegando em casa, minha mãe já estava desesperada, já se passava das oito da noite. - Helena, onde você estava? Já se passou das oito, eu estava preocupada com você. Já é a segunda vez que você faz isso. - Desculpe mãe, me perdi em meio esse imenso nevoeiro, eu prometo da próxima vez irei te avisar se for ficar até tarde na rua. - Com quem você estava? - Com ninguém, estava sozinha no parque lendo meus livros. - Entendi, só tome mais cuidado, ficar por ai até tarde é perigoso, principalmente com todo esse nevoeiro. Após ouvir por mais de vinte minutos o sermão de minha mãe, fui tomar um banho para relaxar, o dia havia sido extremamente extressante, mas não queria me preocupar sobre o dia seguinte, queria apenas colocar uma roupa quente para me agasalhar e relaxar. Mas eu ainda estava pensando naquele garoto, ele realmente me deixou fascinada. No dia seguinte ainda estava frio, porém não estava com nevoeiro. Como sempre, me arrumei, tomei uma xícara de café para despertar e fui caminhando para o colégio. Estava bem adiantada e resolvi passar por um outro caminho, naquela parte da cidade haviam casas enormes e perfeitamente simétricas, algumas modernas, outras rústicas e haviam alguns castelos, era uma vista linda e em frente ao rio, as casas eram rodeadas de verde. Fiquei encantada com a beleza daquele lugar, pela primeira vez pude ver um castelo de perto. Chegando ao colégio, me deparei com Viktoria, uma amiga de Anna, ela era muito gentil e aparentemente bem parecida comigo, eu a cumprimentei e começamos a conversar sobre nossas músicas favoritas até o horário da aula, ela era mais parecida comigo do que eu imaginava. Minha primeira aula era de artes, fui para o prédio e logo entrei na aula, acabei me atrasando conversando com Viktoria. Ao entrar na sala, me deparei com o garoto no qual eu estava fascinada, ele estava sentado ao fundo da turma, mas a maioria das cadeiras estavam ocupadas e não pude sentar próxima a ele, ao decorrer da aula me vi o encarando, percebi que ele me olhava de volta. Fiquei avoada a aula inteira, existia algo nele que certamente me chamava atenção. No almoço, sentei debaixo de uma árvore, estava ouvindo música em meu MP3 e comecei a ler meu livro, comi uma coisa chamada Pirozhki, o nome é estranho mas é realmente bom, nunca havia comido algo parecido na Califórnia. Algum tempo depois, Nikolai veio falar comigo e conversamos até a outra aula, conversamos sobre a vida dele aqui, o que gosta de fazer, esportes e ele tentou me ensinar um pouco mais de russo. O dia passou rapidamente, não sei se era porquê eu estava pensando no tal garoto ou por estar caindo a ficha de que eu realmente estou aqui e que minha vida está totalmente diferente, talvez os dois motivos. Minha aula havia acabado mais cedo e decidi fazer o caminho que fiz para chegar no colégio, passei pelo bairro com casas bonitas e resolvi ficar por lá, sentei em um banco e comecei a ler meu livro, simplesmente era meu novo passatempo favorito. Aproximadamente cinquenta minutos se passaram e logo me assustei com um misterioso garoto se aproximando e vindo falar comigo, ele estava com uma jaqueta preta e dava para sentir seu forte perfume a quilômetros de distância. Ele perguntou: - Olá, Helena? - Olá? Como você sabe meu nome? - Eu respondi - Convenhamos que não é tão difícil de saber, você é o assunto do colégio nessas últimas semanas. - Sério? Vi alguns olhares mas não sabia que eu era tão famosa assim - eu sorri - Você é da Califórnia, não é? - Sou sim, e você? - Sou de Washington - Uau, longe. Quer dizer então que você fala a minha língua? - Sim, eu falo. Me responda uma coisa, o que você está fazendo nesse lado da cidade? - Não moro tão longe daqui, fiquei encantada com os castelos e as catedrais daqui. E você, mora por aqui? - Eu lhe perguntei - Moro sim, bem próximo daqui. - Entendi, você é sortudo, as casas aqui são lindas. - Obrigado! Agora vou deixar você ler seu livro, desculpe te incomodar. - Ele sorriu - Não atrapalhou, pode ficar, se quiser. - Eu preciso ir, vejo você por ai, Helena. - Mas uma coisa, você não me disse seu nome. - É Stefan - Tchau, Stefan. Eu fiquei aproximadamente cinco minutos incrédula com o que havia acabado de acontecer, Stefan Conway veio falar comigo, como isso era possível? Fiquei mais incrédula ainda por eu não ter errado uma palavra sequer, mesmo tremendo de tanto nervosismo. Após conversar com ele, fui para casa, fiquei o caminho inteiro tentando raciocinar o porque ele veio conversar comigo, de qualquer forma, era algo que eu realmente queria que acontecesse. Antes de chegar em casa, senti pedacinhos de algodão em meu rosto, que na verdade não era algodão, e sim neve. Fazia anos que eu não sentia o toque macio da neve caindo em meu rosto. Por um segundo fiquei incomodada, se estava nevando significava que estava frio demais para chover, apesar de ter me acostumado com o tempo frio, não havia me acostumado totalmente. Cheguei em casa antes de minha mãe, aproveitei para fazer algumas tarefas de casa para ajudá-la, o novo trabalho dela apesar de ser muito bom era extremamente cansativo para ela. Após fazer tudo fui para o toalete e tomei um banho, me cansei com todos os afazeres de casa e ainda precisava fazer minha lição de matemática. Minha mãe chegou tarde em casa, eu esperei para fazermos algo juntas. Ela me agradeceu por ter feito todas as tarefas de casa, seu