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3671 Words
Negando-se a pensar mais que naquele dia e naquela hora, Dean deu conta do café, e depois se permitiu o prazer de uma longa ducha quente. A água desceu sobre a parte rígida que sentia e, depois de um enérgico formigamento, se sentiu renovado e limpou todo o resto do sangue. Depois se secou, tomou um comprimido, barbeou-se, escovou os dentes e... Rendeu-se. Tal como Cam lhe pediu na carta iria a casa. Falaria com ela. E com Jack. Mas, nada havia mudado, e assim o faria saber suas irmãs. Não tinha nada mais em comum que o sangue. E, pensando bem, isso não valia muito. Devia significar algo, os três teriam se criado junto em vez de em dois extremos opostos do país. Importava-se algo, alguma de suas irmãs teria tratado de entrar em contato com ele antes. Depois de quatro horas de debate interno, Dean realizou algumas chamadas, fez as malas, entregou a chave do escritório a imobiliária que lhe alugava a casa semanalmente e reservou seu voo. Simon estava furioso, mas passaria. Dean não havia entrado em detalhes sobre a necessidade de fazer aquela súbita viagem, estando como estava depois do combate, e Simon não o pressionou. Tinha o número do celular de Dean e esse lhe havia prometido telefonar quando chegasse a Harmony. Não era como quando tinha que entreter três vezes ao dia, preparando-se para um combate. Depois de suas recentes viagens pela Europa, Reino Unido e Boston, estava a caminho de subir de categoria. Já tinha ofertas pendentes de alguns patrocinadores, mas podiam esperar. Merecia uns meses de descanso. Merecia ver sua família. E, sobre tudo, merecia ter a oportunidade de ser retribuído. De pé na sacada do primeiro andar, com os braços cruzados sobre a fria barra de ferro, Eve Lavon contemplava as pessoas que dançavam ao som da música country no piso debaixo. Em muitos aspectos, Roger’s era o cenário perfeito para uma festa de solteiras. O discreto bar oferecia bebidas, dança, quartos particulares, um local festivo... Mas, odiava o Roger. Não lhe apetecia em absoluto fazer negócios com aquele porco. Sem olhar, Eve alongou a mão até a garrafa de cerveja que havia deixado sobre uma pequena mesa ao seu lado. Terminou-a e em seguida deu meia volta e se dirigiu a outra barra. Deteve-se ao ver um homem alto, de aspecto rude e que parecia ter recebido uma surra, de pé na entrada do bar. Viu-o investigar o local com receio, os lábios franzidos em um gesto de desgosto e no corpo uma atitude de cansaço. Estava claro que Roger’s não era o que esperava. Por fora, Roger’s Rodeo parecia um tranquilo bar, mas uma vez dentro, era sim um lugar, sem dúvida, um ruidoso clube de dois andares, compunha-se de um andar ao nível da rua e outro aberto, do qual podia observar o inferior encostando-se na barra que circundava. Ambos dispunham de um balcão de bar e de uma série de quartos particulares. Mas, a ação estava no piso inferior: dança um touro mecânico, bilhar e máquinas de pinball. Ao longo da barra do piso superior havia uma fileira de mesinhas para dois, deixando também um espaço suficiente para os espectadores. Essa noite, Eve havia ido olhar e decidir se ia a organizar ou não uma festa em uma das salas particulares embaixo. Em Harmony, Kentucky, não havia muitas opções, e a maior parte delas eram propriedade de Roger. O grupo que havia contratado seus serviços não queria sair da cidade, de modo que... O recém-chegado cravou o olhar nela e Eve notou que o coração se acelerava. Ao que parecia naquela noite de trabalho ia ter lugar para um pouco de prazer. O homem começou a andar. Tinha um aspecto... Intenso demais. E, parecia ter recebido uma boa surra. Mas, era mais sexy. Duro como uma rocha e cheio de contusões, toda virilidade e segurança em um, mesmo apesar dos golpes. Para sua surpresa, quando chegou a sua altura, sua boca de formou em um semi-sorriso e, rodeando a Eve, se apoiou na barra. Assim que gostava de jogar duro? A Eve essa atitude pareceu-lhe divertida e interessante. De modo que se voltou e retomou sua posição na barra. —É a