Capítulo 1
Liz Valença narrando
Doze anos, são doze anos que perdi meus pais em um acidente de carro, após passa-se três meses que havíamos viajado para comemorar meu aniversário, eles haviam mim levado a Disney para conhecer e comemorarmos os meus doze anos, um sonho de toda menina que ama contos de fadas, conhecer tudo isso que lhe foi apresentado ainda na infância, infância essa que só durou por exatamente doze anos, pois passa-se isso eu perdi toda minha infância, o meu sonho de menina se foi junto, as lembranças boas de um aniversário perfeito, fantástico, incrível e especial como toda menina sonha em ter, e tive, mais que infelizmente isso depois foi tirado tudo de mim, meus pais me deixaram sem eles, sem crescer sem o amor deles, me tornei uma adolescente e mulher jovem sem eles.
Meu pai trabalhava em uma empresa de carros, e por isso ganhava muito bem, não éramos ricos, mais tínhamos todo o conforto, eu andava muito bem vestida e frequentava as melhores escolas, e viajamos, não muito, pois o mesmo trabalhava muito e quase não tinha tempo para isso, mais sempre que podíamos viajamos no meu aniversário, e a nossa última viagem juntos e felizes, lembrança essa que carrego comigo sempre, que não quero jamais esquecer, pois é assim que quero lembrar-me deles, felizes por mim, uma família completa e felizes que éramos nós três.
Morávamos em Balneário Camboriú, Santa Catarina.
Meu pai teve que fazer uma viagem de seu trabalho em uma cidade vizinha, eu estava na escola, e depois ficaria com a mulher que trabalhava lá em casa desde que eu nasci, a Joaninha, Joana era o nome dela, mais eu a chamava assim, minha mãe o acompanhou pois sabia que eu estava bem e segura com a Joaninha.
Eles foram de carro próprio, e o pior aconteceu, um cara invadiu a contra a mão em alta velocidade, assim os envolvendo em um grave acidente, meus pais assim como o motorista do outro veículo morreram na hora com o impacto forte da batida, assim os tirando de mim, os levando para longe de mim, e essa sendo a última vez em que os vir sorrindo para mim, dizendo o quão mim amava, e que logo estariam de volta para mim, mais eles não cumpriram com a promessa, se foram, me deixando aqui sem eles, sem o colo de mãe, sem o abraço de pai, sem o amor deles.
Meus avós materno pais da minha mãe após o enterro, resolver tudo dos meus pais, minha guarda foi dada a eles, assim eles me trouxe consigo para morar no Morro do Congonhas no Rio de Janeiro, em uma favela, favela essa que eu nunca havia vindo, sequer já fui em uma, meus avôs sempre foram presentes em minha vida, iam sempre nos visitar nas férias escolares, onde fazíamos muitas coisas juntas.
Meus avôs nunca me deixaram faltar nada, principalmente o amor, carinho e atenção deles, sou a única neta deles, minha mãe era filha única também, meu avô me trata como sua bonequinha, diz que me lembro tanto a minha mãe, e é verdade.
Meus pais deixou uma boa poupança em meu nome, a casa que morávamos deu um bom dinheiro, assim nos deixando muito bem estação ainda, e que eu ainda pudesse ter uma vida confortável e continuar estudando em melhores escolas e assim fazer a faculdade em que estou hoje, pois meus avôs não pouparam em nada para que eu continuasse a ter o melhor conforto e estudo, frequentei escolas fora do morro, faço faculdade na melhor faculdade daqui do Rio, hoje com 23 anos estudo arquitetura, foi o que eu quis para mim e meus avôs apoiaram.
Não sou de sair para festas, aqui onde moro tem sempre Baile todos os sábados, mais nunca sequer fui, meus avôs nunca permitiram, também nunca andei vestida como as meninas daqui, não as julgamos, mais meus avôs não concordam com esse tipo de coisa, de como as meninas daqui se vestem e também se comportam, eu também não, mais como meu avô mesmo diz não temos nada a ver com isso, devemos somente respeitar, assim fazemos.
