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2915 Words
ANGELO Joey está suando muito. Levamos a festa para uma sala privada e os únicos jogadores são Alessandro e Malik, Joey e dois de seus amigos. Seus amigos estavam fora há muito tempo e Malik xinga quando sua própria mão desiste, deixando Alessandro rindo enquanto reivindica sua vitória e diz com satisfação. — Estou fora. Joey parece nervoso e suas mãos tremem enquanto ele segura as cartas, o que mostra o quão r**m ele é no pôquer. Então, novamente, eu sabia disso, enquanto fazemos nossas apostas, digo com um tom ameaçador em minha voz. — O vencedor leva tudo. Ele engole em seco e diz nervosamente. — O quê. Já? Concordo com a cabeça e ele diz, impotente. — Dinheiro, então, faça isso por dinheiro, não por ela. — Você está quebrando os termos do nosso contrato, Joey? — Eu me inclino para frente e meus amigos seguem meu exemplo, o encaramos com olhares que fazem homens adultos chorarem. Ele engole em seco e diz com um leve tremor na voz. — Não, claro que não, é só que eu pensei… — Claudia é o pagamento que busco e nada mais. Seus amigos olham em volta nervosos porque esta é uma situação fodida, ele balança a cabeça em derrota. — Concordo. O olhar de horror nos rostos de seus amigos quase me faz rir, porque Joey acabou de provar o quão doente filho da p**a ele é, duvido que eles o admirem tanto depois desta noite. Ele abaixa suas cartas, enquanto eu reivindico a mão, ele sussurra. — f**a-se. Alessandro ri baixinho e Malik observa todos eles com o habitual olhar sombrio e maligno que ele usa tão bem, eu digo com satisfação. — Você tem cinco minutos para trazê-la para mim. Meus amigos farão com que você honre sua aposta. Malik se levanta, seguido de perto por Alessandro, enquanto Joey e seus amigos saem apressadamente da sala, eu fico olhando para a mão de cartas que me trouxe a vitória. É sempre muito fácil. Caras como Joey caem na minha armadilha repetidamente e me pergunto se algum dia saberei como é perder. Estou quase contando com isso um dia porque pelo menos assim eu sentiria alguma coisa. Não essa existência congelada que fica mais fodida a cada hora que passa. Como sempre, quando estou sozinho, meus pensamentos se voltam para a família e imagino meu pai se saindo muito pior do que isso. Ele gosta de corromper, prejudicar e causar dor, isso se repete na maioria dos dias. Ele não seria tão temido se não fosse, me pergunto se isso é necessário para sobreviver neste mundo. Ele certamente tem muitos inimigos e poucos amigos, então estou melhor do que ele em muitos aspectos. Tenho quatro amigos, cinco se contar o Baron e tenho minha irmã. Agora cabe a mim aprender bem meu ofício porque sempre soube que mataria meu pai e esse dia está se aproximando rapidamente. Uma batida na porta interrompe os pensamentos sombrios que tenho sobre casa, quando ela se abre, Claudia entra, parecendo apavorada. A porta bate atrás dela e eu sei que um dos meus amigos estará guardando-a, então eu olho para ela com apreço, porque esta mulher vale cada pedaço de admiração que estou jogando em sua direção. — Você queria me ver. Por quê? Sua voz suave flutua pela sala como seda na brisa e eu aponto para a cadeira à minha frente. — Sente-se. Você bebe uísque? Ela balança a cabeça. — Na verdade, não. — Você pode querer começar agora. Eu sirvo-lhe um copo e ela parece nervosa como o inferno. — Hum, o que você queria? Inclinando-me para trás, eu seguro meu próprio copo e olho para ela com um olhar encapuzado. — Você. A cor desaparece de seu rosto e ela olha em volta como se houvesse uma maneira de escapar. — O que você quer dizer? Esta é a parte de que mais gosto, aquela em que elas descobrem seu destino e digo quase como se estivesse entediado. — Joey ofereceu você como pagamento por perder, para que possamos fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil, você escolhe. O copo para no ar e ela olha para mim com uma expressão atordoada. — É