Hell Narrando O celular vibrou logo cedo na minha cabeceira. Ainda meio grogue, puxei o aparelho e vi a mensagem do advogado: — O Alvará saiu, tô indo buscar a Helena no presídio. Rapaz, pulei da cama na mesma hora, nem deu tempo de pensar. O coração acelerou, parecia que eu ia pra guerra. Fiz minha rotina na pressa: banho gelado, escovei os dentes, taquei a roupa mais firme que achei no armário, uma calça jeans escura, camiseta preta básica e meu boné virado pra trás. Olhei no espelho e respirei fundo. Era hoje. Desci rapidão e fui direto pra casa da mãe dela. Já dava pra sentir a movimentação de longe. Quando entrei, parecia até festa de aniversário: as irmãs dela falavam sem parar, os sobrinhos correndo de um lado pro outro, a mãe dela sentada no sofá com os olhos marejados. A aleg

