Naquele dia, Romana não tinha trabalho, então organizou toda a casa e passou roupas.
Já era tarde quando terminou.
Guardou todas as roupas se sentindo solitária.
Notou quando Edgar chegou e esse nem mesmo falou com ela.
Ele estava m*l-humorado pela recusa s****l na noite anterior.
Mas Romana não podia fazer nada quanto aquilo, não aceitaria práticas sexuais que não gostava para agradá-lo.
Pelo menos nisso, ela tinha que ter opinião.
Podia tentar conversar, sobre os problemas que enfrentavam, mas preferiu cozinhar, pois, aquilo a deixava mais calma.
Fez uma lasanha de frango e arroz branco, enquanto escutava um show do Djavan em uma plataforma de música.
Colocou a mesa e avisou a Edgar que o jantar estava pronto.
Ele fingiu que não ouviu, mas logo se levantou para participar da refeição.
E não falou com ela, nem mesmo durante o jantar.
Ele comeu e deixou o prato na mesa, Romana colocou na pia, mas preferiu deixar para lavar no dia seguinte, afinal cada vez que abria a torneira da cozinha, era um sacrifício para desligá-la.
Quase resignada, ela foi tomar banho, era um momento só dela.
Ela havia aprendido a trancar a porta, porque assim Edgar não entrava. Odiava quando ele entrava no chuveiro e tentava abaixar a cabeça dela em busca de s**o o**l. E se recusava a fazer aquilo, o que foi motivo da briga na noite anterior.
Ela sabia que era uma prática comum, mas não se sentia à vontade para tal ato.
Mesmo com cinco anos de casamento, não conseguia, lhe dava ânsia de vômito.
Secou os cabelos com o secador após o banho e escolheu uma camisola longa que era feita de um tecido suave que deslizava sobre sua pele com delicadeza.
Adorava aquela peça.
O detalhe mais notável era a renda finamente trabalhada que adornava a parte superior da peça. Romana apreciava a beleza sutil da renda, que acrescentava um toque de sofisticação à peça.
Ela se olhou no espelho e sorriu, sentindo-se bonita e confortável na camisola vermelha.
Foi um presente de sua amiga, Guadalupe.
Passou perfume..
Talvez, se fizesse algum esforço, pudesse restaurar o seu casamento.
Quando chegou no quarto, Edgar estava nu, e******o, mas ela não sentia nada. Queria lutar, mas o desejo estava morrendo.
Ele não era f**o, era um homem que todas as mulheres achavam bonito, mas ele a magoava todo dia e não se preocupava com ela na cama.
Era egoísta e não a fazia sentir prazer.
— Eu não sei por que veste essa coisa horrorosa! — Edgar exclamou.
Ele falava da camisola que ela tanto gostava.
— Edgar! — Romana exclamou, chocada. — É uma peça bonita.
— Na cama se usa peças curtas, Romana, não isso que parece ser mais um vestido.
Não adiantava revidar, ela apagou a luz, se deitou e acendeu o abajur.
Ele tentou beijá-la, mas Romana virou o rosto.
— Ontem você não quis, hoje também não. Se não quer t*****r podia aprender ao menos me oferecer prazer, é sua obrigação como esposa.
Romana não respondeu.
Sabia que oferecer prazer era oferecer s**o o**l e não faria com ele.
Ele tentou puxar a camisola dela.
— Não, Edgar.
— Frígida. Isso sim.
— Você não oferece carinho, não me trata bem e quer que eu deseje estar na cama à noite?
— Quer saber? Estou cansado da sua reclamação, vou ver um jogo. — Ele se vestiu e saiu.
Romana escutou quando ele ligou a torneira da cozinha e xingou ao ter dificuldade para fechar o registro. Depois escutou o pingar constante da água.
Pingando, pingando até não ter mais o que derramar, e quando Edgar quisesse consertar, seria tarde demais, assim como o seu casamento.
Romana desejava descansar, pois, Tasha estaria em casa logo cedo e teria uma boa companhia, bem diferente do mau humor constante de Edgar.
A menina era um doce, não tinha culpa do pai ser relapso.
Edgar era frio até mesmo com a filha e Romana fazia tudo que conseguia para suprir o abandono paterno que a enteada enfrentava.
Por sorte, a mãe de Tasha era presente, buscava a filha sempre que tinha folga e se divertiam juntas por todo o final de semana
Guadalupe, ex-mulher de Edgar, era uma boa mãe, mas precisava trabalhar e era mais seguro para Tasha morar como Romana e Edgar do que simplesmente passar o dia com uma babá.
Romana não se importava que a menina morasse ali, na verdade, gostava da companhia agradável e de cuidar dela, já que ela não era mãe, mas era uma boadrasta e aquilo amenizava o desgaste com o casamento.
Se fosse só o Edgar, ela já teria ido embora, mas lhe doía deixar Tasha com aquele homem que não olhava para o lado. Além de que, Guadalupe tinha se tornado uma amiga.
Se Romana fosse embora, mudaria de cidade e seria obrigada a abandonar a amiga e Tasha por conta própria, porque tinha certeza que Edgar não assumiria a responsabilidade e deixaria as duas sem apoio nenhum.