O sol entrava devagar pela fresta da cortina quando senti os dedos dela se moverem sob minha mão. Quase imperceptível, como um sussurro pedindo silêncio. Meu coração parou por um segundo. Olhei para o monitor. Os batimentos estavam ali, constantes. E os olhos dela, pela primeira vez em dias, começaram a se abrir. — Tereza... — sussurrei, apertando com carinho seus dedos. — Tereza, sou eu... tô aqui. Os olhos castanhos dela, cansados e fundos, me encontraram. E naquele momento, eu vi tudo o que ela tinha guardado dentro de si: o medo, a dor, a solidão. As lágrimas escorreram antes que ela pudesse dizer qualquer coisa. — Você tá aqui... — ela sussurrou, com a voz fraca, como se ainda não acreditasse. — Eu achei... eu achei que ia morrer sozinha. Sem ninguém. Sem você. Meus olhos também s

