Capítulo: O Abismo da Traição e da Perda
Meu nome é Marisol, e hoje, no fundo do meu coração, sinto que a vida não vale nada. Eu sou morena, com os cabelos cacheados, e antes, achava que minha vida era cheia de sonhos e esperança. Achava que o amor que eu tinha por Robson era suficiente para preencher todos os vazios. Estava tão enganada, tão iludida. O que acontece quando você entrega seu coração a alguém e essa pessoa destrói tudo com uma traição brutal, impiedosa? O que acontece quando o mundo que você construiu se desfaz, e você se vê diante do abismo, sem ter para onde olhar?
Eu estava grávida, com seis meses. Esperando uma filha. Uma menina. O meu coração estava cheio de amor e de planos para o futuro. Eu m*l podia esperar para vê-la. E eu acreditava que Robson e eu éramos uma família. Eu acreditava em cada palavra dele, em cada gesto. Mas, no fundo, não sabia que aquele mesmo homem que eu amava, iria me destruir. E ele fez isso.
Fui ao médico naquela manhã. Ele me confirmou o que eu tanto esperava ouvir: nossa filha seria uma menina. Eu estava radiante. Minha felicidade não cabia em mim. Eu m*l podia esperar para chegar em casa e contar a Robson. Estava tão feliz, acreditando que tudo estava perfeito. Cheguei em casa, e a casa estava estranha. Escura. Tudo estava tão silencioso, mas eu não sabia o porquê. Eu acendi as luzes, e um desconforto começou a me invadir. Algo não estava certo. Eu sentia que alguma coisa estava prestes a acontecer, mas eu não sabia o que.
Fui até o quarto, e foi quando eu ouvi os gemidos. Os gemidos abafados que pareciam rasgar minha alma. Aqueles sons... Como se a minha vida estivesse sendo arrancada de mim. O meu coração disparou, minha barriga se apertou. Eu sabia. Eu sabia que algo terrível estava acontecendo. Eu não queria acreditar no que estava acontecendo, mas os sons eram cada vez mais altos, mais viscerais. Respirei fundo e, quando abri a porta, o mundo desabou sobre mim.
Lá estavam eles. Robson. Minha irmã. Na minha cama. Juntos. Sem se importar com nada. Completamente nus. Como se nada estivesse errado. Como se o amor que eu tinha por ele não significasse nada. Como se eu não existisse.
Marisol: “Filha da p**a!” As palavras saíram de mim com a força da dor. Eu não acreditava, mas estava acontecendo. Eles estavam fazendo isso, na minha frente, na minha casa, na minha cama. A dor se transformou em raiva. Eu não consegui controlar. Fui para cima de minha irmã, puxei seus cabelos, acertei seu rosto com toda a força que eu tinha. A raiva cegava minha razão. Robson tentou me afastar, mas ele não tinha mais o direito de me tocar. Como ele pôde fazer isso comigo? Com a minha própria irmã?
Marisol: “Você me trai com ela? Com ela, Robson?” Eu gritei, entre soluços, minhas palavras saindo rasgadas da garganta. “Eu te dei tudo! TUDO! Como você pôde?”
Mas ele não se importava. Ele me olhava como se eu fosse uma estranha. Como se minha dor fosse irrelevante. Nada mais importava. Nada poderia consertar o que ele havia feito. A raiva me dominava, mas a dor... A dor me esmagava, me despedaçava por dentro.
Marisol: “Eu quero o divórcio!” Eu gritei, com a voz tremendo de ódio. “Eu quero sair daqui, eu não aguento mais!”
Robson: “Não.” Ele disse, com um sorriso sádico, o olhar vazio. “Você não vai embora, Marisol. Você vai ficar aqui, e ninguém vai te tirar daqui.”
Eu não conseguia mais pensar. Eu não conseguia mais racionalizar. Fui tomada pela necessidade de fugir, de escapar daquele pesadelo, mas ele foi mais forte. Ele me empurrou com brutalidade, e meu corpo bateu contra a parede. Ele me derrubou no chão, e então começou a me bater. Um tapa. Outro. Mais um. Cada tapa era como uma facada em meu peito. Cada soco fazia meu coração se partir mais. Eu sentia como se estivesse morrendo por dentro.