primeira vez que veem aqui? —E provavelmente a última – respondeu ele com a voz grave, sem afastar o olhar dos dançarinos do piso inferior. Uma voz bonita, profunda. Eve notou que um calafrio lhe percorria o ventre. —Não, se tem intenção de ficar um tempo em Harmony, Roger’s Rodeo é o único lugar decente aonde vir tomar uns drinks em companhia. —Beber sozinho também tem suas vantagens – disse ele elevando um musculoso ombro. —Por exemplo? —Menos barulho – respondeu o homem ao tempo que se voltava rumo a ela e lhe percorria o corpo com um olhar atrevido – Está bebendo sozinha essa noite? —Não mais – respondeu Eve fazendo um gesto com a garrafa de cerveja vazia – E diga-me, te pisoteou um touro ou se esqueceu de abrir o paraquedas quando saltou do avião? Dean ficou a olhando de boca aberta. —Era um touro russo, e com piores intenções que o próprio d***o. —Devo entender que ganhou o touro? —O certo é que não. —Ah, bom, as aparências enganam. Dean a olhou fixamente. —Espero que não; Essas três palavras destilavam sensualidade. Eve quase deixou escapar um suspiro. Como podia um homem possuir tão poderoso atrativo? Fazia muito que não se sentia assim. Queria aproximar-se mais. Queria tocá-lo. Inclusive naquele infestado bar, com cheiro de álcool e suor flutuando no ar, pode detectar seu aroma. Intenso e com traços de ar livre, sugeriria que levava muitas horas dirigindo, provavelmente com as janelas abaixadas. Gostou disso. Seu cabelo revolto era castanho claro, quase do mesmo tom que seus expressivos olhos. Seu mais de um metro e noventa se erguia agora diante de Eve superando-a pelo menos trinta centímetros. Usava uns jeans gastos e uma camiseta preta que se adaptava a seu corpo sem grudar demais, apesar de seus sólidos músculos serem perfeitamente visíveis. O que fosse que fizesse, mantinha o seu corpo livre de gorduras. Eve olhou atrás de si, viu uma mesa vazia e disse: —Quer que nos sentemos? —Sentar é minha única alternativa por agora? – perguntou ele procurando o olhar dela. Que o céu a ajudasse. Queria derreter-se ali mesmo. No lugar disso, sua boca esboçou um sorriso brincalhão. —Por agora. Os lábios dele se ergueram formando um aberto sorriso. —Então se além de nos sentarmos, especialmente se, além disso, posso tomar uma cerveja. Eve rodeou com seus dedos um dos pulsos de Dean com o pretexto de guiá-lo. Notou que tinha os ossos amplos, a pele quente e o cabelo encaracolado. O fato de não poder segurar com os dedos toda a circunferência de seu pulso fez que o coração lhe bombeasse o sangue no dobro do ritmo normal. De caminho até o lugar semiprivado ao que se dirigiam. Eve se deteve um momento no balcão. —Pode nos trazer umas cervejas Dave? —É pra já. —Obrigada – disse ela. Chegaram à mesa bem a tempo de impedir que outro casal a pegasse. Uma vez ali teve que soltá-lo, então lhe estendeu a mão para se apresentar. —Me chamo Eve. Ele olhou a mão estendida, mas não a segurou. Em vez disso, a pegou, levando a palma a seus lábios depositou nela o mais terno dos beijos. Sem soltá-la sussurrou: —Olá Eve. Acalme-se, se disse ela. Inspirou profundamente e inclinou-se sobre ele como se fosse revelar um segredo. —Tá bem, você me enrolou. Já pode relaxar. Ele acariciou a face interna do pulso com o polegar, enquanto negava lentamente com a cabeça. —Não me parece que vou poder. —De verdade? – disse ela, e se maldisse pelo grasnado que saiu de sua garganta. Teve que pigarrear antes de continuar – Quer tentar? —Deixa-me te provar antes? —Provar-me? – Oh sim aquilo soava genial – Quer dizer...? Com um pequeno puxão, Dean a atraiu rumo a si com uma mão, enquanto pousava a outra na parte inferior de suas costas com suavidade. Eve não se sentiu forçada em nenhum momento. Mas, se sentiu... Seduzida. Não era por acaso uma sensação única? —Um beijo – o respondeu e seu ar roçou nos lábios de Eve – Somente um pequeno beijo. Seria capaz de controlar-se? Duvidava. Em Harmony não havia homens como aquele. Sua experiência era limitada. Nunca antes tinha conhecido alguém... Uma sensação ardente e úmida percorreu seu lábio