Trabalho

835 Words
Naquele dia, Romana não tinha trabalho, então organizou toda a casa e passou roupas. Já era tarde quando terminou. Guardou todas as roupas se sentindo solitária. Notou quando Edgar chegou e esse nem mesmo falou com ela. Ele estava m*l-humorado pela recusa s****l na noite anterior. Mas Romana não podia fazer nada quanto aquilo, não aceitaria práticas sexuais que não gostava para agradá-lo. Pelo menos nisso, ela tinha que ter opinião. Podia tentar conversar, sobre os problemas que enfrentavam, mas preferiu cozinhar, pois, aquilo a deixava mais calma. Fez uma lasanha de frango e arroz branco, enquanto escutava um show do Djavan em uma plataforma de música. Colocou a mesa e avisou a Edgar que o jantar estava pronto. Ele fingiu que não ouviu, mas logo se levantou para participar da refeição. E não falou com ela, nem mesmo durante o jantar. Ele comeu e deixou o prato na mesa, Romana colocou na pia, mas preferiu deixar para lavar no dia seguinte, afinal cada vez que abria a torneira da cozinha, era um sacrifício para desligá-la. Quase resignada, ela foi tomar banho, era um momento só dela. Ela havia aprendido a trancar a porta, porque assim Edgar não entrava. Odiava quando ele entrava no chuveiro e tentava abaixar a cabeça dela em busca de s**o o**l. E se recusava a fazer aquilo, o que foi motivo da briga na noite anterior. Ela sabia que era uma prática comum, mas não se sentia à vontade para tal ato. Mesmo com cinco anos de casamento, não conseguia, lhe dava ânsia de vômito. Secou os cabelos com o secador após o banho e escolheu uma camisola longa que era feita de um tecido suave que deslizava sobre sua pele com delicadeza. Adorava aquela peça. O detalhe mais notável era a renda finamente trabalhada que adornava a parte superior da peça. Romana apreciava a beleza sutil da renda, que acrescentava um toque de sofisticação à peça. Ela se olhou no espelho e sorriu, sentindo-se bonita e confortável na camisola vermelha. Foi um presente de sua amiga, Guadalupe. Passou perfume.. Talvez, se fizesse algum esforço, pudesse restaurar o seu casamento. Quando chegou no quarto, Edgar estava nu, e******o, mas ela não sentia nada. Queria lutar, mas o desejo estava morrendo. Ele não era f**o, era um homem que todas as mulheres achavam bonito, mas ele a magoava todo dia e não se preocupava com ela na cama. Era egoísta e não a fazia sentir prazer. — Eu não sei por que veste essa coisa horrorosa! — Edgar exclamou. Ele falava da camisola que ela tanto gostava. — Edgar! — Romana exclamou, chocada. — É uma peça bonita. — Na cama se usa peças curtas, Romana, não isso que parece ser mais um vestido. Não adiantava revidar, ela apagou a luz, se deitou e acendeu o abajur. Ele tentou beijá-la, mas Romana virou o rosto. — Ontem você não quis, hoje também não. Se não quer t*****r podia aprender ao menos me oferecer prazer, é sua obrigação como esposa. Romana não respondeu. Sabia que oferecer prazer era oferecer s**o o**l e não faria com ele. Ele tentou puxar a camisola dela. — Não, Edgar. — Frígida. Isso sim. — Você não oferece carinho, não me trata bem e quer que eu deseje estar na cama à noite? — Quer saber? Estou cansado da sua reclamação, vou ver um jogo. — Ele se vestiu e saiu. Romana escutou quando ele ligou a torneira da cozinha e xingou ao ter dificuldade para fechar o registro. Depois escutou o pingar constante da água. Pingando, pingando até não ter mais o que derramar, e quando Edgar quisesse consertar, seria tarde demais, assim como o seu casamento. Romana desejava descansar, pois, Tasha estaria em casa logo cedo e teria uma boa companhia, bem diferente do mau humor constante de Edgar. A menina era um doce, não tinha culpa do pai ser relapso. Edgar era frio até mesmo com a filha e Romana fazia tudo que conseguia para suprir o abandono paterno que a enteada enfrentava. Por sorte, a mãe de Tasha era presente, buscava a filha sempre que tinha folga e se divertiam juntas por todo o final de semana Guadalupe, ex-mulher de Edgar, era uma boa mãe, mas precisava trabalhar e era mais seguro para Tasha morar como Romana e Edgar do que simplesmente passar o dia com uma babá. Romana não se importava que a menina morasse ali, na verdade, gostava da companhia agradável e de cuidar dela, já que ela não era mãe, mas era uma boadrasta e aquilo amenizava o desgaste com o casamento. Se fosse só o Edgar, ela já teria ido embora, mas lhe doía deixar Tasha com aquele homem que não olhava para o lado. Além de que, Guadalupe tinha se tornado uma amiga. Se Romana fosse embora, mudaria de cidade e seria obrigada a abandonar a amiga e Tasha por conta própria, porque tinha certeza que Edgar não assumiria a responsabilidade e deixaria as duas sem apoio nenhum.
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