2 - Mês de devassidão

1170 Words
Kyle Pego última fatia de bacon da panela e a jogo na pilha. Deslizo o prato pelo balcão. — O bacon está pronto! — grito. Os caras descem como animais. — Que bom, c*****o — diz Dennis, com a boca cheia. Chris cutuca um pedaço no prato e faz uma careta. — p**a merda, vou ter que dispensar essa merda. Eu sorrio para ele. — Não seja um covarde. Matt dá um empurrão no ombro de Chris. — É, irmão. Relaxa. São férias. Chris resmunga. — Eu sou o único atleta maldito neste lugar. Tenho que me preocupar com esse tipo de coisa. Ele tem razão. Chris é um jogador de tênis profissional, classificado entre os cinquenta melhores do mundo agora, mas quer entrar para os vinte primeiros. Aos trinta anos, já passou do que deveria ser seu auge, mas está jogando o melhor tênis da sua vida. Não o culpo por querer manter o ritmo. Começo com os ovos, tirando torradas periodicamente e colocando mais na grelha. Esta não é minha cozinha, mas é muito boa. Tudo o que Julian tem é bom, para ser honesto. Ele merece. E é por isso que estou cozinhando: quero tentar retribuir. Julian estica o braço sobre o balcão e pega uma torrada. — Obrigado de novo, Kyle — ele diz. — Mas eu poderia simplesmente ligar para o cozinheiro. — Nada disso — Kevin retruca. — Prefiro que Kyle cozinhe. Ele fica tão fofo nesse avental. Reviro os olhos. — Você está com ciúmes que eu estou usando, não você. Os caras falam mais besteira. Quando finalmente termino, sento em um banco e como o prato que separei para mim. Julian se levanta e vai até a janela de vidro, olhando para a praia. Estamos aqui há poucos dias. Era para ser algo só para homens, mas sua irmã foi adicionada no último segundo. Ela ainda não desceu, mas tudo bem. Somos um bando de madrugadores, e ainda não são nem oito da manhã. Não me importo de tê-la aqui. Na verdade, estou fascinado. Ela não se parece nada com Julian. Ele é baixo, moreno e forte. Ela é magra, pálida e loira. Parece um pouco distante, talvez por estar cercada por nós, e não posso culpá-la. Julian não me contou muito sobre ela, mas entendo o porquê. Ela é absolutamente linda, e imagino que ele queira mantê-la longe de caras como nós. Por outro lado, eles não são tão próximos assim, então talvez ele simplesmente não saiba muito sobre ela. De qualquer forma, isso não importa. Ela está aqui, e estou feliz com isso. Quero conhecê-la. Talvez passar um tempo longe desses idiotas. — Escutem, cavalheiros — Julian diz de repente. — Quero agradecer a todos por terem vindo. Não nos reunimos assim com frequência suficiente, e eu gostaria de fazer disso uma tradição. — Parece bom para mim! — grito. Todos os outros concordam. Julian sorri, satisfeito. — Para esse fim, quero propor algo. Seus olhos brilham com um olhar diabólico, e eu sei o que vem a seguir. Julian é famoso por suas apostas. Ele adora jogos, não consegue se conter. Sempre propõe desafios, e na maioria das vezes é divertido. Às vezes ele exagera, mas é apenas Julian sendo Julian. — Aqui está o desafio — ele diz. — Ontem à noite, ganhei uma boa grana num negócio, e estou me sentindo generoso. Sei que nenhum de vocês precisa de dinheiro, mas o dinheiro pode tornar isso mais interessante. — Qual é a aposta dessa vez, Julian? — Kevin pergunta. — E fale por você mesmo. Alguns de nós podem sim precisar do dinheiro. Os caras riem. — Você não é tão pobre assim, Kevin — diz Matt. — Artistas famintos não ganham cortes de cabelo de quinhentos paus nem usam Rolex. Kevin sorri. — Ok, talvez eu tenha tido sorte ultimamente. — Ultimamente? — Dennis zomba. — Você vendeu uma pintura na Glorys’s por... — Vamos ao que interessa — Julian corta. Kevin lhe lança um olhar agradecido. — Escutem. — Nosso líder quer superar isso — brinco. Todos rimos. — Quem dormir com mais mulheres ganha um milhão de dólares. O cômodo entra em frenesi. Nenhum de nós precisa do dinheiro, mas essa é uma quantia absurda. — Você só pode estar brincando — Carter diz. — Um milhão? Sério? — É loucura, Julian — Dennis balança a cabeça. — Tudo bem que você está rico, mas tanto assim? Julian sorri. — Estou falando sério. Mas tem um detalhe. — Sempre tem — murmuro. — Se eu ganhar, cada um de vocês me deve algo. A tensão aumenta. Pergunto: — O quê, exatamente? Ele aponta para mim. — Seu carro. Eu fico em alerta. Meu Impala? Nem fodendo. Mas Julian continua listando os prêmios que quer de cada um. Carter, Kevin, Dennis e Chris protestam, mas no fim, acabam topando. Julian ergue seu copo. — Senhores, a um mês inesquecível de devassidão. — Aqui, aqui! — todos gritam. — O que está acontecendo? Viramos para ver Hyle entrando na cozinha. Vestida com uma camiseta listrada e jeans rasgados, o cabelo loiro bagunçado no topo da cabeça. Julian sorri para ela. — Que bom que você pôde se juntar a nós, mana — diz ele. — Estávamos discutindo o que faremos este mês. — É, temos um pequeno… — Kevin começa, mas eu o interrompo rapidamente. — Vamos dar uma festa amanhã — digo. — Então, espero que esteja preparada. Ela se encosta no balcão. — Uma festa? — pergunta, pegando uma torrada e mordendo um pedaço. — Exatamente — Julian confirma. — Uma grande explosão de merda. Ela sorri. — Estou morando em uma casa de fraternidade, não é? — Uma das melhores fraternidades imagináveis — Chris diz, passando um braço em volta dela. Percebo o olhar de Julian, e ele não parece nada feliz. — Mas vamos cuidar bem de você, não se preocupe — Matt acrescenta, sorrindo. — Ok, chega disso — Julian diz, e Chris se afasta de Hyle, rindo para si mesmo. Ofereço café da manhã para Hyle, e os caras começam a se dispersar. Julian sai com Carter e Chris, enquanto eu observo Hyle conversando sobre qualquer coisa com Kevin e Dennis. Ela vai ser um problema. Eu já sei. Ela é linda, sedutora, e Julian claramente quer que todos fiquem longe dela. Mas já percebi que não sou o único interessado. Por alguma razão, isso não me incomoda. Eu já a quero. E não me importo em ter que trabalhar para conseguir exatamente o que desejo. Este vai ser um mês selvagem, já posso sentir. Julian quer que todos nesta casa aproveitem ao máximo e fiquem com o maior número de pessoas possível, mas algo me diz que isso não vai acontecer. Pelo menos, para mim, só há uma coisa que me interessa. Hyle. A irmã dele. Ela é a única garota que eu quero provar agora. Talvez eu perca a aposta, mas não me importo. Ela deve valer muito.
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