A patroa

1079 Words
Tereza instruiu a neta pelo extenso corredor que as levava em direção a sala de jantar. Haveria tempo para depois retomar ao assunto que tanto a afligia. relação a obsessão de Diana em saber quem era seu pai. Mesmo colocando um fim naquele assunto aquele momento, Tereza não estava em paz. Sentia que a qualquer momento a verdade estaria revelada diante da neta e tudo que ela queria era protegê-la. Diana não fazia ideia do m*l que estava por trás daquela verdade que quero a a todo custo descobrir. Mas se contentou por aquele instante, sabia que sua avó já estava velha demais para passar por aborrecimentos e mesmo depois de aposentada servia com muita dedicação aquela família. Eram cinquenta anos de trabalho ali, desde faxina, organização tudo passava pelas mãos caprichosas de Tereza, até mesmo seus filhos eram educados pela pregada de confiança. Quando chegaram a sala de jantar a senhora Luiza as observou, seu olhar cheio de desprezo pousou sobre Diana. Tereza sabia que a presença da neta incomodava a todos na mansão mas especialmente Luiza. A patroa também era soberba e sabia diminuir qualquer ser humano que não estava na mesma classe social que a sua. E para piorar seu ódio por Diana, Luiza tinha um filha caçula que era a melhor amiga de Diana. As meninas tinham a mesma idade e desde que a neta de Tereza chegou a mansão se tornaram inseparáveis. Por essa razão Luiza deixava claro o lugar de Diana, sempre a dizia para nunca esquecer que naquela casa ela era apenas uma empregada e que sua filha teria um futuro brilhante como médica. Como se essas ameaças pudessem separar a amizade tão bonita entre as duas. Diana ignorava a maldade explicita nos olhos da patroa e Mantinha fiel a sua única e verdadeira amiga. ___ Meus filhos chegam hoje do colégio interno! (Disse Luiza) Naquele momento os demais empregados chegaram, estava atrasados e receberam o olhar de reprovação de Luiza. Entre todos que trabalhavam ali Luiza era obrigada a admitir que Tereza era a mais competente, tinha a confiança de seu pai o senhor Antônio e ele não estava errado em render infinitos elogios a funcionária velha da mansão. E Diana seguia os passos da avó. Era uma menina dedicada e isso irritava Luiza pois sempre buscava motivos para perturba-la: ___ Vai ser uma grande hora ter os meninos de volta a essa casa! (Disse Tereza sorrindo) ___ Sim, uma alegria a todos nós! Porém quero que a recepção saia perfeitamente como planejei! (Disse Luiza) Os outros empregados mantinham os olhos para o chão, temiam a patroa, apenas Tereza a olhava nos olhos, enfrentando o desprezo que Luiza lhe enviava. Diana acompanhava a avó, não iria se rebaixar, achava humilhante a forma como Luiza tratava os funcionários e não achava justo se sujeitar a isso. ___ Tereza vai ficar por conta de recebê-los na porta principal. Camila e Helena vão levar comida até a mesa. Rômulo vai verificar os talheres, pois pelo que soube Marcos Antônio decidiu nós surpreender com a presença das minhas futuras noras, para oficializarmos o noivado. E não me deixaram a par das pessoas que viram com eles... Todos concordam e assente com a cabeça, mas Diana notou que não havia tarefa alguma para ela e antes que a patroa saísse da sala ela a chamou: ___ Senhora? Tereza sentiu a face queimar ao ouvir a voz da neta: ___ Qual vai ser minha função?(Disse Diana) Luíza virou se para olha-la estava realmente surpresa com a audácia da garota. Os olhos castanhos de Diana não tinham medo, estava ereta, tranquila e esperando sua resposta: ___ Você fica na cozinha lavando as louças! Ela disse indiferente. Diana mordeu o lábio, mas permaneceu em silêncio o que Tereza agradeceu e respirou aliviada. Mas Luiza mais uma vez recuou e voltou a encarar os olhos altivos de Diana: ___ Mais uma coisa! ___ Sim senhora! (Disse Diana sorrindo) ___ Vá até o quarto e deixe tudo impecável... não quero ver **, desordem... A tarde irei verificar... Eles estarão aqui em duas horas... ___ Qual quarto senhora? (Perguntou Diana) ___ Os quartos dos meus filhos oras... Essa garota não sabe de nada? Vive nessa casa há oito anos e está perdida a respeito das pessoas que moram nessa casa? (Disse Luiza em fúria) ___ Perdoe a ignorância de Diana senhora... Realmente não mencionei a ela sobre os meninos... Mas vou informá-la ainda esse momento! Luiza olhou com desprezo para Tereza e finalmente deixou a sala de jantar. Assim que os demais empregados saíram Tereza segurou o braço de Diana e a fez andar. ___ Como a senhora a suporta? (Perguntou Diana com raiva?) ___ Fale baixo menina pelo amor de Deus! ___ Do que tem medo vovó? (Perguntou) Tereza respirou fundo e levou a neta para a cozinha. Ali estava a sós e poderiam conversar a vontade: ___ Quando você chegou a essa casa os meninos já tinham partido há um ano. São os filhos da dona Luiza com o senhor Marcos. Os irmãos mais velhos de Vanessa. Você sabe que ela tem irmãos, não entendi porque se mostrou surpresa! (Disse Tereza) ___ Mas nem parece afinal ninguém fala sobre eles, nem mesmo Vanessa... (Disse Diana) ___ Sim minha querida. Os pais ricos acabam esquecendo dos filhos em alguma instituição... Eles foram receber instrução para retornarem aptos para governar todo o império que lhes pertence. (Revelou Tereza) Diana foi até a geladeira e pegou um pote de sorvete. Preparou uma taça para sua avó e sentou se ao lado dela: ___ Qual a idade deles? ___ Marcos Antônio deve ter uns 26 e o caçula George uns 18 ou 19... Eram meninos travessos deixavam essa casa de perna para o ar... (Disse Tereza sorrindo ao recordar do tempo em que cuidava dos filhos de Luíza) ___ E Vanessa? Porque ela ficou aqui? (Disse Diana com curiosidade) ___ Meninas não precisam de estudos... não na área em que vão atuar como os representantes do império da família D' Ávila. Vanessa a vida toda dizia querer ser médica e logo vai entrar na faculdade... Diana sorriu e se deliciou com o sorvete. ___ Diana minha filha tome cuidado. Não fique enfrentando a dona Luíza, sabe que ela gosta das coisas do seu jeito e vai exigir perfeição em tudo... ___ Fica tranquila vovó eu sei lidar com aquela cobra! ___ Xiii não fale isso menina! (Disse Tereza se preocupando se alguém as ouvia)
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