Naquela noite, o céu estava encoberto por nuvens escuras, lançando uma atmosfera sombria sobre a cidade. A chuva caía impiedosamente, criando poças nas ruas vazias. Hanna caminhava apressadamente, seus passos ecoando pelas calçadas molhadas.
Desesperada e perdida, ela lutava para encontrar um abrigo ou um lugar onde pudesse se sentir segura. O vento gelado soprava com força, fazendo seus cabelos pretos voarem descontroladamente ao redor do rosto. As gotas da chuva se misturavam às lágrimas que rolavam por suas bochechas, em um misto de tristeza e desamparo.
Enquanto caminhava, Hanna se sentia cada vez mais inquieta, sem uma direção clara para seguir. As luzes das ruas pareciam frágeis diante da escuridão da noite e a sensação de solidão a envolvia. Ela ansiava por encontrar um refúgio, algum lugar onde pudesse encontrar abrigo e acalento para sua alma atormentada.
A tempestade continuava a castigar a cidade, mas Hanna seguia em frente, determinada a não desistir. Seus pensamentos se cruzavam com preocupação e incerteza, enquanto ela buscava uma luz no fim daquela noite escura.
"-Deus, eu preciso de ajuda, vou ficar doente nessa tempestade!"- Hanna clamava, sem escolha, ela batia de porta em porta, na esperança de encontrar um abrigo que pudesse protegê-la da fúria da natureza.
Cada batida na porta era seguida de uma ansiosa espera, na esperança de ouvir uma voz amigável do outro lado. Mas, uma após a outra, as portas se mantinham fechadas, como se a cidade estivesse deserta e abandonada.
Hanna sentia seu corpo encharcado pela chuva, seus tremores aumentando a cada rajada de vento gelado. Seus pés estavam dormentes e sua mente cansada. Ela se sentia pequena e frágil diante da força da tempestade.
Desesperada, Hanna continuava a bater nas portas, sem se importar com a rejeição ou o desprezo que poderia encontrar. Seu pedido de ajuda era genuíno e urgente. Ela implorava silenciosamente por um abrigo, por um lugar onde pudesse se aquecer e se sentir protegida.
Enquanto a chuva insistia em cair implacavelmente e o vento uivava, Hanna finalmente avistou uma luz fraca no final da rua. Seu coração se encheu de esperança enquanto ela se aproximava daquela última porta. Ela bateu com força, esperando que alguém a ouvisse.
Ele que imediatamente procurou uma roupa que o mesmo não usava e pediu que Hanna se trocasse, acendeu a lareira e acomodou no sofá com um cobertor. O ambiente estava aconchegante, iluminado pela chama dançante da lareira, enquanto a tempestade rugia lá fora.
"-O que te faz ficar em meio a uma tempestade essa hora da noite?"- Ele perguntou, com um certo tom de curiosidade e preocupação.
Hanna, tão exausta que seus pulmões frágeis lutaram por alguns segundos antes de sucumbir completamente ao sono, adormeceu antes mesmo de responder à pergunta daquele homem generoso que acabara de oferecer-lhe abrigo.
Enquanto Hanna dormia profundamente, envolta em uma aura de serenidade, o homem não conseguia desviar os olhos dela. Seus cabelos, longos e escuros como a noite, fluíam em cascata sobre o travesseiro, contrastando perfeitamente com a escuridão que envolvia a sala. Seus olhos, profundos e misteriosos, pareciam conter segredos ancestrais, refletindo a própria escuridão que os cercava.
A pele de Hanna, tão clara e translúcida, parecia emitir um brilho suave, iluminando o ambiente como um farol em meio à escuridão. Cada traço delicado de seu rosto era uma obra de arte, esculpida com tal precisão e graciosidade que despertava a curiosidade do homem em descobrir mais sobre aquela linda garota que encontrara em sua jornada.
Enquanto observava Hanna adormecida, o homem sentia-se atraído por sua aura de mistério e beleza. Quem seria ela? De onde viria? Que histórias e experiências teria vivido para se tornar tão cativante? Essas perguntas ecoavam em sua mente, alimentando sua curiosidade e despertando um desejo de desvendar os segredos por trás daquela figura enigmática.