melhor você estar brincando comigo. Inclinando-me para frente, eu a fixo com um olhar sombrio. — Eu não estou. — Não. — ela diz com raiva, eu dou de ombros. — Sua decisão. Eu nunca me forço a uma garota, não é para mim. Ela parece aliviada e seus ombros relaxam um pouco. — É isso, eu posso sair. — Se você quiser. Ela se levanta e eu digo sombriamente. — Diga a Joey sobre as apostas, ele pode dizer adeus à sua carreira. — O que você disse? Eu dou de ombros. — Fiz-lhe um favor, você por um favor, na verdade. Lembra-se do cara que te atacou no clube da cidade. Drogando sua bebida e tentando forçá-la. Ela se senta novamente. — Lembra-se dos relatos do que aconteceu com ele no dia seguinte. — Você? Eu aceno, colocando meu copo para baixo. — Joey veio até mim com vingança em seu coração. Ele pediu minha ajuda, eu removi seu problema da sociedade e protegi a imagem de seu namorado. Ele apostou sua dívida e uma noite com você foi o pagamento. — Eu rio baixinho. — Para seu crédito, ele tentou me fazer mudar de ideia e me ofereceu dinheiro em vez disso. Acho que ele realmente gosta de você e teria me oferecido qualquer coisa para salvá-la dessa situação, digamos, degradante. Mas no meu mundo, uma aposta é uma aposta, só existe um resultado se não for honrada. Você vai embora e a carreira de Joey acaba pra ele. Uma pena, realmente, ele tem um futuro promissor. Seus olhos se enchem de lágrimas e ela sussurra. — Então, de qualquer maneira, eu fui fodida por um bastardo. — A vida é assim, querida. Apenas tome mais cuidado com a companhia que você mantém no futuro. Ela olha para baixo e acena com a cabeça. — Eu não tenho escolha então. Inclinando-me sobre a mesa, agarro seu queixo e a forço a olhar para mim, saboreando a dor em seus olhos azuis bebê. Passando meu dedo em seus lábios, eu sussurro. — Como eu disse, você pode fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil. Veja, se eu estivesse no seu lugar agora, ficaria muito chateada com o meu suposto namorado. Ele apostou com você e isso não deve ser uma boa sensação. Que melhor vingança do que aproveitar a p***a da sua vida e ir embora com a cabeça erguida. Uma noite apenas sem compromisso. Uma noite de paixão sem arrependimento pela manhã. Um passeio pelo lado selvagem que fará você se sentir fortalecida. Não seja uma vítima, Claudia, seja melhor que isso. — Mas não é minha escolha. — Você tem certeza sobre isso? Diga não e vá embora sem arrependimentos. Esta não é sua dívida a pagar, é dele. Eu não me importaria. De qualquer forma, eu aceito o pagamento, mas se você quer saber como é assumir o controle e dançar com o d***o, agora é sua chance. Eu não sou um bastardo. Farei com que seja uma noite inesquecível e… Puxando-a para mim, roço meus lábios nos dela e sussurro. — Acho que você vai adorar cada minuto. Pressionando meus lábios contra os dela, eu amo como eles se separam ansiosamente para me deixar entrar. Seu suave gemido de prazer é todo o encorajamento de que preciso enquanto a beijo lentamente, com ternura, com um propósito em mente. Sedução. Conforme ela se aproxima, eu me afasto e sussurro. — Uma noite apenas e lembre-se, a noite é mais escura no momento antes do amanhecer, eu prometo que o amanhecer será o primeiro dia do resto de sua vida. Seus suspiros macios de desejo já me dão minha resposta e eu digo com voz rouca. — Não aqui. Ela acena com a cabeça. — Onde? — Venha comigo. Pegando a mão dela, entrelaço nossos dedos, enquanto caminhamos no meio da multidão, sinto os olhares curiosos nos seguindo. Atravessamos a sala e seguimos para a escada, rio comigo mesmo quando não vejo sinal de Joey ou de seus amigos. Eden chama minha atenção e eu sorrio enquanto conduzo Claudia até a escada de madeira e o olhar que ela lança me faz pensar se Claudia vai ficar bem. Eden tem um traço particularmente maligno nela que provavelmente envolve algum tipo de ataque, então seria sensato oferecer a Claudia minha proteção depois disso. Eu