O dono do morro não o conheço, moro no começo do morro, então não sei do que acontece lá para cima, já que nunca fui para aqueles lados, não sinto falta, não tenho curiosidade assim também, minhas amigas falam que sou careta e que chega ser engraçado, já eu vejo ao contrário delas, o que não conheço, nunca vivi, não tem como eu sentir falta ou ter curiosidade sobre.
Mesmo não saindo assim aqui no morro, somente aqui, pois fora daqui meus avôs permitem, além da faculdade, vou ao shopping com minhas amigas, elas moram próximas a mim, a Luísa (Luli) seus pais são donos de uma padaria aqui pertinho de casa, tudo é muito delicioso que dona Lene faz, assim como eu a Luli não tem irmãos, faz faculdade de Enfermagem está quase concluindo, a Lohane (Lory) faz faculdade de Direito, ela mora também com seus pais e irmão que são donos de um mercadinho, porém o mercadinho não é aqui perto, é na praça, nunca fui lá, somente na padaria mesmo.
Elas são doidinhas, totalmente diferentes de mim, até mim pergunto como temos essa amizade forte e unida como a que nós temos, estamos sempre aqui uma para a outra, não importa o que seja, nos apoiamos, claro que diferente de mim elas já foram nos bailes daqui, vivem querendo me arrastar, mais claro que não vou, meus avôs não permitem e também não faço interesse, os ajudo em casa, e também estudando muito, para assim ter uma carreira profissional, pois depois de fornada pretendo trabalhar, falta somente dois anos para isso acontecer.
Sou virgem ainda, só dei dois beijinhos em um garoto na escola, quando estava com 16 anos, depois disso não mais.
Não me acho tão atraente assim, acho que por isso ninguém nunca se interessou por mim, ou vai ver porque não saiu de casa assim, a não sei, mais até gosto disso, dessa minha vida assim.
Sou de pele clara, cabelos médios na cor castanho mel, meus olhos são um verde palha mais escuro, tenho 1,66 de altura, sou bem magrinha, não tenho o corpão como muitas das meninas que vejo por aqui, tá tudo bem, acho que está, bom não sei.
[…]
Luísa- Liz algum problema?
Liz- Não, porque?
Lohane- Temos te achado estranha, distante.
Liz- Impressão suas, tá tudo bem.
Luísa- Tem certeza? Seus avôs estão bem?
Liz- Sim, estão bem.
Lohane- Então compra alguma coisa Liz, ou deixe que te presenteamos.
Liz- Não, nem pensar nisso.
Luísa- Você nunca que aceita nada que te damos com carinho.
Lohane- Verdade, estamos sempre aqui juntas nas compras, você nos ajuda, mais não compra nada e não nos deixa te presentear.
Liz- Porque estou bem gente, sério mesmo, não preciso de nada, tenho roupas, e sabem também que não sou assim, as acompanho porque amo estar na presença de vocês, nem que seja somente para as acompanhar nas compras.
Luísa- Você é uma chata isso sim, a sorte sua que amamos você.
Liz- Kkkkkkk
Amei os looks de vocês, vão arrasar no baile.
Lohane- Também amei, e vou levar esses três looks aqui.
Luísa- Vamos Liz? Você dorme lá em casa, peço a tia Benta para que você durma lá.
Liz- Não, sabem que não curto muito isso, vão se divertir e depois me contem como foi.
Lohane- Desisto.
Luísa- Aff, eu também.
Liz- Kkkkkkkkkk
Elas bufam irritadas por eu sempre recusar ir a esse baile com elas.
Elas não se vestem assim como as meninas daqui, que estão todas sempre iguais, tem seu próprio estilo e gosto, se vestem bem, a condição delas são muito boas, melhor que a minha, mais não importamos com isso, eu também não.
Claro que estou distante assim porque algo acontece, mais não as quero preocupar com isso, porque não é somente sempre querer me presentear com algo, gastar comigo, se preocupar comigo, elas também se preocupam muito com meus avôs, são muitos queridos para ambas, assim também como eles gostam das duas.
Eu tenho achado o vovô e a vovó muito estranhos, esses dias ele até passou m*l, foi para o hospital, mais a vovó sempre diz que não é nada demais, só um m*l estar passageiro.
Eu decidir confiar neles, pois os dois tem planos de saúde, e claro que estariam bem, eles se cuidam, e deve realmente ser somente coisas da minha cabeça, assim também espero que seja.