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Naquela manhã radiante, o homem de coração bondoso que havia gentilmente oferecido abrigo a Hanna despertou de seu breve momento de reflexão enigmática. Enquanto os primeiros raios de sol permeavam o horizonte, pintando o céu com tons vibrantes, ele contemplou a beleza da aurora que gradualmente iluminava a paisagem ao seu redor.
Olhando pela janela, maravilhou-se ao testemunhar seus vizinhos já em pleno vigor, unidos em uma determinada missão de reorganizar e restaurar a ordem na vizinhança. Com toda a presteza e dedicação, eles se dedicavam a recolocar cada objeto deslocado e a consertar os estragos causados pela tempestade impetuosa que havia desafiado a tranquilidade da noite anterior.
Após contemplar a beleza da aurora e testemunhar os esforços de seus vizinhos em restaurar a ordem, o homem percebeu que Hanna ainda descansava profundamente. Sentindo-se preocupado com o bem-estar da jovem, ele decidiu agir proativamente e preparar um café da manhã nutritivo para ela.
Com passos cuidadosos, ele se dirigiu à cozinha, um local repleto de aromas reconfortantes e memórias afetuosas. Com habilidade e dedicação, ele começou a preparar um chá quente, escolhendo cuidadosamente as ervas que proporcionariam um sabor suave e revigorante. Enquanto a água fervia, ele selecionou ingredientes frescos para fazer panquecas macias e deliciosas, pensando no prazer que seria para Hanna saboreá-las.
Enquanto as panquecas cozinhavam na frigideira, o aroma tentador se espalhava pela cozinha, envolvendo o ambiente em uma atmosfera acolhedora. O homem sentiu-se reconfortado ao ver a transformação dos ingredientes simples em uma refeição reconfortante, sabendo que aquela era uma forma de demonstrar seu cuidado e preocupação pela jovem que confiara nele.
Com o café da manhã pronto, o homem colocou as panquecas em um prato, adicionou uma pitada de açúcar de confeiteiro e arrumou cuidadosamente uma xícara de chá fumegante ao lado. Enquanto observava a comida preparada com tanto carinho, ele sentiu uma mistura de ansiedade e esperança, desejando que Hanna despertasse e desfrutasse daquela refeição nutritiva.
Enquanto o aroma delicioso das panquecas enchia o ar, despertando os sentidos de Hanna, ela sentiu um acesso de tosse fraca. Os pulmões ainda frágeis reagiram ao cheiro tentador, mas isso não impediu que ela acordasse. O homem, atento aos sons ao seu redor, percebeu que Hanna havia despertado e prontamente deixou a cozinha para ajudá-la.
Com passos suaves e cuidadosos, ele se aproximou dela, preocupado com seu bem-estar. Seus olhos refletiam a compaixão e o desejo sincero de ajudá-la. Com uma voz gentil, ele perguntou: "Você está bem?"
Hanna, ainda um pouco confusa, olhou ao redor e perguntou: "Onde estou?" A memória da noite anterior parecia nebulosa em sua mente.
Com paciência e ternura, o homem explicou que ela havia chegado até sua casa durante a tempestade, buscando abrigo e ajuda. Ele havia acolhido-a, oferecendo-lhe proteção e cuidado. Ele descreveu o momento em que ela chegou, com a chuva batendo forte nas janelas e o vento uivando lá fora.
Enquanto explicava, ele manteve um olhar compassivo, transmitindo confiança e segurança para Hanna. Ele queria que ela se sentisse acolhida e compreendida em sua presença.
A medida que Hanna ouvia a explicação do homem, suas lembranças da noite anterior voltavam nitidamente. Ela se recordou de como se sentiu perdida e incapaz de voltar para casa devido à tempestade intensa. Naquela situação, ela não teve outra opção a não ser procurar abrigo naquela casa acolhedora.
"- Eu te agradeço por ter sido tão acolhedor!"-
Com gratidão transbordando em sua voz, Hanna expressou seu agradecimento ao homem por ter aberto as portas de sua casa e oferecido ajuda.
No entanto, a condição de Hanna ainda não estava das melhores. A tosse persistente continuava a incomodá-la, deixando claro que ela não estava em boas condições de saúde.
Com um olhar preocupado, ele se levantou e disse: "-Vou pegar um chá para você. Acabei de preparar e acredito que isso vai te fazer sentir melhor." Sua voz era suave e cheia de cuidado, demonstrando sua vontade genuína de ajudar Hanna a encontrar alívio.