Capítulo 20: Aquecimento

1453 Words
ISABELA O beijo do Jace me pegou de surpresa, mas eu simplesmente não conseguia afastá-lo. Ele era gostoso demais, intenso na medida certa, mas ao mesmo tempo calmo, com aquele toque de carinho que fazia meu coração bater forte. Eu imaginei que ele ia me agarrar, passar as mãos por todo o meu corpo, mas não. Ele aproveitou o beijo, sem pressa, sem segundas intenções, pelo menos por um tempo. Só que aí, eu senti. A ereção dele roçando em mim. Meu Deus... era quente, duro, impossível de ignorar. Meu corpo inteiro reagiu, um calor subiu pelo meu pescoço, e eu quase perdi a razão ali mesmo. A vontade de agarrá-lo, puxá-lo para o quarto e fazer tudo que estava passando pela minha cabeça era gigante. Mas ao invés disso, eu o afastei, tentando recuperar o controle sobre mim mesma. Jace me olhou confuso por um segundo, mas não insistiu. Nos encaramos, ambos ofegantes, até que ele abriu aquele sorriso de canto, malicioso e divertido, e eu me derreti ainda mais. Como esse homem conseguia me desarmar assim? Depois disso, fomos para a sala, tentando esfriar um pouco as coisas. Ficamos conversando por horas, rindo, trocando histórias. Era engraçado como, apesar da fama, do jeito mulherengo dele, Jace conseguia ser um cara simples e fácil de conversar. Quanto mais tempo eu passava com ele, mais difícil ficava resistir. No fim da tarde, Paco chegou com as fantasias. Eu já sabia que iria de anjinha e o Jace de anjinho, mas não esperava o nível de sensualidade da roupa que ele escolheu para mim. Peguei o pacote e fui para o quarto tomar banho. Depois de sair do chuveiro, com a pele quente e o cabelo ainda úmido, abri o pacote e puxei as peças. A saia era de tule, curtíssima, tão curta que eu sabia que minha b***a ficaria praticamente de fora. O top era ainda pior, minúsculo, feito para apertar os s***s e realçar tudo. Além disso, vieram as asas e a auréola com luz de LED. Suspirei, mordendo o lábio. "s*******m, Jace", pensei, rindo sozinha. Abri as gavetas à procura de algo para colocar por baixo da saia, mas não tinha nada. Nenhum shortinho branco. Só então, entre as roupas novas que Jace comprou para mim, encontrei um biquíni branco. Minúsculo. Fiquei me olhando no espelho por um tempo, segurando as peças na mão. Estava no Rio de Janeiro, era carnaval... "Essa anjinha vai ficar bem braba", pensei, rindo. Vesti a fantasia, ajeitei as asas e a auréola, e me olhei no espelho novamente. Meu Deus. Jace ia surtar quando me visse assim. Eu estava me sentindo sexy demais naquela fantasia. A saia curta, o top justíssimo, a auréola brilhando… Tudo fazia meu corpo parecer ainda mais provocante do que o normal. Então, decidi completar o visual com uma maquiagem cheia de brilho nos olhos e apenas um gloss nos lábios, deixando o destaque para o olhar marcante. Peguei uma bolsinha pequena e coloquei dentro só o essencial, o gloss, meus documentos e o celular. Respirei fundo antes de sair do quarto, me sentindo insegura pela primeira vez. Será que eu estava exagerando? Quando entrei na sala, encontrei Paula, a mãe do Jace, sentada no sofá, falando ao telefone. Ela conversava em inglês com um tom carinhoso, e assim que me viu, se despediu rapidamente. Pelo jeito que falava, desconfiei que fosse com o pai do Jace. — Você está linda, Isabela. Adorei essa make! — ela elogiou com um sorriso sincero. Olhei para ela e reparei que também estava fantasiada, mas bem mais discreta. Vestia uma roupa de enfermeira, mas nada vulgar. Elegante, como tudo nela. Antes que eu pudesse responder, Jace apareceu na sala. Meu coração quase parou. Ele estava de bermuda branca estilo mauricinho, meio larga, sem camisa, e usava a mesma asa e auréola de LED que eu. Nos pés, um meião branco que ia até o meio da canela e um tênis também branco. Meu Deus… Ele estava extremamente sexy. O short estava tão baixo que dava para ver claramente as entradas do abdômen dele, aquelas linhas que desciam para o V da virilha. Meu olhar ficou preso ali por um segundo a mais do que deveria. Por um momento, achei que ele estivesse sem cueca, e