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Claro que toda história tem que ter um começo,meio e fim. Como a escritora renomada mais vendida do país achava que sabia tudo sobre o amor , sempre fui uma romântica incurável e quando sugeriram que me casasse com Nolan fiquei em uma alegria que não consigo nem expressar pois sempre amei ele desde o colegial. Mas meus sonhos foram frustrados Nolan nunca me aceitou como sua esposa e no fim acabei entendendo tudo errado percebi que não entendo nada sobre o amor e fiquei neste casamento pressa sem amor , sexo ou qualquer respeito da parte dele a minha pessoa.
Desde então tenho sofrido diversas decepções e tentado ignorar pois meu amor faz com que eu acredite que ainda daremos certo de alguma forma.
Estou aqui em uma cafeteria relaxando e escrevendo mais um de meus livros que acredito que também será um grande sucesso e me deparo com a maldita cobra da Nancy vindo em minha direção.
“ Aí está você, Inês. Vou pedir ao seu marido para jantar comigo esta noite, espero que não se importe? “ Ela fala com um tom de nítido deboche olhando para mim , todas sabem que meu casamento e de Nolan nunca funcionou e Nancy é uma das muitas que querem meu marido.
“ Nolan ainda é meu marido Nancy, não seu.” Respondi encarando firmemente.
“ Ai pobre Inês. Todos sabem que Nolan foi forçado a casar com você! Se for uma escolha entre você e eu nós sabemos quem ele vai escolher entre nós duas certo .” Cada palavra que saia da boca dessa cobra me atingia como uma faca, pois eu sabia que Nolan nunca me escolheria.
Mesmo perdida nesses pensamentos, senti
algo estranho no ambiente. Era um cheiro muito forte, inconfundível: gás. Um alerta começou a soar na minha mente, enquanto meu coração acelerava. Parecia que havia um enorme vazamento vindo da cozinha da cafeteria onde estávamos.
Olhei ao redor, tentando identificar se mais alguém havia percebido, mas a maioria das pessoas continuava imersa em suas conversas ou distrações cotidianas. Meu olhar pousou em Nancy, que estava sentada à minha frente. Com um misto de inquietação e urgência, perguntei:
— Você sente cheiro de gás?
Ela m*l teve tempo de reagir. Antes mesmo que pudesse responder, o mundo ao nosso redor se desfez em um instante terrível. Uma explosão ensurdecedora tomou conta do ambiente, e tudo foi destruído ao nosso redor. O som da explosão parecia ecoar dentro da minha cabeça, enquanto uma onda de calor e detritos me atingia, jogando-me contra o chão.
Por um breve momento, tudo ficou em silêncio. Meu corpo doía, e a poeira preenchia o ar, dificultando a respiração. Minha mente tentava processar o que havia acontecido, mas a realidade era esmagadora. A cafeteria, que momentos antes estava cheia de vida, agora era um caos de destroços e gritos abafados.
Procurei por Nancy em meio ao entulho e ao pânico que tomava conta do lugar. O cheiro de gás ainda persistia, mas agora estava misturado ao de fumaça e queimado. A adrenalina me impulsionava a agir, mesmo que meu corpo tremesse e minha visão estivesse turva.
— Nancy! — gritei, minha voz saiu rouca e carregada de desespero.
Consegui me arrastar um pouco com a força que ainda me restava. Cada movimento parecia um tormento, como se o peso do mundo estivesse sobre mim. O calor ao meu redor era sufocante, e o cheiro acre de fumaça preenchia meus pulmões, dificultando ainda mais minha respiração. Porém, mesmo com a dor e o cansaço, continuei me arrastando, guiado por um único propósito: encontrar Nancy.
Quando a avistei, senti um misto de alívio e conflito. Nancy nunca fora uma boa pessoa, muito pelo contrário. Ela era conhecida por sua crueldade e egoísmo, alguém que não hesitaria em prejudicar os outros para alcançar seus objetivos. Muitas vezes, me perguntei se ela sequer possuía um traço de humanidade. No entanto, naquele momento, nada disso importava. Por mais que fosse um ser humano horrível, eu não seria capaz de deixá-la ali, naquele lugar, para queimar viva.
Reuni toda a força que me restava e tentei alcançá-la. Minha visão começou a turvar, e os músculos do meu corpo pareciam estar à beira do colapso. Ainda assim, continuei. Cada centímetro que avançava era uma batalha vencida contra o meu próprio esgotamento.
