O vídeo rodou como rastilho de pólvora. Em menos de vinte e quatro horas, tava nos grupos de zap das comunidades vizinhas, nos perfis dos ativistas, nas páginas de denúncia. Teve até jornalista alternativo que repostou com legenda dizendo “a favela fala”. O impacto foi direto e seco, tipo soco no estômago: as imagens das crianças de uniforme, dos moradores chorando, da igreja arrombada e da loja da Tia Antônia virada de ponta-cabeça não batiam com a história oficial. O povo fora da favela começou a comentar. Uns não acreditavam. Diziam que era “teatro”, “encenação dos bandidos”. Mas outros… outros começaram a ver. A enxergar que do lado de cá da cidade também tem vida, tem história, tem gente tentando viver. E a pressão nos jornais começou a mudar de tom. Alguns colunistas perguntavam: “