Elas me deixaram em casa, a Luli tem um carro, a mesma ganhou de seu pai, presente de aniversário.
Sempre vou à faculdade com elas, nos dias que temos aulas juntas, quando não temos vou de ônibus mesmo, não me importo com isso.
Liz- Vovó cheguei.
Benta- Minha menina, como foi seu dia?
Liz- Bem vovó, e vocês por aqui, tudo certinho?
Benta- Sim minha querida.
Liz- Tem certeza vovó?
Benta- Claro meu amor, não há nada para que você possa se preocupar.
Vá descansar, quando a janta estiver pronta eu a chamo.
Liz- E o vovô?
Benta- Está tirando um cochilo, vá também.
Liz- Não precise de ajuda para preparar o jantar? Porque a senhora não vá descansar, e deixe que eu faça vovó, a senhora já faz muito.
Benta- Não querida, não estou cansada, irei fazer a sopa que você e seu avô gostam, se precisar de qualquer ajuda, ou me sentir cansada, eu a chamo.
Liz- Tudo bem vovó.
Ela beija meus cabelos e vou para meu quarto, minha vó é uma mulher forte, tem seus 65 anos, mais não demostra tanto assim, o vovô já demostra mais ter muita mais que a idade que ele tem, ultimamente tenho o notado mais fragilizado, mais acho que deve ser pela idade já que o mesmo tem 85 anos, é deve ser somente isso mesmo.
[…]
Desperto, olho no relógio e são 18:30, quase na hora do jantar, jantamos sempre as 19:00 em ponto, nossa dormir demais.
Levanto indo para o banheiro tomar um banho, escovo os dentes mesmo sabendo que irei escovar novamente depois, tomo um banho ensaboando meu corpo, termino e vou hidratar meu corpo, me perguntar, penteio meus cabelos fazendo um coque nele, visto um vestido de alça fina curto com babado colors estilo tropicália, pois o calor daqui do Rio é como se você estivesse perto do vulcão, quente demais céus.
Calço uma rasteirinha de pedrinhas e saiu do quarto indo de encontro aos meus avós, daqui posso sentir o cheiro delicioso da sopa, minha vó cozinha muito bem, e até me ensinou também, claro que não cozinho tão bem quanto ela, mais cozinho.
Liz- Huuum vovó, o cheiro delicioso de seu tempero já se instaura por toda casa.
Benta- Sente-se querida, o jantar estar pronto, e seu avô estar vindo também.
Liz- Deixe que eu os sirvo vovó, a senhora já fez demais.
Benta- Está bem, vou chamar seu avô.
Liz- Certo, enquanto isso organizo a mesa.
Ela vai chamar o vovô enquanto eu coloco a mesa, organizando tudo adequadamente como ela mesma me ensinou.
Joaquim- Uma menina de ouro temos em casa, que enche o vovô de orgulho.
Benta- Sim, nosso orgulho.
Me viro para meu avô, indo o abraçar.
Liz- Vovô, meu coração se aquece por saber do seu orgulho por mim, eu os amo demais, sou grata por tê-lós em minha vida.
Joaquim- Nós que somos, desde a sua chegada essa casa ficou cheia de cor e alegre, não queria que fosse assim desse modo sua vinda para cá, você enche o coração desse velho aqui de alegria e amor desde o dia que nasceu.
Liz- Também não queria que fosse assim, mais infelizmente não podemos voltar no tempo e os trazer de volta.
Joaquim- Não minha menina, não podemos, mais podemos ser fortes por eles, principalmente você, seu pai e sua mãe onde quer que estejam, estão felizes por ver a mulher em que se tornou, um coração imenso que tens, bondade demais há em você, você é incrível minha neta.
Liz- Te amo vovô, obrigada por tudo.
O beijo em seu rosto, o abraçando apertado, nós sentamos a mesa, os sirvo, me sirvo também.
O jantar como sempre ocorre entre muita conversa boa, com risadas, como é bom estar assim com eles, o vovô e a vovó fazem sempre questão de saberem tudo sobre como foi meu dia, fora da faculdade e dentro, eles se importam comigo, e amo isso.