meu corpo inteiro esquentou com esse pensamento. Mas, quando ele chegou mais perto e puxou um pouco o short para cima, vi o elástico da cueca aparecendo. Respirei aliviada. E decepcionada ao mesmo tempo. Jace abriu um sorriso malicioso quando percebeu meu olhar preso nele. — Tá gostando da visão, anjinha? — ele provocou, mordendo o lábio. Revirei os olhos, tentando disfarçar. — Tá se achando, né? — Não é questão de se achar. É que eu sei que eu tô gostoso. — Ele piscou para mim. Paula soltou uma risada e se levantou, balançando a cabeça. — Vou deixá-los à vontade. Se divirtam no bloco e daqui apouco estarei lá com vocês, hein? — Pode deixar, mãe. — Jace respondeu. Quando ela saiu da sala, ele se aproximou ainda mais de mim, os olhos me devorando. — Desculpa o modo de falar, mas não tem jeito. Você tá gotosa pra c*****o. Eu ri, que direto. — Obrigada?! Eu acho. — Agora me fala… Tá preparada pra sair comigo e causar nesse carnaval? Eu sorri, cruzando os braços. — Se eu tô preparada, eu não sei… Mas que a gente vai causar, isso eu tenho certeza. Jace gargalhou, pegou minha mão e me puxou para a porta. — Então bora, anjinha. A festa tá só começando. ---- O bloco estava lotado. O calor do Rio de Janeiro misturado com o suor da multidão criava um clima elétrico. Um cantor de axé agitava a galera no trio elétrico, e todo mundo pulava e cantava junto. O som alto fazia o chão vibrar, e eu senti a adrenalina correr pelo meu corpo. Jace me puxou pela mão, abrindo caminho entre os foliões. Mas, os seguranças dele vinham logo atrás. — Vem, anjinha! Hoje a gente vai se acabar nesse carnaval! — ele gritou animado, me puxando para mais perto dele. A energia do lugar era surreal, e não demorou para Jace começar a se mexer no ritmo da música. Ele dançava com aquela desenvoltura natural, sem esforço, como se tivesse nascido para aquilo. Eu, por outro lado, me senti um pouco envergonhada no começo. Mas não tinha como resistir. Jace segurou minha cintura, os olhos brilhando de empolgação. — Para de bobeira, se solta! Carnaval é pra dançar até o chão! Eu ri e deixei meu corpo seguir o fluxo da música. Foi aí que percebi os olhares ao nosso redor. Cochichos começaram a surgir, algumas meninas olhavam feio para mim, outras pareciam surpresas. Foi só então que me dei conta do óbvio, Jace Wisley, o funkeiro mais desejado do Brasil, estava ali no meio da multidão dançando comigo como se o mundo ao redor não existisse. E, claro, os paparazzi não demoraram a perceber isso também. Câmeras começaram a piscar, e eu vi algumas pessoas sacando os celulares para gravar vídeos. Eles não perderiam a chance de registrar o “casal de anjinhos” curtindo juntos no meio do bloco. Minha insegurança bateu forte por um instante. O que as fãs dele iam pensar? Como a mídia ia retratar isso? Será que eu queria toda essa exposição? Mas, antes que eu pudesse me perder nesses pensamentos, Jace segurou meu rosto com as duas mãos e olhou fundo nos meus olhos. — Não liga pra isso, Bela. Só curte comigo. E naquele momento, com o barulho ao redor sumindo, só existíamos nós dois. Jace deslizou as mãos até minha cintura e puxou meu corpo para mais perto do dele. O calor dele contra minha pele me fez arrepiar. Ele sorriu, malicioso. — Agora sim… — ele sussurrou no meu ouvido antes de girar comigo no ritmo da música. Eu ri, completamente entregue àquele momento. Se fosse para ser lembrada como a garota que dançou com Jace Wisley no meio do carnaval, então que fosse. Eu não queria perder nem um segundo ao lado dele. O show de axé acabou, mas o DJ assumiu a folia. A música mudou para um funk pesado, o que fez a multidão enlouquecer, já era um aquecimento para o show dele. Jace me olhou com aquele brilho de desafio nos olhos. — Agora que o bagulho ficou sério, anjinha. Sabe rebolar ou quer que eu te ensine? Mordi o lábio, estreitando os olhos para ele. — Me subestima não, Wisley. E então desci até o chão, arrancando um grito de empolgação dele. — Ahhh, agora sim! Essa é minha garota! E a noite estava só começando.
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