tom de voz parecia cansado. Assistimos TV e dormimos no sofá, eu a acordei na madrugada para irmos para a cama. No dia seguinte ainda estava nevando, estava mais frio que o normal. Fui caminhando para o colégio e minha cabeça não parava de pensar em Stefan, pode ter sido apenas uma conversa normal, mas aquilo não saia da minha mente, eu precisava falar com ele novamente. Ao chegar no colégio fui logo para minha aula de Inglês, a professora Alya nos pediu para ler um livro. As aulas passaram rapidamente e já havia chegado a hora do almoço, sentei com meus amigos e percebi que Stefan não havia ido para o colégio, não o vi em nenhuma aula e nem no almoço, estava ansiosa para falar com ele de novo, algo dentro de mim me motivava e eu não sabia o que. Fui para casa pelo mesmo caminho que havia feito no dia anterior com a intenção de encontrá-lo novamente, não o vi, vi apenas um de seus amigos, eu estava com uma v*****e imensa de perguntá-lo sobre Stefan mas não queria parecer obcecada, afinal de contas eu havia falado com ele apenas uma única vez. Logo desisti e fui para casa. Ao chegar em casa fui para o meu quarto, olhei algumas roupas em meu guarda roupa e me deparei com a jaqueta de meu pai, mesmo depois de quase um ano eu ainda não havia superado sua morte, ainda conseguia sentir seu cheiro, apesar de tanto tempo ter se passado, meu pai era uma das pessoas que eu mais amava nesse mundo, ele transformava a chuva em arco-íris quando eu estava triste, era a pessoa na qual eu mais sentia falta no mundo. Chorei por algumas horas por relembrar de momentos com ele, mas eu precisava ser forte, minha mãe estava sofrendo mais que eu, meu pai foi seu primeiro e único namorado, seu companheiro de vida, eu sabia que para ela estar sem ele era uma dor incurável. No dia seguinte fui para o colégio, fiquei conversando com Viktoria até as aulas começarem, Stefan não havia ido para o colégio novamente, eu a perguntei se ele era sempre tão ausente assim - Stefan geralmente não vem em dias quentes, geralmente em dias assim nem ele nem seus amigos. Mas tirando isso normalmente ele não é tão ausente. - Você sabe por que ele tem faltado, Viktoria? - eu a perguntei - Na verdade não, eu o conheço mas não tanto, por que? você está interessada nele? - ela sorriu - Digamos que estou curiosa, apenas isso - Eu sorri de volta Fomos para a aula, minha primeira aula era de trigonometria, a pior matéria de todas. O professor passou uma atividade e uma lista de exercícios para fazer. Na aula de Espanhol a professora havia passado um livro para lermos de dever de casa. Passei alguns minutos do meu almoço sozinha, ainda estava sentimental por relembrar do meu pai. Anna e Nikolai vieram falar comigo para me animar, eles haviam me perguntado por que eu estava desanimada, eu certamente não ia comentar sobre isso com eles ainda, não estava cem porcento confortável em falar sobre isso. Disse a eles que estava tudo bem e eles ficaram sentados comigo até o almoço acabar. As aulas seguintes foram normais, assim como em todos os dias, um enorme tédio. Fui para casa e eu e minha mãe saimos para jantar, nós ainda não conheciamos a cidade toda, apesar de ser pequena, fomos em um restaurante japonês, era o tipo de culinária favorito da minha mãe. Conversamos bastante sobre nossas novas vidas aqui, comemos e rimos bastante. Ao chegar em casa me agasalhei e logo fui para cama, eu precisava acordar cedo para a aula no dia seguinte. Ao chegar no colégio, eu logo avistei Stefan, eu estava realmente curiosa porque ele estava ausente nos ultimos dias, para minha sorte, nós éramos da mesma turma de Artes e era minha próxima aula. Quando eu estava indo para a aula, eu o vi na secretaria, não pude evitar de ouvir parte da conversa, ele queria trocar a aula de Artes por outra matéria, fiquei pensando se ele realmente estava me evitando. Ouvi a secretária dizendo que não havia vaga em outra turma, mas que ele poderia ficar na lista de espera, ele realmente parecia estar incomodado com minha presença. Na aula de Artes, a professora pediu para fazermos duplas, eu não conhecia ninguém daquela turma e aparentemente ele também não, a professora disse para sentarmos juntos, já que éramos os únicos sem dupla. Sentei ao seu lado e nos encaramos por um tempo, eu senti choques elétricos ao o encarar, era apenas química, senti um espamo ao encarar seus olhos, não falamos nada por um bom tempo. A professora havia pedido para fazermos uma atividade de pintura. Eu estava curiosa porque ele estava ausente, mas não perguntei nada, não queria parecer curiosa. Nós começamos a pintar e foi ali que descobri nosso ponto em comum, eu amava pintar, era apaixonada por arte, e ele também. Conversamos durante toda a aula, ele me disse que nunca havia conhecido alguém que gostasse de arte tanto quanto ele. Durante a aula, fomos pegar o mesmo pincel e ele acabou pegando na minha mão, estava estranhamente fria, senti arrepios por todo o meu corpo ao sentir sua pele na minha, ficamos em silêncio por um tempo. Quando o sinal tocou para o almoço, ele me perguntou se eu gostaria de ir na sua casa, seu pai tinha um escritório onde pintava e que poderiamos pintar lá, e que ele poderia me ensinar algumas coisas também. Eu sorri e disse que adoraria ir. Após a aula fomos caminhando para sua casa, eu estava extremamente nervosa.

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