inferior confundindo-lhe os pensamentos. Com suma delicadeza, o homem fazia o contorno de sua boca com a ponta da língua até chegar à comissura e volta atrás, sem poder evitar, Eve entreabriu os lábios. Dean não se mostrava dominante. Ao contrario, o contato de sua boca sobre a dela era sumamente leve, mas fez que Eve se aproximasse procurando mais. Ele balançou a cabeça quase imperceptível e afundou com a língua na boca dela, roçando os dentes, insistindo até encontrar sua língua... E então retrocedeu. Com a respiração entrecortada. Eve ainda demorou um pouco em dar-se conta de que tinha deixado de beijá-la. Abriu os olhos e encontrou com o olhar intenso daquele homem. —Ok. Algo pareceu brilhar nos olhos castanhos dele, como se um vulcão houvesse entrado em erupção, e Eve supôs que acabava de selar seu destino... Ao menos por ao que se referia a essa noite. —E agora – começou ela tentando recobrar a compostura – que tal se...? Alguém lhe agarrou o braço por trás. O contato a tomou desprevenida e retrocedeu dando tombos até quase cair. O homem fez ornamento de seus reflexos incríveis. Em questão de um segundo, Eve estava livre da mão que a segurava, de pé e a salvo atrás dele. Ela ouviu, não obstante, o tom sarcástico de Roger. —Interrompi algo? Merda, merda e merda. Como poderia ter se esquecido de Roger o Repulsivo? Saiu detrás das costas que a protegia para enfrentar o gesto reprovador de Roger. Ao olhar ao homem que acabava de conhecer, o viu inexpressivo. Não parecia furioso. Nem preocupado. Não parecia o tipo de homem que reagia por instinto ante de uma situação na velocidade de um raio. —Sinto muito – disse-lhe. —Esqueça as desculpas – espetou-lhe Roger. —Não estava dizendo a você – esclareceu ela, colocando entre os dois homens e empurrando Roger para afastá-lo – Não sei como, mas me havia esquecido de que havia ficado de falar com Roger essa noite de negócios – explicou-lhe a Dean com um sorriso. —Negócios é? —Ele é o dono desse antro, e sou organizadora de festas e eventos – explicou-lhe Eve levantando os ombros em sinal de desculpa – A cidade não deixa muitas opções, de maneira que me vejo obrigada a usar esse lugar de forma regular. —Obrigada? – grunhiu Roger – Sem mim não teria negócio. Aquilo estava estranho e Eve se dispôs a colocar Roger em seu lugar, mas ele se adiantou. —Sei que é uma menina educada e vai me apresentar. —Claro – disse ela, consciente de que não deveria ter provocado Roger. O homem tinha razão. Sem ele e seu locais, não gozaria de um negócio tão lucrativo – Roger Sims o proprietário – Eve fez um gesto rumo a Dean – E você é quem? Dean sorriu. Roger deixou escapar uma mordaz gargalhada. —Nem sequer sabe seu nome? Por que será que não me surpreende? Os dois ignoraram Roger. Apoiando um ombro contra a parede, o jovem disse. —Quase todo mundo me chama de Furacão. —De verdade? – “Que estranho” pensou Eve. Certo que sua aparição havia causado estragos nela como se tratasse de um furacão, mas esse não podia ser seu verdadeiro nome – Oh um momento. Trata-se de algum apelido? É lutador? Roger se aproximou. —Espero que se trate de uma brincadeira. Furacão piscou um olho a Eve, que o encontrava realmente fascinante, por que, de alguma maneira, o sobrenome lhe ia como uma luva. —E como foi que te colocaram esse apelido? Quero dizer, por que não redemoinho ou Destruidor? —Não o escolhi. Colocam-no e se adapta bem a seu personagem, fica para sempre. —Miúda idiotize – resmungou Roger. Dean lhe dirigiu um olhar fugaz, mas não o considerou digno de sua atenção e o devolveu de novo a Eve. —Quanto durará a reunião de negócios? – perguntou-lhe. Ao que parece não tinha gostado muito de Roger —Durará bastante, de modo que será melhor que vá esquecendo – respondeu no lugar dela. Com a voz e o gesto mais inexpressivo que possa imaginar, o homem se aproximou de Roger e disse: —Não gosto muito de você. —E supõe que isso me incomoda? —Somente estava afirmando um fato. Roger se inchou como um pavão. —Está procurando briga? Eve reprimiu um pequeno gemido. Roger era o típico mala ao que gostava