não sou um bastardo, não realmente. Apenas um indivíduo fodido que se diverte dessa maneira. Enquanto levo meu prêmio para o meu quarto, me sinto bem pela primeira vez na vida, porque esta noite é para dar a Claudia a noite de sua vida sem arrependimentos pela manhã e acho que Joey estará procurando uma nova garota em seu braço quando a velha dele acordar no meu. CAPÍTULO SETE WINTER Leva uma semana até eu me instalar e finalmente começar a me sentir em casa na Rockwell Academy. Na maioria das vezes está tudo bem, apenas a merda usual de lidar com ser a nova garota traz, mas na maior parte do tempo Angelo se mantém afastado e duvido que alguém saiba da nossa conexão além de nossos próprios amigos. Não que eu tenha muitos, apenas Emma, porque estar emparelhada com ela me rendeu uma passagem para o esquecimento, mas estou bem com isso. De vez em quando eu chamo a atenção de alguém. O cara bonito no inglês que senta atrás de mim, o confiante em ciências e a garota que aparentemente me odiou de vista em matemática, mas estou feliz por ficar como estou. Emma, como se vê, é uma ótima companhia. Uma vez que ela superou seus nervos, ela relaxou, eu amo seu senso de humor perverso e sua capacidade de resumir uma pessoa em algumas palavras, fazendo-me lutar para conter o riso. Acho que foi isso que me deu coragem quando virei no corredor a caminho da aula e vi duas meninas espancando a outra na escada. — Ei! Eu largo minha bolsa e vou em direção a elas, uma das garotas grita. — Fique longe, isso não é da sua conta. — Você acha. — Corro para ajudar e encontro a primeira garota que me empurra para trás. O som da outra garota grunhindo de dor me estimula enquanto sua cabeça bate contra a parede de concreto e vejo o medo em seus olhos. Balançando meu braço para trás, bato meu punho contra o rosto da garota que me segura e ela grita de dor quando faço contato, fazendo com que sua amiga pare por um momento e olhe na minha direção. — Sua c****a estúpida. Ela se vira pela metade, o que dá a sua cativa a chance de acertar um de seus próprios golpes e quando eu envolvo meu braço em volta do pescoço dela e puxo bruscamente para trás, seu grunhido de surpresa é tudo que eu preciso ouvir, empurro meu braço para trás e bato o rosto dela na parede próxima. Então uma mão forte me puxa para trás e eu observo em estado de choque quando uma enorme fera a agarra pelo pescoço e a segura contra a parede, olhando para ela com um olhar de loucura em seu rosto e rosna. — Afaste-se, Eden e se você tocar em qualquer uma delas novamente, você está morta. As lágrimas estão caindo em seu rosto enquanto ela engasga por ar, noto que sua amiga já saiu e me pergunto se ela foi pedir ajuda. Não consigo desviar o olhar enquanto a fera a segura contra a parede e rosna. — Agora f**a-se e nunca mais olhe para elas. Estamos de olho em você e se quiser sobreviver ao semestre, mantenha distância, você não é mais bem-vinda em nossa casa. As lágrimas caem em seu rosto e quando ele a solta, ela soluça. — Por favor, me desculpe, não me exclua. Ele não diz nada e apenas lança um olhar superficial para a garota espancada tremendo de descrença e diz com um grunhido. — Vá se arrumar. Nada aconteceu aqui. Ela acena com a cabeça, parecendo tão chocada quanto eu me sinto por dentro, ela olha para além dele e diz com a voz trêmula. — Obrigada. Concordo com a cabeça, mas é todo o tempo que tenho, pois a b***a me agarra e quase me leva para longe da cena. — Ei, o que você está fazendo? Deixe-me ir. Ele não diz nada até virarmos no corredor, ele me empurra para o que parece ser uma sala de aula vazia e se vira para me encarar com preocupação em seus olhos. — Você está bem? Ele descansa a mão no meu rosto e só de ver a preocupação em seus olhos me choca um pouco, desacostumada a atos de bondade, faz algo dentro de mim. Eu odeio as lágrimas que começam a crescer e eu as enxugo com raiva. — Estou bem. Ele simplesmente não me solta e olha profundamente