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A Enfermeira e o Traficante

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intro-logo
Blurb

Ele é temido nas ruas. Ela, respeitada nos corredores de um hospital.Quando o maior traficante da cidade leva um tiro e precisa de socorro, a última coisa que ele esperava era ser salvo por uma mulher que mudaria sua vida. Ela é uma enfermeira dedicada, sonhadora e com um coração gigante. Já ele vive nas sombras, cercado por perigos, mentiras e poder. Ao acordar na sala de emergência e ver os olhos atentos e doces da enfermeira cuidando dele, ele sente algo que há muito tempo não sentia: paz. Mas ele sabe que seu mundo é sujo demais pra ela.Decidido a tê-la por perto, ele inventa uma nova vida. Um passado limpo. Uma mentira atrás da outra. Só que amor de verdade não sobrevive por muito tempo no escuro… e quando as verdades começarem a vir à tona, será que o amor entre eles vai resistir?Prepare-se pra um romance eletrizante, cheio de tensão, desejo proibido e um amor que nasceu onde ninguém esperava.

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Onde tudo Começou
Nasci no meio da bagunça. Literalmente. Enquanto minha mãe gritava de dor em um quartinho apertado nos fundos de uma casa em uma comunidade esquecida pelo mundo, o meu pai vendia ** na frente de casa como se nada estivesse acontecendo. Aquela foi a primeira cena da minha vida, e até hoje me parece uma metáfora perfeita de tudo que eu seria. Me chamaram de Dante. Nome bonito até demais pra alguém como eu. Mas minha mãe dizia que era nome de guerreiro, de homem forte. Engraçado como as pessoas sempre tentam prever seu destino no batismo, como se nome fosse escudo. No meu caso, não adiantou muito. Cresci entre becos e tiros, vendo gente morrer antes dos 15 e aprendendo a contar dinheiro antes mesmo de aprender a escrever. Não tive infância, só sobrevivência. Nunca tive brinquedos, mas sabia montar uma arma em menos de dois minutos com 13 anos. Não que eu me orgulhe disso. Mas é o que é. Meu pai foi preso quando eu tinha nove. Vi ele sendo algemado, ajoelhado na frente de casa, com a cara no chão e sangue saindo da boca. Minha mãe chorava como se estivesse sendo enterrada viva. Naquele dia eu prometi que nunca ia depender de ninguém. Nem da polícia, nem do Estado, nem de p***a nenhuma. Aos 16, já comandava a parte baixa da favela. Sabia negociar, sabia intimidar. E eu tinha algo que os outros não tinham: estratégia. Eu pensava antes de agir. Sempre fui calmo, frio. Os caras achavam que eu era sangue r**m, mas na real, eu só sabia jogar. Hoje eu sou o nome mais falado nas ruas. Dante, o dono do morro. O lobo com cara de anjo. Alto, loiro, olhos azuis e cheio de tatuagens tribais que fecham meu braço esquerdo inteiro — cada traço tem uma história. Um aviso. Uma cicatriz. A galera me respeita porque sabe que comigo não tem meio termo. Ou tá comigo ou tá contra mim. Quem vacila, cai. Simples assim. Me visto como eu quiser. Camisetas estilosas, calças que caem bem no corpo e meu boné — às vezes pra frente, às vezes pra trás — depende do meu humor. A rua já sabe que quando eu tô com o boné pra trás, é porque o negócio tá sério. Já tive mulher a rodo, mas nenhuma ficou. Talvez porque eu nunca deixei. Nunca confiei o suficiente. Nunca quis que conhecessem o verdadeiro eu. Por mais que eu me vista de rei, no fundo, sempre fui o moleque que nasceu no meio do caos. O que carrega uma guerra no peito e cicatrizes na alma. Mas tudo mudou no dia em que eu levei aquele tiro. E foi ali, naquela maca fria, com sangue escorrendo pela barriga, que eu vi Ayla pela primeira vez. Só que essa parte da história... ainda vai chegar. Eu aprendi cedo que confiar é abrir a porta pra ser traído. E na vida que eu levei, isso é pedir pra morrer. Depois que meu pai foi preso, minha mãe murchou. Ela virou sombra. Passava os dias