de provocar a qualquer pobre d***o para que soltasse o primeiro golpe. Então, dava-se a volta e fazia que arrastassem o tipo por ter começado uma briga... Brigas que logo Roger se encarregava de terminar. —Não – Limitou-se a responder ao iludido. —Então... Tomando Eve pelo braço, Furacão a afastou uns poucos metros de Roger. —Quanto acredita que irá demorar? – perguntou-lhe depois de colocar com delicadeza uma mecha de cabelo atrás da orelha. Ela se sentia eufórica. Por fim, apareceu alguém que não se importava com o que Roger pensava. Alguém racional que não se deixaria convencer para meter-se em uma estúpida competição entre machos. Furacão poderia ser seu cavalheiro brilhante de armadura. Estaria em Harmony para ficar? Tomara que fosse assim. —Não muito – respondeu ela voltando-se rumo a Roger em seguida – Aceito a data de que temos falado. O preço que me deu parece bom. Sete horas, desde as oito da noite até às três da manhã. Três quartos particulares. Uso exclusivo do touro mecânico trato feito? – E Eve estendeu a mão. Roger apertou os dentes. —Tem que firmar o contrato – disse ao final, mas em vez de aceitar a mão que lhe oferecia, fechou os dedos em torno de seu pulso – Podemos nos ocupar dele em meu escritório agora mesmo. Como sempre, Roger apertava demais, e Eve fez um gesto de dor, esperando em parte que seu cavalheiro interferisse. Mas não o fez. A contenção que mostrou a deixou perplexa e estremeceu ao mesmo tempo. Ela tirou o braço tentando livrar-se de Roger. —Desde quando precisa que te firme contrato no ato? Quanto mais se esforçava em espaçar, mas lhe apertava o pulso. —No verão é uma época de muito trabalho, já sabe. Se quiser que te reserve o local, terá que firmar – E decidido a sair com a sua, atirou dela para obrigar a caminhar. Sem quer Eve fez outra careta de dor. Furacão saiu de sua posição indiferente e ergueu em toda sua estatura. —Sem querer ofender seu espírito de mulher livre, precisa de ajuda? – perguntou como se estivesse falando do tempo. Fulminando Roger com o olhar Eve disse: —Não, por que irá me soltar agora mesmo. Mas, em vez de fazê-lo o homem apertou mais ainda. —Se quiser... —Sinto muito, mas não posso permitir. De novo, Furacão se moveu com agilidade e rapidez. Em questão de segundos, agarrou a Roger pelo pulso e o apertou. Com um gemido de dor, o outro abriu a mão liberando assim Eve. E quase ao mesmo tempo, a atirou com força para soltar a pressão que exercia sobre o Furacão: isso a deixa ir. Provavelmente por que não esperava, Roger tombou para trás, se deteve ao chocar contra uma mesa, perdeu o equilíbrio e se caiu sentado no chão. A mesa se voltou sobre ele causando um tremendo revolto. Menos m*l que Dave não lhes tinha trazido ainda as cervejas, ou se teriam molhado ao cair. Por dentro, Eve riu ao ver o aperto em que Roger se encontrava. Por fora, imitou a Furacão fingindo indiferença. —Fez de propósito? - perguntou Eve a Furacão, enquanto Roger tentava recuperar a compostura. —Meu propósito era soltá-la. —Poderia ter me arrumado sozinha. Ele levantou os braços e lhe roçou suavemente com o polegar a pele enrijecida a causa da pressão da mão de Roger. —Antes ou depois que a machucasse? —É uma situação complicada. —De verdade? – Apoiou-se contra a parede – E como é isso? Antes que ela pudesse responder, Roger conseguiu ficar de pé. Com o rosto vermelho e tremendo de raiva, resmungou entre os dentes: —Quero que saia do meu estabelecimento. Agora mesmo. Furacão o olhou entediado. —Suponho que você não possa ir daqui comigo. Eve desejava enormemente poder fazê-lo. —Sinto muito, não. —Fora. Colocando-se na ponta do pé, Eve se postou diante de Roger. —Já vai Roger. Você provocou essa situação, e sabe. —Ele me atacou. —Por que havia colocado a mão encima de mim. Outra vez. As narinas do homem se abriram. —A mão de outro homem está bem, mas as minhas não, verdade? Eve apenas podia respirar. Não compreendia Roger e nunca o compreenderia. —Seja como for, farei que Cam veja como realmente é – prometeu-lhe. —Poderia dizer o mesmo – replicou Roger erguendo os