Morro sem Dono

1346 Words

A calmaria, meu parceiro… ela engana. Porque enquanto você tá ali, vivendo uma fase boa, sendo zoado pelos moleque da loja, rindo, conhecendo uma mulher que mexe com tua cabeça — o crime não para. Ele observa. Ele calcula. E quando vê a oportunidade, morde. Nos últimos meses eu tinha me afastado do morro mais do que devia. A loja tava bombando, era evento, parceria, cliente chegando de cidade vizinha. Meu nome correndo na boca do povo como "o novo empresário da comunidade", o cara que tirava os moleques da boca e botava de uniforme. Tudo bonito, limpo. Tava vivendo um sonho, de certa forma. Mas esquecer de onde eu vim foi o erro. Porque enquanto eu usava camisa social e trocava ideia com enfermeira, lá no alto, nas vielas apertadas, onde o asfalto ainda nem chegou, um maluco tava tentand

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