Após o jantar eles foram para sala assistir televisão, eu fui arrumar a cozinha, sempre faço isso, assim a vovó descansa e não faz tudo sozinha, sempre que posso a ajudo em casa.
Termino de arrumar a cozinha e quando guardo o pano escuto um barulho, meu coração chegou parar por segundos.
Benta- Liz corre aqui.
Escuto a voz da vovó e corro para saber o que aconteceu, e a cena que vejo me faz ficar paralisada, com medo, lágrimas brotam dos meus olhos automaticamente.
Liz- Vovô.
Benta- Ligue para ambulância, precisamos o levá-lo ao hospital.
Faço o que ela pediu, ligo para a emergência, eles demoram um pouco a atender mais logo atendem e dizem que a ambulância está a caminho.
Liz- Vovó o que aconteceu?
Pergunto ao ver meu avô desmaiado em seus braços.
Benta- Estávamos assistindo e quando ele foi se levantar para ir na cozinha beber água, desmaiou, não o conseguir segurar a tempo.
Minha avó diz chorando muito, assim também como eu estou.
Liz- Não fique assim vovó, não teve culpa, e vai dar tudo certo, o vovô logo estará bem, ele é forte.
A abraço, tentando de alguma forma a acalmar, mesmo que eu esteja nervosa, com medo e insegura, preciso ajudar minha avó.
A ambulância chega, eles o pegam colocando dentro, todos estão por perto quando viu o que está acontecendo.
Enfermeiro- Só pode um ir dentro com ele.
Luísa- O que aconteceu?
Benta- Eu vou com ele, minha filha, vá com a Luli.
Luísa- Pode ir tia Benta, eu a levo.
Benta- Obrigada querida.
Minha avó entra na ambulância e assim a ambulância da partida o levando para o hospital.
Entro no carro com a Luli, indo acompanhando a ambulância.
Luísa- Liz o que houve com ele?
Liz- Eu também não sei, quando escutei o barulho foi também com minha abone chamando, ele estava nos braços dela já desmaiado.
Falo chorando muito, com um nó forte na garganta.
Luísa- Calma amiga, vai ficar tudo bem, vai ver foi só uma queda de pressão.
Liz- Eu quero muito acreditar que sim, e rezo para que seja somente isso Luli, mais eu não sei se é mesmo isso, meu avô o tenho notado cada vez mais fragilizado, não é mais como antes, como se eles me escondesse algo.
Luísa- Eu também tenho o notado assim, você não imagina o que seja?
Liz- Eu não faço ideia amiga, juro que não faço, mais espero que não seja nada grave, até porque eles se cuidam, tem plano de saúde, não tem como mim esconderem algo né?
Luísa- Eu acho que não amiga, que não vai ser nada grave, estou aqui sempre.
Liz- E sou grata por isso amiga.
Chegamos no hospital público, algo que não entendi o porque, já que eles tem plano para irem para um hospital particular com os melhores recursos.
Descemos do carro, meu avô é logo encaminhado para a emergência, e ficamos nós três aqui fora sentadas esperando, eu e Luli abraçadas a minha avó.
Horas se passam, e nada de notícias alguma sequer, estou aflita demais, cada vez mais com o coração apertado.
Luísa- Vou pegar um café, querem também?
Benta- Aceito minha filha.
Liz- Não, obrigada Luli.
Luísa- Volto logo.
Ela se retira e aproveito para perguntar minha avó o motivo de estarmos aqui nesse hospital.
Liz- Vovó, porque o vovô veio para esse hospital, e não para um particular com o melhor recurso para ele?
Benta- Minha filha há muito o que conversamos, mais agora não é o momento, te escondemos coisas, que você tem que saber.
Liz- Que coisas vovó?
Médico- Família do senhor Castro?
Benta- Somos nós doutor.
Liz- Meu avô doutor, como está?
Doutor- Sou o doutor Enrico Monteiro, o senhor Joaquim Castro está em um estágio muito avançado, uma cirurgia resolveria, mais em sua idade eu não aconselho, pois o mesmo pode morrer em uma mesa de cirurgia e não ir adiante.
Fico totalmente confusa com tudo dito, não entendendo absolutamente nada com nada.
Liz- Como assim doutor? Avançado o que?
Doutor- O seu avô tem câncer de próstata avançando demais.