ombros – E se não fosse por Cam, te diria para procurar outro lugar para celebrar suas festas. Deveria se alegrar de que seja sua amiga. As palavras de Roger flutuavam pelo ar quando esse deu meia volta e se foi dali com passo irado. Um pouco envergonhada pelo estalo de cólera, Eve olhou Furacão furtivamente. Esse permanecia quieto atrás dela, seu rosto como uma mascara, atravessando-a com o olhar. De alguma maneira difícil de explicar, pareceu-lhe que ele tinha um aspecto muito, muito diferente. —Bom – Eve enlaçou as mãos em sinal de desculpa – De verdade que não sei como consigo sempre me meter nesses casos, mas acredito que com este já tive bastantes situações desagradáveis por um dia. —Quem é Cam? O tom e a postura de Furacão indicavam desinteresse, mas seus olhos diziam algo totalmente diferente. Demonstravam emoção, estava aborrecido com Roger e tratava de escondêlo? Como podia saber ela quando fazia pouco tempo que o conhecia? —Cam Conor. Minha melhor amiga. Ele fez um pequeno gesto de assentimento antes de perguntar: —O que tem ela a ver com Roger? Eve esfregou a testa. —Infelizmente, Roger quer que se casem. Já o pediu muitas vezes, e apesar de que Cam ainda não lhe disse que sim, e tampouco que não. A música estrondosa e a cacofonia causada pelas vozes não bastaram para acabar com o denso silêncio que se formou entre ambos. Ele a observava com persistente fixação, o qual a intimidou um pouco. Ainda assim, Eve tentou rir. —Mas isso é problema meu – disse e ao ver que suas palavras não relaxavam a tensão perguntou – O que achou de Harmony? —Não é grande coisa. Maldisse por desejar que voltasse a sorrir, apesar de que fosse somente um pouco. — E eu? – Eve girou a cabeça rumo a ele – Deixei-lhe impressionado? —Leva uma vida interessante. Aliviada, Eve deixou escapar uma suave gargalhada diante da observação brincalhona. —Não acredita. Quase sempre consigo manejar bem Roger. Não por que lhe tenha alguma simpatia. Mas sim por que pode ser que Cam se case com ele. Assim, me mordo a língua, trato de guardar minhas opiniões e... —Rejeita seus avanços? Ali sim que não podia lhe dar razão. —Não o chamaria tanto de avanço como interesse necessário. Sempre acreditei que o fazia por que sou amiga de Cam. Como se esforçasse para ter amizade comigo por que Cam e eu somos muito intimas. —Não é por isso. Ela fez uma careta. —Então quem sabe? Nunca consegui entender Roger. Claramente para mudar de assunto Furacão perguntou: —E agora o que? Eve olhou a hora e quis maldizer o destino. —Temo que minha carroça esta a ponto de converter-se em abobora. —Deixa que o faça. Tenho um carro de aluguel na porta. Aquele homem era uma tentação muito grande. —Escuta, não sou de me ligar com os caras dos bares. E nunca o faço com lutadores profissionais apelidados de Furacão – Deixou escapar uma gargalhada carente e alegre – Roger tinha razão em uma coisa. Essa noite não fui muito educada. De todos os modos, como o mais provável e que não volte a vê-lo, não tenho que me preocupar com o que possa pensar de mim. —Acredita nisso? —Sim. E nesse caso... – Eve percorreu o espaço que os separava e estendeu as mãos rumo a ele. Descaradamente experiente Dean a estreitou entre seus braços até que pode sentir todo seu corpo e, sem perder um segundo, grudou sua boca contra a dela. Aquele beijo não se pareceu em nada com o primeiro. Audaz, ardente, devorador, a deixou sem forças e com o corpo palpitando prazerosamente em muitos pontos. Aturdida desejando de todo o coração ter tempo para permitir uma fugaz aventura amorosa, Eve disse: —Vá outra vez. Ele susteve seu rosto com uma de suas enormes mãos, enquanto lhe acariciava a linha da mandíbula com o polegar. —Sobre a não voltar a me ver... “Por favor, por favor, peça o número do meu telefone”. —Sim? – perguntou ela esperançosa. Ele sorriu amplamente e causou estragos. —Não conte com isso. Confusa e incapaz de dizer algo, Eve permaneceu em pé, vendo-o ir embora. Não havia dúvidas de que era igualmente atraente por trás como na frente.
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