Sierra narrando
O meu corpo tremia todo, eu estava ao lado de minha mãe, de Josh e Mariana, na nossa frente estava o caixão com o corpo de Renato, sua esposa Samara chorava em cima do corpo, antes de está aqui, todos foram interrogados sobre o que tinha acontecido na noite anterior, as câmeras de seguranças queimaram do nada e todos deram o mesmo depoimento: Renato estava vivo no camarim quando todos foram embora, ele ficou sozinho ali, meu álibi e de todos era o hotel onde a gente estava hospedado.
— Eu não acredito que essa morte tenha sido misteriosa dessa forma – Samara fala fazendo todos encararem e eu encaro a minha mãe e ela pega na minha mão.
— Está tudo bem – minha mãe fala baixo.
— Só tem uma pessoa que pode saber de toda a verdade – Samara me olha – e essa pessoa é você.
— Eu estava no hotel. – eu falo
— É fácil, pagar as pessoas para ter um álibi – ela me encara – você sempre ficava até o ultimo segundo com Renato e ele te levava, mas essa noite foi diferente.
— Talvez tenha sido por isso que ele está morto, por ter sido diferente – Minha mãe fala – porque alguém esperou ele ficar sozinho.
— Renato não tinha desavença com ninguém – Samara fala – todo mundo sabe, meu marido foi morto com uma arma de caça.
— Aqui ninguém sabe caçar – minha mãe fala.
— Sua casa vai cair Sierra – ela fala – e todo mundo vai saber que você era amante do meu marido.
— Chega – Mariana minha assessora – estamos no velório do seu marido, não vamos arrumar confusão.
— Vão embora daqui – Samara fala – eu quero vocês fora.
— Tudo bem nós vamos – Minha mãe fala – Vamos, Sierra.
Ela me pega pela mão e quando saímos de dentro do velório, estava cheio de repórter e eles começam a vir para cima de nós e os seguranças tentam afastar.
— Sierra é verdade que a esposa de Renato, acusou você de ser amante dele?
— Sierra o que você tem a dizer sobre a morte de Renato?
— Sierra, você estava junto de Renato na hora da morte?
— Porque dessa vez Sierra você não foi embora com ele?
— Entra, Sierra – minha mãe fala me mandando entrar no carro – agora, Sierra – ela grita e eu entro dentro do carro.
— Sierra, fala algo, uma declaração sobre a morte do seu empresário Renato – o repórter grita – você realmente era amante dele? Como está se sentindo com a morte?
O carro começa a andar e as lagrimas descia sobre o meu rosto, todo mundo está falando sobre a morte dele, passando na televisão sobre o trabalho dele que era incrível, imagens dele comigo e de como ele alavancou a minha carreira mas o que ninguém sabe é que ele me destruiu por completo e para sempre.
Assim, que chegamos em nossa casa no Texas que era onde ele estava sendo enterrado, tinha várias viaturas da polícia nos esperando, eu respiro fundo e eu desço junto da minha mãe, Josh vai até os policiais para saberem o que eles queriam e eu e minha mãe entramos para dentro de casa, porque os repórter já estão no portão de nossa casa, eu fico olhando pela janela Josh falar com os policiais, até que ele vira e olha para janela e assente com a cabeça para os policiais, e ele anda na frente deles e os policiais o segue e ele entra pela porta, eu estava distante dele e da minha mãe mas conseguia escutar a conversa.
— Eles querem falar com Sierra.
— Com Sierra? – minha mãe pergunta
— Sim, senhora – uma mulher fala – meu nome é Detetive Sayonara e preciso conversar com sua filha sozinha.
— Sozinha? – minha mãe pergunta – ela passou por um trauma gigante.
— Precisamos conversar com ela sozinha, nos temos um mandato – Sayonara fala – pode ser aqui ou na delegacia, como preferirem.
— Tudo bem – eu respondo – podemos conversar na sala de reunião .
— Sierra – minha mãe fala
— Como preferir – A Detetive Sayonara fala me encarando.
— Eu não sou mais criança mamãe, acredito que posso responder as perguntas e acabar com tudo o mais rápido possível – minha mãe me encara assentindo com a mão no peito.
O nervosismo toma conta de mim, mas eu era uma pessoa pública e tinha que dar fim nisso, eu tinha que pensar que agora eu estava livre de todos os abusos que eu sofri e a única coisa que eu queria era sumir do mapa e que ninguém nunca mais me reconhecesse.
— Obrigada por aceitar conversar com a gente por livre espontânea vontade.
— Eu não tenho nada a esconder e confesso que quanto antes tudo isso se resolva, é melhor para o meu emocional.
— Eu entendo que a dor deve ser grande porque você e seu empresário eram bem próximos.
— Ele era meu empresário, eu passava muito tempo com ele e com a minha equipe junto, nossa relação era extremamente profissional.
— Mesmo com 4 anos trabalhando junto?
— Sim – eu respondo – é a mesma coisa que a senhora que com certeza deve ter um superior.
— Meu superior é meu marido – ela fala – virou meu marido depois de alguns anos.
— Eu e Renato não tinha relação nenhuma além do profissional.
— O que aconteceu na noite da morte dele?
— Ontem? – eu questiono
— Isso.
— Meu show acabou e eu estava extremamente cansada, eu passei o dia fazendo publicidade, eu sempre saio com Renato, mas ontem em especial, ele iria demorar muito para terminar de organizar os últimos detalhes para a equipe carregar hoje pela manhã.
— Essa foi a única noite que você foi embora sem ele, não é mesmo?
— Isso mesmo, como os registros da câmera de segurança do hotel, eu cheguei junto da minha família.
— E as câmeras de segurança do camarim? E do espaço?
— Eu não sei – eu respondo – eu não sei dos detalhes, eu apenas entro e canto.
— Entendi – ela fala
— E tem alguém da equipe que teria motivos para m***r Renato?
— Não – eu respondo – todos foram embora juntos e depois acredito que ninguém saiu do hotel.
— Alguma desavença?
— Não.
— Então, você afirma que não sabe nada sobre a morte dele? – ela pergunta e eu me mantenho firme.
— Afirmo, pode ter certeza que tudo que eu queria era que ele estivesse vivo para continuar ao lado da minha família e da minha equipe. – eu encaro ela
— Obrigada, por enquanto é isso, entraremos em contato – Ela fala se levantando.
Eu tinha mentido para uma autoridade, mas eu já tinha mentido durante esses quatro anos sobre o Renato e o que era mentir mais sobre isso?
Tudo que eu queria era que tudo isso acabasse o quanto antes, a minha mãe entra na sala depois que a detetive e os policiais vão embora e ela se aproxima de mim.
— Eu sinto muito por você passar por tudo isso – ela fala
— Acabou mãe – eu a encaro – eu nunca mais vou subir em cima de um palco.
— Sierra – ela me encara
— Eu nunca mais vou reviver esse pesadelo. – ela me olha.