CAPÍTULO 2

1027 Words
Luebeke Eu sou o príncipe ou peixinho todo mundo me conhece por esses dois vulgos, naturalmente as meninas me chamam de príncipe e os os meus aliados de peixinho por conta do meu pai, sou filho do dono do morro. Favela da pirâmide, aqui eu nasce e fui criando meu pai sempre prezou pelo meu estudo então sempre estudei no asfalto, mas sempre deixei bem claro que eu seria sucessor dele e que eu continuaria o legado dele. Ele só pediu pra eu me formar e que depois disso eu faria o que fosse da minha vontade. Nasce e fui criado aqui no morro, minha mãe é do asfalto e vejo ela bem pouco, ela mesmo optou por eu ser criado pelo meu pai disse que seria melhor já que a família dela é cheia de mimimi com isso do meu pai ser dono do morro. Estudo no asfalto e sei que na minha escola tem filhos de outros donos do morro por ser a melhor escola do RJ, alguns são aliados já outros não são não sei quem são os filhos mas sei que estão ali. Conheço o morro como a palma da minha mão, sei cada buraco, caba beco, caba viela, cada pedacinho desse morro, algo que é importante né já que logo logo ele será meu. Sou solteiro, não nasce pra namorar e nem amarrar em ninguém, pego várias meninas e não me apego esse é o lema, a única menina que eu tenho algo que digamos que é sério é com a Bia, fico com ela desde sempre então ela é meu lance certo. Não nasce pra me apegar em ninguém meu pai sempre fala que depois da minha mãe ele nunca mais foi o mesmo que aquela mulher fudeu a vida dele por inteiro, fez ele chorar e querer largar essa vida do morro mesmo sendo essa a vida que faz ele feliz. Como meu pai pediu pra me formar eu penso em fazer engenharia, é algo que eu gosto porque tem exatas e sei que vai ser algo último aqui para o morro e meu sonho sempre foi ajudar meu pessoal. Diferente do que pensam aqui no morro é um lugar tranquilo principalmente para turistas já que temos a melhor vista do RJ. Todo morro tem suas regras e o nosso não seja diferente, não pode roubar aqui dentro já que tem uns viciados que rouba para sustentar seu vício, não pode apavorar as tias do morro e tem que dá exemplo para as crianças mostrando o que é certo e que tem que estudar para ter um futuro melhor. Nosso morro tem um atrito com a favela Salinas é uma briga antiga por território mas nunca nos resolvemos e já tem décadas essa briga. Vocês acreditam que lá o sucessor do chefe é uma mulher (risos) onde já se viu uma mulher no poder, mulher não sabe da ordem, mulher não vai ter moral pra mandar nos vapor, nas lojas, nas esquinas não vai ter moral, eu não aceitaria uma mulher me dando ordens, falando o que eu devo ou não fazer. Cresci vendo meu pai dando ordens e já pensou uma mulher chegar e falar "agora eu sou a dona do morro, e as ordens vem de mim" (risos) eu não aguentaria sério, impossível isso da certo o morro vai quebrar. Bia (extra) Sou a mulher do filho do chefe, ele fala que não temos nada sério mas sei que ele é apaixonado por mim e sei que vamos casar. Fico com o Luebeke desde os meus 14 anos de idade, ele foi o meu primeiro em tudo, sou simplesmente apaixonada por ele o complicado é que ele não me assume, sei que ele fica com as outras meninas aqui do morro e isso não é problema desde que me respeitem quando eu estiver com ele Conheço o príncipe se duvidar mais que o próprio pai dele, dormimos juntos quase todas as noites no apartamento dele no alto do morro, sei quando ele está triste, feliz, quando tem algo incomodando ele, nunca tive outro homem na minha vida a não ser ele. Estudo aqui no morro mesmo estou no meu último ano do ensino médio, já trabalho, sou designer de sobrancelhas e faço cílios também, minha mãe tem um salão aqui no morro então já fui pra área que sempre convivi, trabalho junto com ela no salão. Os dias que eu mais trabalho sem dúvidas é os dias de bailes as meninas querem ficar todas alinhadas, tudo certinho, não sei se vou continuar nesse ramo tenho vontade de ter o meu próprio negócio, uma casa de bronze "Bronze da Bia" esse e meu sonho, o príncipe me apoia demais e sempre falou que se fosse esse meu sonho ele me daria uma força pra começar. Nunca tive vontade de fazer uma faculdade ou algo do tipo, acho que por causa da minha realidade eu já meoldei a isso mas se fosse pra escolher fazer algo eu faria psicologia, sei que ajudaria muitas pessoas e poderia ajudar aqui no morro também, algumas pessoas precisam por conta dos traumas que os confrontos geram. Já passei por algumas invasões aqui no morro e não é fácil, o barulho do tiro assusta demais e quando tudo acaba e tudo se acalma a pior cena é ver mães caídas nas ruas de joelhos ao lado do corpo do filho, em prantos, gritando, já vivi isso de perto minha tia flor que é amiga da minha mãe aqui do morro perdeu o filho na última invasão, ele trabalhava para o crime mas não merecia aquilo. Essa situação assusta então acho que com a psicologia ajudaria bastante várias mães e me realizaria também mas quem sabe em outra vida né. Vim morar no morro bem novinha com 5 anos de idade então fui criada aqui, desde que meu pai foi embora e abandonou eu, minha mãe e meu irmão resolvemos mudar pra cá. Meu irmão trabalha para o Peixe desde novinho essa é a realidade querendo ou não de muito daqui do morro, precisa colocar comida em casa e o crime é a opção mais fácil.
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