Dom Carvalhedo narrando
Eu nunca conheci a bondade do mundo, das pessoas que vive no mundo, tive que amadurecer ainda cedo, ainda moleque para estar onde estou hoje, no topo, governando com punhos, frieza e obscuridade, aliás tudo em mim se resume ao obscuro inferno, ao meu comando obscuro, ao comando de Dom.
Dom o comandante do Morro do Congonhas, meu vulgo para todos, sou Dominic Carvalhedo, filho de Damon Carvalhedo, não tenho sobrenome de mãe, aliás não tenho mãe.
Sequer a que me pôs no mundo posso considerar assim, ser chamada assim.
Uma mulher que preferiu um momento do que uma vida inteira, do que a própria família, não é digna de absolutamente nada.
Eu ainda estava me preparando para ocupar o cargo que ocupo hoje, a cadeira que agora é minha, eu não queria que tivesse sido assim, eu não queria, eu era um moleque ainda.
Eu ainda me lembro como se fosse hoje, e por mais que os anos se passe, que eu tente, ainda está aqui, vivo dentro de mim, como um filme em minha cabeça relembro e relembro das cenas todos os dias.
Estava com 15 anos quando tive que assumir o comando, o morro, que as responsabilidades veio com força total, como um tapa forte em meu rosto, me acordando de vez pra vida.
Porra, eu tinha treinamento, mais não o suficiente para comandar um morro.
Faltava três anos ainda para eu comandar de vez, e até lá eu já tinha aprendido de tudo, porque meu pai estava me preparando para isso, para que quando esse dia chegasse eu estivesse totalmente pronto, com dezoito anos, não com quinze c*****o.
Mais a mulher que dizia ser minha mãe, que dizia nos amar, foi a própria que tirou isso de nós.
Naquela noite meu mundo acabou ali mesmo naquele quarto, vendo aquela cena, vendo tudo que eu vi.
Naquela noite, a escuridão se apossou em mim, não me deixando mais, e desde então foi a minha companhia.
Estávamos fora, meu pai iria demorar demais para chegar em casa, eu e meu irmão o Ricardo conhecido como Riquinho, estávamos com ele em um de seus negócios, negócios esse que não deu certo e retornamos para casa.
Assim que chegarmos em casa estava tudo em silêncio, o Riquinho levado como era, subiu as escadas indo atrás da mulher que era nossa mãe, eu fui atrás dele, meu pai nos seguiu, ao abrir a porta a cena que nossos olhos virão foi algo que destruiu nossa família, destruiu em nós a imagem de mãe, de carinhosa, de amorosa e sorridente que ela era conosco.
Ela estava na cama com outro transando, na cama e quarto que era dela e do meu pai, eu tratei logo de fechar os olhos do Riquinho o puxando para mim, para que não visse essa cena escrota.
Meu pai não pensou duas vezes e meteu um tiro no meio de sua testa, sem lhe dar ao menos uma explicação, se é que existia uma para isso que tínhamos acabado de ver.
O homem que estava com ela era dono do morro do chapéu mangueira, o perigo é seu vulgo.
Ele conseguiu escapar, o maldito conseguiu assim que minha mãe levou o tiro, porque ao vê-la morta no chão toda ensanguentada, meu pai entrou em desespero gritando e chorando que havia matado o grande amor da sua vida, que a mulher que ele tanto amava havia o traído, o desespero foi grande e total, eu não sabia o que fazer, pois o Riquinho chorava muito, com toda essa confusão e eu tentava o acalmar, não o permitindo ver essa cena.
E meu pai mais uma vez não pensou duas vezes, muito menos em nós e também se matou ali com um tiro na cabeça.
Nos deixando ali, me deixando ali com a cena dos dois mortos na minha frente, da responsabilidade que bateu com força na porta, um moleque de 15 anos enterrou seus pais e ainda teve que cuidar do seu irmão de 11 anos.
Tive que dar um duro, passar necessidade para que nunca atingisse o Riquinho, para que nunca ele sentisse fome, desde então não sei o que é mais ter um coração, ter uma alma, com toda certeza está condenada ao meu inferno onde o comando é meu.
Eu tive que trabalhar duro, que comandar esse morro com punhos de aço, dar todo conforto ao Riauinho, cuidar dele, o manter seguro e bem.