Robson: “Você não vai a lugar nenhum, Marisol! Eu vou acabar com você!” Ele gritou, e cada palavra dele foi como um veneno sendo injetado em minha alma. Ele me bateu de novo, mais forte. A dor se espalhou pelo meu corpo. Cada golpe me fazia sentir que estava perdendo minha essência.
Marisol: “Por quê? Por quê, Robson?” Eu m*l conseguia respirar, a dor me sufocando. “Por que você está fazendo isso?”
Robson: “Porque você não vale nada!” Ele respondeu, com desprezo. Ele me olhou como se eu fosse a pior coisa do mundo, como se fosse eu quem tivesse destruído tudo.
Eu não sabia o que fazer. Eu não sabia como reagir. O que ele estava fazendo comigo não era apenas físico. Era como se ele estivesse me destruindo por dentro, roubando minha alma. Eu sabia que algo estava errado com minha barriga. Algo estava se apagando dentro de mim. Eu sabia que minha filha não iria sobreviver a isso. E ele? Ele não se importava. Ele só queria me destruir.
Robson: “Eu não quero um filho de uma mulher como você.” Ele disse, com raiva, como se eu fosse a pior coisa que já existiu. Como se minha dor fosse nada.
Eu não sabia mais o que fazer. A dor física não era nada perto da dor que estava se espalhando dentro de mim. Eu sabia que minha filha estava morrendo. Eu sabia. Eu caí no chão, chorando, sentindo a vida se esvaindo de mim.
Ele me deixou lá, no chão, ensanguentada, e foi embora. E com ele, levou minha esperança, levou minha filha. Eu fui sozinha para o hospital. O peso da dor me esmagava a cada passo.
Os médicos tentaram me acalmar. Perguntaram o que havia acontecido, e eu menti. Eu menti porque sabia que se soubessem a verdade, Robson me mataria. Mas, mesmo mentindo, a dor não diminuiu. Quando os médicos me disseram o que eu já sabia, a dor se intensificou ainda mais.
Médico: “Seu bebê não sobreviveu.” Essas palavras me rasgaram por dentro, mais do que qualquer outro golpe. Minha filha estava morta. E com ela, uma parte de mim também desapareceu. Eu fiquei ali, vazia. Eu estava sozinha, sem amor, sem nada.
A dor da perda foi insuportável. Eu queria desaparecer. Eu queria que o mundo acabasse naquele momento. Tudo que eu conhecia se desfez. E, ao voltar para casa, percebi que não havia mais o que fazer. Minha vida foi destruída por aquele monstro. Robson não era mais um marido. Ele era um assassino.
Mas, como se tudo isso fosse pouco, lá estava ele. Na minha casa. Como se nada tivesse acontecido, como se nada tivesse mudado. Ele me olhou com aquele sorriso sádico, como se tivesse direito de me humilhar mais uma vez.
Marisol: “O que você está fazendo aqui?” A raiva queimava em minha voz.
Robson: “Eu sou tão dono dessa casa quanto você. Vai para a cozinha e faz o que eu te mando, Marisol.”
Eu estava prestes a explodir. Eu queria gritar, eu queria que ele fosse embora, mas as palavras não saíam. Eu só queria sair daquele lugar.
Marisol: “Não vou fazer nada para você. Eu vou sair dessa casa. E você será o único a ficar!”
Mas ele não cedeu. Ele veio para cima de mim, com um sorriso de deboche. Robson: “Nem você nem eu vamos sair daqui. E se você tentar, eu sei onde sua avó mora. Não se esqueça disso.”
Eu congelei. Ele sabia aonde mais me machucava. Sabia que eu não poderia deixar que nada acontecesse com minha avó. Ele usava isso como uma arma, e eu sabia que ele não hesitaria em fazer qualquer coisa para me controlar.
Marisol: “Você é um monstro!” Eu gritei, a dor misturada com ódio. “Eu te odeio, Robson! Eu te odeio com todo o meu ser!”
Mas ele não se importava. Ele me empurrou para o sofá, e saiu, batendo a porta. O vazio dentro de mim se aprofundou, mais do que nunca. O que restou de mim já não tinha forças para lutar. Eu queria desaparecer. Eu queria que a dor acabasse.