}}}}}NOITE DOS AMANTES

952 Words
O jantar chegou ao fim, envolto pelo suave som de uma música instrumental que preenchia a sala, criando uma atmosfera de tranquilidade e i********e. As velas, queimando lentamente, projetavam reflexos quentes sobre a toalha e o rosto de Melina, que sorria enquanto recolhia os pratos, cada movimento dela irradiando uma graça natural. Blade a observava a cada gesto, hipnotizado, como se estivesse assistindo à dança de uma deusa em um templo. Havia algo de sagrado na simplicidade e serenidade com que ela se movia, a forma delicada como seus dedos roçavam os objetos ao seu redor, como se tocasse coisas preciosas que mereciam reverência. — Deixa que eu ajudo, disse ele, aproximando-se e pegando as taças, seu coração acelerando com a oportunidade de estar mais perto dela. — Está dispensado, senhor Schneider, respondeu ela, divertida, com os olhos brilhando sob a luz das velas, criando um brilho que competia com o das chamas. — Já te disse para me chamar de Blade. Ela o olhou de soslaio, um sorriso travesso nos lábios. — Às vezes, ainda é estranho. Havia entre eles uma linguagem silenciosa, um entendimento que se tornava claro nas pequenas trocas de frases e olhares. — Então me deixa fazer algo que elimine o estranhamento entre nós. Ele pousou as taças na pia e segurou a mão dela; a suavidade da pele dela sob seus dedos era eletrizante. Por um instante, ficaram se encarando, enquanto o ar parecia ganhar densidade e o tempo desacelerava ao seu redor, como se o mundo exterior tivesse desaparecido, deixando apenas os dois no centro de uma bolha de possibilidades. Ele ergueu a mão dela até os lábios e a beijou devagar, entrelaçando respeito e d****o em um gesto que falava mais do que mil palavras poderiam. — Melina... sussurrou, a voz rouca, carregada de emoção e vulnerabilidade. — Eu sei que tudo começou por um acordo, mas o que eu sinto agora vai muito além disso, uma confissão emergindo de um lugar profundo e inexplorado dentro dele. Ela não respondeu, mas a forma como permitiu que ele entrelaçasse os dedos nos dela, apertando levemente, falou por si só; naquele gesto, havia tanto de rendição quanto de confiança, como se um novo pacto estivesse sendo formado, um que não precisava de papel ou assinatura, apenas de corações abertos. Blade, então, a conduziu até o quarto, onde as luzes estavam baixas e a brisa noturna fazia as cortinas dançarem suavemente, como se estivessem em uma performance abstrata. O perfume das flores que ele trouxera mais cedo ainda pairava no ar, misturando-se ao aroma suave do perfume dela e criando uma combinação embriagante que envolvia os sentidos. Ele a olhou com atenção, a luz suave destacando a beleza delicada de seu rosto. — Você está linda... murmurou, a sincera admiração reverberando em suas palavras. — É o efeito das velas, tentou brincar, sua voz saindo trêmula e nervosa, enquanto as bochechas se coravam levemente. A insegurança, porém, foi logo substituída pelo olhar penetrante dele. — Não. Ele se aproximou, fixando o olhar no dela, como se pudesse desnudá-la de todas as suas inseguranças. — É o efeito de você. Quando ele a beijou, não havia pressa. O toque começou como um pedido, um convite, e se transformou em confissão, uma promessa silenciosa do que estava por vir. Seus dedos percorriam o contorno do rosto dela, seu cabelo e seu pescoço; cada movimento era cuidadoso, reverente, como se temesse quebrar algo precioso e delicado. Ela correspondeu, deixando seu corpo seguir o ritmo do coração, um compasso que parecia único para os dois. Não havia mais o peso do contrato, nem o medo do julgamento; apenas o som de suas respirações se entrelaçando e o pulsar de um novo sentimento que surgia entre beijos e promessas silenciosas. Quando ele a deitou, o mundo parecia se dissolver em luz e sombra, os limites do tempo e espaço se esvaindo em um momento eterno de conexão. As cortinas tremulavam ao vento, e os reflexos da cidade entravam pela janela como fios prateados, iluminando o ambiente com um brilho suave e sonhador. Ele a olhou demoradamente, sorrindo com ternura, como se cada segundo ao seu lado fosse um pequeno milagre. — Eu quero te conhecer... de verdade. A voz dele ecoou como um juramento, profundo e ressonante. — Então me conheça... respondeu ela, em um sussurro suave que dançou no ar como uma nota musical. O restante foi silêncio — um silêncio que falava, repleto de significados ocultos e promessas não ditas. Apenas o roçar de mãos, o toque de pele contra pele e a descoberta de um amor que não precisava mais de palavras, uma linguagem própria que só eles compreendiam. E quando a madrugada chegou, trazendo o aroma do amanhecer, Blade ainda a mantinha em seus braços, seus corpos entrelaçados, o coração em paz, como se tivessem encontrado seus lares um no outro. Ele beijou os cabelos dela e murmurou contra sua pele quente: — Eu achei que sabia o que era viver... mas agora descobri que só existia antes de você. Cada palavra parecia selar um pacto de amor eterno. Melina sorriu no escuro, os dedos traçando o contorno do peito dele, como se quisesse mapear cada centímetro da nova vida que estavam começando a construir juntos. — Então viva comigo — sussurrou, a voz repleta de um d****o genuíno. — De verdade ele fechou os olhos e, pela primeira vez, sentiu o peso bom da entrega, como se finalmente pudesse tirar as barreiras que haviam se construído ao longo dos anos. Não havia mais espaço para máscaras nem para o passado; apenas eles — e um amor começando a florescer entre o que antes era apenas um contrato.
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