As palavras martelam em minha mente sem parar, formando uma bola de neve, sem conseguir raciocinar direito nesse momento.
Luísa- Como foi descoberto agora, pode fazer tratamento doutor?
Benta- Não foi descoberto agora.
Doutor- Como a senhora mesma disse, ele luta contra a doença a dois anos, nem fez tratamento algum, assim o câncer se avançou ainda mais e mais, e não há mais o que se fazer quanto a isso infelizmente.
Liz- Como não?
Vovó o que tá acontecendo aqui?
Porque o vovô não fez o tratamento para curar esse câncer, se tem plano?
Benta- O seu avô descobriu o câncer a dois anos, mais o mesmo tem vergonha disso, se recusou a fazer o tratamento, ele não aceitou de jeito nenhum, e não queria que você soubesse, e com isso o câncer se agravou e foi o deixando cada vez mais debilitado, já sabíamos o porque de tudo isso, eu tentei de tudo, mais ele não quis, e principalmente na cabeça dele o tratamento só o iria deixar ainda pior.
Luísa- O que possamos fazer doutor?
Doutor- Não há muito o que se fazer, pois não há cura, não mais, posso orientar a levá-lo ao um hospital com mais recuso para que assim ele receba melhor o tratamento adequado que aqui não temos, mesmo sabendo que não há mais cura, pelo menos ele sofrerá menos, porque infelizmente ele não voltará mais para casa, para que não sofra muito, um hospital com mais recursos ele não sofrerá tanto.
Liz- Céus, eu não acredito nisso, que vou perdê-lo de qualquer jeito.
Luísa- Então podemos o transferir para o hospital particular, hoje ainda doutor?
Doutor- Sim.
Olho para a minha avó, vendo em seus olhos inundados por lágrimas, que há algo a mais de errado que não mim contou.
Liz- Vovó?
Benta- Nos perdoa minha menina, não temos como levá-lo ao um hospital particular, nosso plano foi cortado assim como o seu, por falta de pagamento.
Liz- Como assim vovó?
Benta- Estamos totalmente sem dinheiro algum, nem o dinheiro que você tinha anotem mais, o usamos, pois eu também estou doente, problemas no coração, decidimos investir tudo no tratamento, para assim você não desconfiasse de nada, não queríamos a deixá-la preocupada, então investimos tudo no tratamento, e conseguimos pagar sua faculdade alguns meses adiantado, mais não foi como pensamos, o tratamento não evoluiu, minha doença se agravou, e estamos sem absolutamente nada, e você só tem até três meses na faculdade, só temos a nossa casa, nada nos sobrou, nos perdoe minha filha, nos perdoe.
Minha avó diz aos prantos chorando desesperadamente, e eu choro ainda mais, estou também sem saber o que pensar ou falar nesse momento, faço a única coisa que meu coração pedi, a abraço bem apertado chorando junto com ela.
Liz- Fique calma vovó, a senhora não está bem também, não há o que se perdoar, eu irei dar um jeito nisso, nós iremos resolver tudo isso, levar o vovô pro hospital e cuidar da senhora também.
Benta- Como minha menina?
Liz- Doutor, o caso da minha avó?
Doutor- A cirurgia é recomendável, tem também do coração dela não aguentar na hora e vier a óbito, mais isso veremos, o valor ficará no custo de 50 mil, para ela e seu avô é suficiente.
Benta- Meu Deus, não temos esse dinheiro, sequer podemos pedir ao banco, muito alto, não tem como minha filha.
Liz- Não se preocupe vovó, eu darei um jeito, eu te prometo, vou conseguir esse dinheiro amanhã bem cedo, e o vovô só ficará aqui até amanhã, eu prometo vovó.
Digo com maior certeza que conseguirei esse dinheiro, não sei como, mais eu vou dar meu jeito, não os posso perder, eu não vivo sem eles, eu estou totalmente destruída por dentro, sem saber o que fazer, rezo para ser um pesadelo e acordar não estar acontecendo nada disso, mais infelizmente não é, o que me resta é tirar forças de onde não tenho, sequer sei se existe dentro de mim, e ir à luta, conseguir esse dinheiro para cuidar deles, e isso que farei, custe o que custar.