A atividade seguiu intensa, mas coordenada. Os dados dos monitores se estabilizava. A cada minuto, o professor caminhava entre os grupos, observando a execução e fazendo algumas intervenções, aparentemente satisfeito com o que via. E ao final da atividade os quatro ganharam elogios pelo excelente desempenho coletivo.
Sexta-feira - Discussões, Reflexões e Fortalecimento de Laços.
A sala de aula ganhou um formato de debate interativo.
As carteiras estavam organizadas em pequenos círculos, favorecendo a interação entre os grupos. Selena sentou-se ao lado de Amélia e Éder, enquanto Hannah ajustava os papéis sobre a mesa, concentrada. O professor caminhou até o centro da sala e anunciou a atividade:
— Hoje iremos debater os casos clínicos que vimos durante a semana. Terão que discutir as abordagens terapêuticas e justificar suas escolhas. Lembrem-se, não há respostas certas ou erradas, e sim argumentações bem fundamentadas.
O caso que receberam envolvia o cão com sinais de choque circulatório após um trauma.
Amélia conferiu visualizando as anotações feitas no caderno.
— Se estamos falando de choque, a prioridade é restaurar a perfusão tecidual.
— Algo mais a se considerar, além de fluidos intravenosos? — questionou Éder.
Selena inclinou-se para frente, analisando os dados.
— Se for hipovolêmico, precisamos de fluídos, sim. Mas e se for cardiogênico? Administrar volume pode piorar o quadro.
— Exatamente — confirmou Hannah. — Quando o quadro apresentado revela sinais clássicos de choque circulatório, pressão arterial baixa, também é importante ficar atento aos detalhes dos exames clínicos, como exames de sangue e monitorização da pressão arterial. Esse procedimento é crucial para conter um eventual agravamento do choque e garantir um melhora do quadro.
A revisão experiente da colega fez Selena refletir. Ainda era difícil imaginar-se tomando decisões tão críticas na prática. Não que duvidasse de seu conhecimento – ela estudava com dedicação –, mas imaginar-se em um ambiente clínico, tomando decisões que poderiam custar a vida ou a morte de um ser vivo, era algo complexo.
Éder investigou.
— E como diferenciamos um choque hipovolêmico de um cardiogênico na prática?
Selena passou os olhos pelas anotações, organizando os pensamentos.
— O hipovolêmico geralmente vem com histórico de hemorragia, desidratação grave ou trauma severo. O paciente pode estar taquicárdico, com mucosas pálidas e tempo de preenchimento capilar prolongado. No cardiogênico...
Selena hesitou por um instante antes de responder.
— A pressão venosa central pode estar aumentada, sinais de congestão pulmonar podem aparecer, e, ao contrário do hipovolêmico, a administração agressiva de fluidos pode piorar o quadro.
Hannah sustentou a observação.
— Boa resposta! — avaliou Amélia, apoiando o lápis no caderno. — E, qual a conclusão?
— Estabilizar o paciente, determinar a causa exata do choque antes de intervir de forma mais agressiva — analisou Éder.
Hannah concordou. — Monitorização, exames laboratoriais rápidos e um ecocardiograma se possível. Isso pode nos dar respostas mais claras.
A troca de ideias e a colaboração entre eles tornavam tudo mais prático e a experiência, mais confiante para tomar decisões assim no futuro.
Enquanto pagava por um lanche na cantina, o celular vibrou com uma mensagem.
“Estou em um seminário.”
Ps: “Pensando em você.”