PROLOGO

790 Words
PRÓLOGO Narrado por Lorena O corredor estava escuro, iluminado apenas pela luz âmida e avermelhada de um abajur esquecido num canto. O som abafado da festa ainda ecoava atrás de mim, como um lembrete incômodo de tudo o que eu queria deixar para trás. Meus saltos batiam contra o chão de mármore com firmeza. Eu estava decidida. Vi Marcos encostado no final do corredor, falando ao celular, com a voz baixa, serena, perigosa. Ele parecia à vontade, como se o mundo ao redor não fosse capaz de tocá-lo. O tipo de homem que carrega o poder no olhar, e não na arma. Fiquei ali, observando por alguns segundos. Me certifiquei de que não havia ninguém por perto. Quando tive certeza de que estávamos a sós, fechei a porta atrás de mim com firmeza e a tranquei, fazendo um leve estalo ecoar pelo corredor. Ele virou o rosto com naturalidade e me encarou. Encerrando a ligação com um simples toque no celular, seus olhos se fixaram nos meus como se já soubesse o motivo da minha aproximação. — Boa noite — murmurei com um leve sorriso, repousando minha taça de vinho sobre uma pequena mesa lateral. — Boa noite — ele respondeu, com a voz baixa, um tanto rouca, e um leve tom provocador. — Ainda não tive o prazer de me apresentar a você... sem o meu marido por perto — disse, caminhando até ele com calma, como uma felina. — Lorena — estendi minha mão com elegância. — Marcos — respondeu, levando minha mão até os lábios e a beijando devagar. — Achei que você era muda. — Normalmente as mulheres se apagam quando estão cercadas por homens. — Bom... — ele fez uma pausa e me analisou dos pés à cabeça com aquele olhar seguro — difícil imaginar uma mulher como você sendo apagada por aquele lá. Sorri com um toque de ironia e me aproximei ainda mais, como se a distância entre nós nunca tivesse existido. — Preciso concordar com você — sussurrei, deixando a tensão crescer no ar entre nós. — Me diz... o que uma mulher tão bonita faz ao lado de um cara como aquele? — Talvez... me interessando pelos futuros sócios do meu marido — coloquei a mão em seu ombro e deixei meus dedos escorregarem lentamente por ali, enquanto ele observava cada movimento com atenção. — Seu marido está a alguns metros daqui. Isso torna tudo isso... perigoso. — Eu gosto do perigo — falei com um leve arrepio na voz, aproximando minha boca do seu pescoço, respirando bem perto de sua pele — da adrenalina. Acredito que tanto quanto você. Ele não respondeu. Apenas passou a mão firme pela minha cintura e me puxou contra seu corpo. E então, nossos lábios se encontraram. O beijo foi direto, sem hesitação. Um choque de dois mundos prestes a colidir. Suas mãos exploraram meu corpo com voracidade, como se cada curva minha fosse uma provocação. Me ergueu com facilidade e me sentou sobre uma cômoda. O frio da madeira contrastava com o calor da nossa pele. Senti o zíper do meu vestido sendo aberto com precisão e, com um olhar fixo nos olhos dele, deixei o tecido escorregar pelo meu corpo. Quis que ele visse. Que ele sentisse. Que ele entendesse que eu não era só a esposa de Alexandre, eu era Lorena Alcantra. E ninguém me controlava. Puxei sua camisa social pela gola, desabotoando botão por botão, revelando sua pele quente, seu abdômen firme, coberto por tatuagens que contavam histórias que ele jamais contaria com palavras. Eu adorava homens tatuados — havia algo de selvagem neles que me excitava. Beijei seu peito lentamente, enquanto ele segurava meu queixo, levantando meu rosto para que nossos olhos se encontrassem antes de começar a beijar meu pescoço com a mesma intensidade que eu o provocava. Sua mão desceu, firme, da minha cintura aos s***s, e então deslizou até minha i********e, me fazendo arquear o corpo de prazer contido. Foi quando... — Lorena, você tá aí? — a voz do Alexandre atravessou a porta como uma lâmina, me cortando por dentro. Marcos imediatamente se afastou um pouco, sacando uma arma do cós da calça, os olhos atentos, o corpo preparado. Fiz um sinal rápido com a mão, pedindo silêncio. Ele hesitou por um segundo, mas abaixou a arma. — Lorena? — a voz dele se repetiu, impaciente. Me recompus o melhor que pude, respirando fundo, sentindo meu corpo ainda em brasas. — Sim — respondi, caminhando até a porta. — Você tá sozinha? Abre essa porta agora — ele disse, já começando a forçar a maçaneta com violência. Olhei para Marcos por um segundo. O jogo tinha começado. E eu estava disposta a ir até o fim.
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