em meus olhos e o que vejo refletido nos dele faz minha alma chorar e virar cinzas escaldantes. Aqueles olhos carregam o tormento de uma vida infernal neles e eu sei muito como é isso, enquanto ele me encara longa e duramente, algo se passa entre nós. Conhecimento, compreensão até mesmo e um senso de destino tecendo um feitiço mágico, porque o que vejo em seus olhos deveria me fazer correr para me proteger e nunca olhar para trás. Há um aviso misturado com uma promessa neles, eu simplesmente não consigo desviar o olhar. Nem parece que ele pode e nós ficamos olhando para a loucura juntos até o sinal tocar, quebrando a conexão surpreendente que nos uniu por um breve momento. Ele deixa cair a mão e se afasta, dizendo rispidamente. — Você deve ficar bem agora. Acho que ela entendeu o recado. — Quem é ela? Estou me referindo à garota que ele advertiu, ele parece saber disso instintivamente e zomba. — Ela não é ninguém. Uma garota malvada que está de olho em Angelo. Ele não está interessado, ela decidiu bater em sua última companheira de cama como um aviso para os dois. — Então, a outra garota é namorada de Angelo. — Estou surpresa porque nunca soube que ele tinha uma e a b***a ri alto. — Eu nunca disse isso. Eles ficaram juntos por apenas uma noite, isso é tudo que elas conseguem. — Somente uma noite. O que é isto? Vocês assinaram algum tipo de pacto secreto ou algo assim? — O que você quer dizer? — Flynn disse o mesmo na outra noite. Somente uma noite. Seus olhos brilham quando ele se vira e olha para mim bruscamente. — Quando você viu, Flynn? Há algo como loucura em seus olhos enquanto ele me encara longa e duramente, me mexo desajeitadamente no local. — A outra noite. Cheguei em casa na noite da festa e ele não quis me deixar entrar. — E. — Ele parece zangado e não sei por quê, isso me irrita um pouco. — Não que seja da sua conta, mas conversamos um pouco antes de ele me mandar embora. — Eu vejo. — Ele parece pensativo e então ouvimos passos vindo em nossa direção, ele suspira. — Nós devemos ir. Não vai parecer bom se formos pegos aqui sozinhos. — Por que não? Ele balança a cabeça e não acha que minha pergunta mereça uma resposta aparentemente, simplesmente sai sem olhar para trás em minha direção e eu digo rapidamente. — Eu ainda não sei o seu nome. — Eu nunca dei. Ele apenas me deixa de pé e quando a porta se fecha atrás dele, eu meio que sorrio. Havia algo naquele cara que me fazia sentir em casa. Talvez seja porque ele é amigo de Angelo. Eu o reconheci do corredor no primeiro dia e saindo com ele pelo campus. Acho que eu me sentiria em casa com o perigo porque aquele cara deveria ter o perigo tatuado na testa, porque isso sai dele como radiação e é igualmente perigoso para a minha sanidade. Afastando o incidente, vou para a aula de matemática e me sinto desconfortável quando vejo as garotas do corredor olhando para mim com malícia. Lançando lhes um olhar vazio, afundo em meu assento e tento organizar minha mente para longe do que aconteceu e então, quando a professora entra na sala, uma das meninas me passa um bilhete e eu olho para a mensagem incrédula. Tome cuidado. Ninguém passa por cima de mim. Suspirando, eu me pergunto se essa garota está lá mentalmente porque tenho certeza que ela deve ter um desejo de morte ou algo assim, então eu amasso a mensagem e me viro, jogando-a bruscamente em sua cabeça com um olhar de escárnio em meu rosto. O professor grita. — Srta. Sontauro, fique para trás depois da aula. — Observo o sangue escorrer de seu rosto enquanto ela finalmente descobre quem diabos eu sou, junto com o resto da turma. Eu reservo um momento para aproveitar o despertar da escuridão, conforme a sala fica em silêncio e o medo se insinua, aprecio meu momento de notoriedade, cortesia de minha linhagem. Sim, a Winter Sontauro finalmente foi desmascarada e acredito que a partir de agora a viagem será muito mais fácil.  
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