Finalmente, consegui chegar até ela. Seu rosto estava marcado pela fuligem, e seus olhos, antes tão frios, agora refletiam pânico e desespero. Tentei chamá-la, mas minha voz saiu fraca, quase inaudível. Antes que pudesse fazer algo para ajudá-la, senti minhas forças começarem a se esvair completamente. Era como se meu corpo tivesse desistido, incapaz de suportar mais um segundo daquela tortura.
E então, caí. Meu corpo desabou ao lado de Nancy, impotente. A ironia não passou despercebida: ali estávamos nós, lado a lado, presos no mesmo destino c***l. Eu, que lutei até o limite para salvá-la, e ela, que provavelmente nunca faria o mesmo por mim.
Enquanto o mundo ao nosso redor se consumia em chamas, uma única pergunta ecoava na minha mente: teria valido a pena?
A confusão parecia não ter fim. Enquanto eu tentava me mover, minha visão oscilava entre a escuridão e a claridade ofuscante das chamas que consumiam o local. A dor em meu corpo me mantinha no chão, incapaz de levantar. Ainda assim, minha mente estava fixa em encontrar Nancy. Ela estava ali comigo, momentos antes de tudo desmoronar, mas agora parecia perdida no caos.
Foi quando ouvi o som das sirenes ao longe. A esperança reacendeu em meu peito, e, em poucos minutos, os bombeiros invadiram o local. Eles eram como figuras heroicas surgindo em meio à destruição, suas vozes firmes tentando organizar o resgate.
Entre eles estava Nolan, o meu marido . Eu o reconheci imediatamente, sua postura determinada enquanto comandava a equipe. No entanto, parecia que ele não havia percebido que sua própria esposa estava entre os feridos.
Enquanto eu lutava para manter a consciência, vi Nolan se aproximar de onde Nancy e Inês estavam caídas lado a lado. Ambas estavam em estado crítico, cobertas de poeira e cortes, mas vivas. Ele parou por um momento, olhando para as duas, mas sua escolha foi rápida e c***l: ele pegou Nancy nos braços, ignorando completamente a presença de Inês.
— Vamos tirar você daqui! — disse ele a Nancy, com uma preocupação evidente em sua voz, enquanto a carregava em direção à saída.
Meu coração apertou ao ver que sua escolha foi por Nancy, aqui imóvel no chão, abandonada por aquele que deveria ser meu apoio. Mesmo na confusão, era impossível ignorar a indiferença que Nolan demonstrou em relação à própria esposa. Era como se eu fosse invisível para ele, e isso me revoltou profundamente.
Enquanto os bombeiros nos retiravam dos escombros, o peso do que acabara de acontecer parecia aumentar. Cada sirene, cada grito ao longe, cada estilhaço refletia o caos em que nos encontrávamos. Ainda atordoada, meus olhos seguiram Nolan, que carregava Nancy com uma urgência quase desesperada. Era como se o mundo inteiro tivesse desaparecido para ele, exceto aquela mulher em seus braços.
Por um momento, senti um aperto no peito.
Eu estava ali, a poucos passos dele, caída, vulnerável, e completamente ignorada. Era impossível não perceber o contraste: a pressa e o cuidado de Nolan com Nancy, enquanto sua própria esposa parecia apenas mais uma vítima no meio da tragédia.
semi-inconsciente, tentou balbuciar algo, mas suas palavras foram abafadas pela confusão ao redor. Seus olhos m*l conseguiam focar, mas havia uma dor nítida que ia além dos ferimentos. Era um tipo de dor que eu só conseguia entender porque a estava presenciando. A dor de ser esquecida, descartada por alguém que deveria amá-la acima de tudo.
Quando um dos outros bombeiros finalmente a alcançou e começou a retirá-la, lágrimas se acumulando nos olhos não pude conter o choro. Talvez fosse o choque, a dor física... mas algo me dizia que o pior para mim não era o desastre ao nosso redor. Era a indiferença de Nolan, o homem que ainda eu chamava de marido.
Enquanto as duas eram levadas para fora em macas, a tensão no ar era quase palpável. O descaso de Nolan em relação a mim era impossível de ignorar, mas as perguntas ficariam para depois. Por enquanto, a prioridade era sobreviver.