CAPÍTULO 1

1044 Words
Catharyna Tenho 17 anos e sou filha única do dono da favela, meu pai se chama Cláudio mas todo só chama ele de "Trovão" apelido que ele ganhou ainda na infância. Minha mãe morreu no meu parto e sei que para o meu pai foi algo bem difícil e desafiador um homem, dono do morro, com uma filha pra criar e sem mãe. Desde que eu me entendo por gente a tia Flávia tá sempre comigo, ela é minha madrinha e foi o braço direito do meu pai para eu ter uma boa criação, tia Flávia criou o neto dela junto comigo seu filho é um dos braços direito do meu pai tio "DG" todo mundo chama ele assim. Minha madrinha sempre deu conta de cuidar de mim e do Pedro, neto dela e que é meu melhor amigo, temos a mesma idade, crescemos juntos, e sempre fomos bons amigos. Nosso pais sempre estiveram nos corres do morro então sempre foi só nos três. Meu pai é um cara maravilhoso comigo, sempre me deu tudo do bom e melhor, sempre foi presente mesmo com todas as coisas que vivemos por ele ser o chefe. Estudei no asfalto a vida toda, junto com Pedro, somos inseparáveis mas nunca esqueci de onde vim, sou da comunidade, sou da Favela Salinas com muito orgulho, sou filha do dono, estamos no último ano do ensino médio, eu quero ser professora vejo que assim posso ajudar a minha comunidade, Pedro quer seguir os passos do pai e do seu padrinho que no caso é meu pai, mesmo sabendo que é errado, todos os dias busco abrir a mente dele e falo que ele seria um ótimo médico e assim ele ajudaria a comunidade também. Sempre questionaram meu pai como ele ia deixar uma mulher no poder do morro, por eu ser filha única isso sempre pesou muito, meu pai sempre disse que a escolha de está ali era minha e que sabia que eu daria conta se esse fosse o meu destino. O problema para os crias daqui é ter uma mulher mandando neles já que eles são os que sempre destratam as meninas, eles são do tipo " eu tô ficando com você hoje mas amanhã não me enche o saco e não vem de mimimi que eu não sou de ninguém e sou eu que mando" e ter uma mulher ali no poder mandando e desmandando neles não seria algo fácil, já que infelizmente essa é a nossa criação, o patriarcado, machismo e eu estando a frente disso tudo isso mudaria, meu pai sempre me falou que nunca tiveram uma "dona" do morro, só as "patroas" que são as mulheres que ele e o tio DG já se relacionaram e então elas pegam essa fama e tem um poder bem pequeno aqui dentro, resolvendo coisas pequenas para que os homens cuidem do mais pesado. Pedro estaria comigo ali como meu braço direito assim como é a relação dos nossos pais mas não deixaria ele tomar a frente do poder, se for pra eu está no poder eu darei todas as ordens, eu estarei a frente de tudo, não é porque sou mulher que não daria conta de todo esse império que meu pai e o tio DG construíram. Pedro (extra) Eu e a Catharyna crescemos juntos, nossos pais são parceiros na vida do crime o pai dela acolheu o meu assim que ele chegou aqui no Rio e desde então não se largaram mais e entraram nessa juntos. Minha avó dona Flávia sempre cuidou da gente e sempre buscou ensinar o que é certo e o que é errado já que crescemos em um meio violento. Catharyna quer ser professora acho isso lindo ela sempre falou desde pequena que esse era seu sonho, já eu quero ser igual meu pai e igual e meu padrinho quero ser dono do morro, Catharyna sempre tenta mudar minha cabeça mas acho que não seria feliz. Gosto da adrenalina, gosto da emoção, amo o barulho dos tiros e dos cartuchos caindo no chão isso faz eu me sentir vivo, eu sei que quem escolhe essa vida não tem muitos anos de vida mas é o que eu gosto. Se tudo ocorrer como o planejado assim que eu terminar o ensino médio eu já vou pedir para assumir uma lojinha e mostrar que eu dou conta de tudo isso. Sei que meu pai e meu padrinho não vão gostar nem um pouco dessa minha ideia já que a Catharyna já colocou na cabeça deles que eu devia ser médico, porque sempre tive as melhores notas e sempre recebi premiações na escola por ser um bom aluno. Isso sempre causou uma grande briga na escola já que estudamos no asfalto e somos cria de favela alguns pais não aceitaram o fato de um favelado ser melhor que os filhos deles, mas principalmente um pai em específico, ele é advogado e super reconhecido aqui no Rio, por sua fama de sempre derrubar as teses de defesa nos casos criminalista. Inclusive alguns dos nossos homens já estiveram frente a frente com ele e hoje rodaram, estão presos graças aquele doutorzinho, ele não aceita que sua filha perca pra um favelado já que ele acha que aqui na favela só tem bandido. Julia minha namorada também não aceita isso, vive tentando mudar minha cabeça ela é menina do asfalto não entende os corre e quanto é importante pra mim, por mais que ela seja uma menina do asfalto ela não me julga pelo fato de ser morador de um favela muito pelo contrário ela já entrou em várias brigas por causa de mim e sempre me defendeu. Julia está sempre aqui na comunidade, ama os bailes e sempre que dá certo está por aqui, no começo foi algo bem desafiador para os pais dela aceitarem nosso namoro mas logo depois mostrei que sou um cara bom. Minha namorada tem todo aquele medo de invasão no morro seja da polícia ou do morro vizinho já que não somos aliados, já aconteceu algumas vezes e eu lembro de tudo e sempre compartilho com ela. Meu sonho seria eu e a Catharyna no poder já que o pai dela é o dono do morro e ela é filha única.
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