- Prólogo

589 Words
O som do bambusal, a brisa gélida que bate em meu rosto pela manhã em mais um dia de luta. Levanto-me da cama, uma simples esteira de palha e me preparo para mais um longo dia de trabalho, começo por realizar minhas higienes pessoais banhando-me em um pequeno riacho não muito distante de minha morada, a água parecia fria quase não tenho coragem de entrar ali dentro, mas mesmo a contra gosto entro em contato com mesma.  - Ai que frio... Eu tenho que criar coragem para comprar um uma banheira a gás ou a lenha, não sei por quanto tempo continuarei vivendo desta maneira. Digo para mim mesma enquanto me abraço na tentativa falha de me esquentar, e neste tempo o vento que fazia as mechas ainda não úmidas de meu cabelo se moverem torna tudo pior, transformando o frio em algo insuportável. Lavo-me o mais rápido possível, limpando com cuidado minhas partes íntimas tão indesejáveis que pareciam não parar de crescer, eu detestava a parte masculina de meu corpo, detestava que apenas ela chama-se atenção, se pudesse as arancaria de mim, mas doe demais... Ao olhar novamente para as águas do riacho respiro fundo, nelas havia refletido o meu triste e deplorável reflexo a imagem de uma mulher derrotada, triste e solitária, a qual não passava de uma garota com partes masculinas indesejáveis, uma aberração confusa e androgena. Deixando essas águas entro em casa assustada e trêmula por conta do frio, haviam dias que eu detestava ver meu reflexo, nesses dias era como se as partes masculinas tomassem conta de todo o resto, mas em outros dias estes menos frios principalmente ao me maquiar no espelho me sentia uma dama, a mulher mais linda de todo o império, mas como eu poderia ser assim? Uma pessoa tão confusa consigo mesma. Proseguindo em minhas tarefas matinais uso de uma cera natural feita de plantas e ervas que crescem em volta de minha própria casa para arrancar o excesso de pelos que cresciam em minhas pernas, e em seguida nas partes mais escondidas de meu corpo; era inadmissível para uma moça já tão confusa e cheia de imperfeições andar por aí repleta de pelos, era uma sensação desconfortável, queria que me achassem bonita, e também que parassem de me encarar com nojo e fúria. Por isto dou todos os dias o meu melhor, para que as partes masculinas não se destaquem muito, ao menos não mais do que já chamam atenção. Por fim sentei-me em frente ao espelho e começo a me maquiar, nada muito exagerado afinal devo ir ainda hoje para o Palácio, apenas passo uma base feita de pó de arroz e um batom cereja claro que destaca ainda mais meus lábios rosados, e em um coque simples prendo meus longos cabelos cor de rosa, o motivo de meu orgulho, a marca de minha família e a príncipal razão de todos os meus traumas. [...] Já do lado de forá da casa e pronta para o trabalho sigo o caminho do bambusal, o sol cumprimentava as folhas das plantas enquanto que eu me agraciava com sua beleza matinal, deixando finalmente meu lar respiro fundo e começo a descer a grande escadaria já conseguindo ver o vilarejo, esperava de todo coração que estivesse vazio, não me sentia confiante o suficiente para me verem, só de me recordar das risadas e comentários maldosos sentia minhas pernas padecerem, não, sem dúvidas eu não queria voltar a passar por isto, e então acelero meu passo rezando por um dia bom.
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