Sofri muito, e tudo isso fez de mim esse homem que sou hoje, me tornar assim, e não foi de minha índole, porque eu quis ser assim, fui obrigado a ser assim, a vida me obrigou a ser assim, ela aquela que deveria pensar em nossa família me obrigou a ser assim no momento que destruiu nossa família, que nosso pai de nós.
Depois de tanto apanhar da vida, de sentir dores, de chorar, aprendi a não sentir mais à dor, a não produzir mais lágrimas, me tornando esse homem frio, sem escrúpulos, sem amor, sem misericórdia ou compaixão.
Arrogante, c***l, calculista, sem coração, sem amor no coração, destruo tudo que me incomode, não tenho piedade ou misericórdia, quem perdoa é Deus, eu mando logo pra vala.
Hoje com 32 anos comando o meu inferno obscuro junto com o meu irmão que é o subchefe que está com 28 anos, dou minha vida pela dele, se preciso for, sem hesitar, assim como ele também, mais não somos próximos assim, não como eu queria que fôssemos, o Riquinho é muito parecido com ela, moreno, cabelos pretos, olhos verdes, tem também tatuagens pelo corpo, alto como eu.
Eu puxei meu pai, branco, olhos azuis, cabelos claros, tenho barba com bigode, várias tatuagens pelo corpo e rosto, diferente do Riquinho eu tenho o dobro dele, temos o mesmo tamanho 1,90.
Essa semelhança forte entre eles dois nos afasta, não consigo demostrar amor, permanecer no mesmo ambiente que ele por muito tempo, sozinhos.
E isso é f**a, ele acha que eu o odeio, que o rejeito por sermos diferentes em tudo, mais não é nada disso pow.
Sou eu mesmo, porque todas as vezes que eu o olho, é ela que vejo, a mulher que nos destruiu, que destruiu nossa família.
A culpada de tudo que passei, e desse homem que me tornei.
Ele não lembra de muita coisa, é como se havia-se apagado de sua memória, e eu gosto disso, de saber que pelo menos ele não é atormentado pelo passado, que não tem pesadelos todos os dias com as cenas fortes que presenciei.
Eu queria que tivesse apagado em mim também essas lembranças, mais está cada vez mais vivo em mim.
Não me deixando, e quanto mais luto para esses demônios que há em mim, fique fechado, mais eles se libertam, revelando meu verdadeiro eu.
Construir uma mansão o dobro da que tínhamos antes, dessa vez no topo do morro, a vista daqui é de se admirar, e daqui do alto vejo o meu morro todo.
Daquela casa não trouxemos nada, coloquei fogo, tentando enterrar de vez o passado, mais se enterrou em mim, assim não temos fotos do nosso pai, daquela mulher, ou de nós, e o Riquinho empurrou para muito longe quando veio com o papo de querer fotos de nossa mãe e nosso pai para lembrar deles melhor e de tudo que aconteceu, isso tem aberto e libertado cada vez mais algo r**m em mim.
O homem que destruiu também nossas vidas, estamos em guerra até hoje, já cheguei tão perto de matá-lo, mais algo ainda mim impedi de encerrar esse maldito ciclo r**m, e só fechará quando ele morrer, e como um bosta que ele é, está se escondendo de mim, mais ainda vou pega-lo e matar ele lentamente, ele morrerá vivo.
Nunca tive uma fiel, não pretendo ter nunca, mulheres são todas iguais, e do mesmo modo que aquela que se dizia amar meu pai, nos amar, nos traiu da pior maneira que se pode trair a família, lealdade, respeito e caráter, as outras também farão o mesmo, e as marmitas daqui só querem o meu dinheiro, e também ter o cargo de fiel, as iludidas acham que conseguem isso de mim com apenas fodas, m*l sabe elas que não há b****a que mim prendi, não há mulher nenhuma que me faça eu me apaixonar, eu gamar, sou quebrado demais, conheci o amor e ele foi tirado de mim, por aquela que dizia mim amar, que eu amei mais que tudo, desde então não o conheço mais, e todos que chegam são passageiros, ninguém permanece, quando conhece meu verdadeiro eu, ninguém vai até o fim, nenhuma mulher é capaz de mim amar, pois eu mesmo não permito que isso aconteça, as que estão comigo, ficam pelo dinheiro, mesmo esnobando, humilhando elas, mesmo sendo putas, nenhuma é Santa, mais também não faço por onde e muito menos elas, tanto eu quanto meus amigos já pegamos todas daqui, menos duas que nunca peguei, a Luísa e Lohane, Luísa meu irmão é de quatro por ela, ele tenta enganar, dizer que não, se enganar, mais a mim ele não engana, e sei o quão xonado nela ele é, desde moleque, mais a mina não dá bola, respeito e não procuro graça, a Lohane mina do meu parceiro Saulo conhecido pela favela por seu Vulgo Scooby, temos a mesma idade, crescemos juntos, ele esteve sempre do meu lado para tudo, somos como carne e unha, mesmo eu sendo muito fechado e grosso sempre, ele ainda sim é o único que consigo me abrir de verdade, não por querer, por ele encher o saco mesmo e também me conhecer de verdade, ele é gerente das bocas, a organização de shows é do Riquinho, mais o mesmo ajuda ele nisso também, juntos somos fodas, queria ser com o meu irmão como sou com o Scooby, mais é f**a demais, mais forte que eu, o meu parceiro sabe de tudo sobre nossa história, menos meu irmão mesmo, e essa parte oculto com tudo, para que ninguém saiba, muito menos ele, alguns suspeitas, mais nada verídico, ninguém também fala nada, pois sabe que no meu morto na aceito patifaria, não aceito fofocas, mando ir pra salinha dar um novo corte, sem frescor pro meu lado, briga de mulher por causa de macho é resolvido logo, mando logo para casa do c*****o essa p***a.