sentada numa cadeira velha, com o olhar perdido, como se tivesse deixado o espírito em outro lugar. Ela ainda fazia café todo dia de manhã, como se insistisse numa rotina que já não existia, mas era automático. Um café amargo, sem açúcar e sem afeto. Era o jeito dela dizer que ainda tava viva. Só isso. Com 12 anos, eu já fazia corre. Entregava encomenda em bocada, ficava de olho nos movimentos da polícia, levava mensagem de um lado pro outro. Era invisível. E na favela, ser invisível é uma vantagem. Os moleques que queriam aparecer, morreram cedo. Os que jogavam calado, tipo eu, subiam. O primeiro cara que me deu uma Glock foi o Nando, conhecido como Nando da Biqueira. Ele era frio, estratégico, um mentor pra mim por um tempo. Me ensinou o valor do silêncio. Me ensinou que às vezes o mais perigoso é o que fala pouco e observa muito. E foi com ele que eu aprendi que respeito não se pede — se conquista. E, se for preciso, se impõe na força. Aos 15, já tinha três motos na garagem de uma casa que nem era minha. Minha mãe fingia que não via. Acho que ela sabia. Só não queria aceitar que o filho dela tinha virado aquilo. Mas ela calava. E o silêncio dela doía mais do que qualquer bronca. Me lembro até hoje da primeira vez que matei alguém. Era noite. A lua cheia iluminava a viela como se fosse um holofote, como se Deus estivesse olhando. O cara que tombou na minha frente tinha tentado me passar a perna. Roubou carga, mentiu na contagem. Eu avisei. Dei uma chance. Ele riu. Achou que porque eu era jovem, eu era fraco. Eu apertei o gatilho sem tremer. Um, dois, três tiros. No peito, na cara e mais um de garantia. O som ecoou no silêncio da madrugada. Fiquei ali parado, olhando pro corpo dele. Esperando sentir culpa. Esperando sentir algo. Mas não veio nada. Só um vazio estranho e uma sensação fria no estômago. Naquela noite, eu não dormi. Mas também não chorei. Só fiquei sentado, com a mão ainda tremendo levemente, encarando o nada, tentando entender no que eu tava me tornando. Mas o que eu me tornei… não foi por escolha. Foi por necessidade. Aos 17, tomei o lugar do Nando. Ele caiu numa emboscada, e eu fui o único que manteve a calma enquanto todo mundo surtava. Assumi o controle da quebrada, organizei os corres, cortei os infiltrados, negociei com os caras de cima. Comecei a ganhar mais, viver melhor. Roupa de marca, celular do ano, carro rebaixado. Eu era o rei do pedaço. Mas por dentro, continuava o mesmo moleque de 9 anos que viu o pai sangrar no chão. As tatuagens começaram nessa época. Cada uma delas tem uma história. Uma perda. Um momento. Uma escolha. O braço esquerdo é todo fechado com tribal, mas não é só estética, não. É uma linguagem própria. Cada linha é uma memória que eu não quero esquecer — mesmo que doa. As pessoas acham que traficante é só crime, arma e poder. Mas esquecem da solidão. A p***a da solidão que vem quando você não pode confiar em ninguém. Quando todo mundo que te cerca quer algo de você, menos você de verdade. Já tentei me apaixonar. Não vou mentir. Tive umas mina firmeza. Mas nenhuma ficou. Elas não queriam saber quem era o Dante de verdade, o cara por trás da tatuagem, por trás da pose. Queriam status, emoção, perigo. E quando a adrenalina passava, iam embora. Então eu me fechei. Fiz da minha rotina um escudo. Acordo cedo, treino, verifico os pontos, recebo os pagamentos, cuido dos caras, cobro quem precisa ser cobrado. À noite, bebo um whisky caro, fico escutando rap ou jazz — depende do dia — e penso em como tudo poderia ser diferente se eu tivesse nascido em outro lugar. Mas a real é que isso aqui… é o que eu conheço. É o que eu sou. Meu nome é Dante. E essa é a minha verdade. Ainda não tinha conhecido a Ayla. Ainda não sabia o que era olhar pra alguém e sentir o peito amolecer. Mas calma aí galera, esse dia… tava chegando.

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