Sou um chefe que cuida dos seus, de quem é trabalhador e realmente precise, vagabundo não cria asas aqui no meu morro não, mando logo pra vala, sem mimi.
Aqui os vapor conhece bem as regras, não admito que ousem me fazer de otario, me roubar, não aceito que roube de ninguém daqui de dentro, não aceito brigas, fofocas, o baile acontece no sábado justamente para que no meio de semana o homem de família trabalhador não seja prejudicado, pago muito bem os gambé para que não subam não favela e façam merdas por aqui matando e machucando inocentes, tenho alianças, mais em casos de invasão todos devem se recolher, aqui é tudo muito bem organizado e cuidado, um chefe cuida dos seus, zela pelo que tem, e não cheguei onde estou atoa não, tive que ralar e quebrar a cara e muito, até ter respeito e estar onde estou, quero o respeito de todos assim como respeito também que mereça ter meu respeito, porque vagabundo tem vez comigo não, mais quero que me temem também, porque se me acharem bonzinho demais, montam encima e essa merda vira bagunça, e aceito c*****o nenhum aqui não.
O Benício conhecido por seu vulgo Jerry, também é um parceiro f**a, assim como o vapor Diogo conhecido por seu vulgo Frajola, os dois são vapores de muita confiança, todos meus vapores são, eles sabem com quem mexe, conhece bem o mato que eles apanham lenha, mais claro que temos sempre aquele que está com nós pra tudo, que você sabe que realmente pode contar, que não cobiça o alheio, muitos vapores caiem por isso, por cobiçar alheio, mané não corre atrás do seu não, quer o dos outros de mão beijada, é mole fi? Já mandei muito vapor pra vala por conta disso, como eu disse, não estou onde estou atoa não, sei muito bem decifrar quando alguém estar mentindo, correndo do comandante do inferno, porque eu sou o Dom o comandante do inferno, governado por mim, e conheço cada filho da p**a que mora aqui, também não dou trela para qualquer filho da p**a não, e babar em meu saco não caminha comigo não, muito menos cresce, porque vapor meu cresce junto comigo, mais batalha para ter o seu, dou fácil não, caminho com muitos, mais com os olhos bem abertos mesmo, confio nos de fora não, me diz com quem tu andas, que eu te direi, quem tu és, meu pai usava sempre essa frase, e mano guardo muito bem comigo, nem na minha própria sombra eu confio 100%, que pode me fazer vacilar a qualquer momento, vou confiar em mané? Nós é bom, mais não é bombom.
Confiar, não quer dizer perdoar não, vacila pra tu ver comigo se tem segunda chance, como eu disse, quem perdoa é Deus, eu não.
Como disse anterior, não tenho fiel, muito menos mulher que ache que mande em mim, que pode dar uma de patroa por aí, ou se achar fiel, dou moral pra v***a não, e todas já passaram nas camas dos demais vapores também, tô nem aí pra isso não, meu negócio é meter e tchau, tem isso de pagar de emocionado não, muito menos elas, tem uma que pego direto a Analine conhecida como Ana, é linda, mais não tem b****a de ouro, nunca transei sem camisinha, mano não sei nem como é, é fodas e sem caô.