Amanda
— Boa tarde Kátia, você está me esperando há muito tempo?
— Boa tarde, acabei de chegar, por que você pediu para eu vir sem a Marcela?
— O que eu vou falar é muito chato e espero que você me entenda, eu pedi para minha mãe ligar para sua mãe e pedir para ela deixar você dormir lá em casa, ela concordou então eu ia ligar no seu celular para às duas conversarem, mas minha mãe achou que estava tarde e decidiu deixar para ligar hoje de manhã, acabei me esquecendo, estou tão empolgada que vou comprar roupas da moda que não paro de pensar nisso, quando me lembrei que ela iria ligar no seu celular eu já estava no Colégio, mas foi bom eu esqueci de te falar que meu pai é preconceituoso ele não pode saber onde você mora, eu falei que você mora na comunidade, eu quero muito que você vá dormir na minha casa e também pedi para meu pai deixar eu dormir na sua casa sábado, ele concordou se sua mãe for me buscar em casa e me levar de volta no domingo, você poderia conversar com sua mãe e explicar que meu pai nunca permitiria eu subir o morro e que minha mãe vai ligar para ela deixar você dormir lá em casa hoje, e você também pode pedir para sua mãe me buscar sábado para dormir na sua casa e domingo ir me levar de volta?
— Tudo bem vou ligar para minha mãe e explicar a situação, eu acredito que não teremos problemas.
— Meu pai também perguntou se seu pai já conseguiu trabalho, ele está precisando de um motorista para distribuidora, e vai oferecer a vaga para ele, mas ele também não pode contar onde vocês moram.
— Vou falar com minha mãe sobre isso também eu acredito que meu pai não falará, ele como seu pai tem muito preconceito, ele se arrepende muito de ter ido morar no morro.
— Eu quero muito conhecer o morro ir ao baile funk por favor me ajude a conhecer a onde você mora e passar um final de semana lá?
— Eu vou te ajudar os meus pais vão adorar ter você lá em casa, eles gostam de pessoas educadas, eles implicaram um pouco com a Marcela no começo, não gostaram da forma que ela se comporta, mas a família dela e muito educada, eles acabaram aceitando que ela fosse minha amiga.
— Eu pedi para você vir sozinha justamente por causa da Marcela, antes de irmos ao shopping vou levar você na empresa dos meus pais quero muito que eles conheçam você uma garota tão especial.
— Fico feliz que você se tornou minha amiga, vamos juntas na empresa dos seus pais e depois ao shopping, vou conversa com a Marcela e explicar por que não chamamos ela para ir com nós ao shopping, só peço que você releve o comportamento da Marcela, ela acha que beber, fumar e falar gírias é bonito que a torna popular, infelizmente ela tem uma visão diferente do que é popularidade, quando ela descobrir que fora daquele morro tem milhões de oportunidade dela crescer vai se arrepender da forma que se comporta.
— Do jeito que você fala parece que morar no morro é horrível.
— Não, o morro é um lugar ótimo de se morar o custo de vida e baixo, temos vizinhos maravilhosos, lá na comunidade tem escolas, creches, mercados, padarias, às crianças brincam nas ruas sem perigo, infelizmente em todo lugar tem pessoas difíceis de lidar e outras como a Marcela que acha bonito viver daquela forma, não gosto de ficar usando ela como exemplo, ela é minha amiga e amo ela como minha irmã, somos muito próximas, mas ela é a única pessoa que você conhece que fala gírias, quando você for na minha casa vai ver muitas pessoas falando igual a ela, criança, adultos e idosos, se você não tiver cuidado logo estará falando também, você percebeu ontem que eu falei algumas palavras que você não conhecia, lá é normal às pessoas falarem assim.
— Eu também gosto da Marcela só acho chato ela ficar rindo de mim por não conhecer às palavras que ela fala, também não quero falar dela pelas costas, espero que ela não fique chateada conosco por não ter convidado ela para ir conosco.
— Marcela tem um coração enorme só é maluquinha.
— Vamos quero muito que minha mãe te conheça.
Chegamos na empresa dos meus pais eles estão muito ocupados já passaram por nós algumas vezes sem conseguir parar para conhece minha amiga, ficamos esperando em torno de uma hora até que minha mãe se aproximou de nós.
— Olá, meninas desculpa ter feito vocês esperarem muito tempo, estamos com poucos funcionários, um motorista está doente e dois faltaram, o Vinícius teve que ir fazer às entregas junto com os ajudantes e eu estou trabalhando na administração e monitorando às entradas e saídas de mercadorias.
— Tudo bem mamãe, só vinhemos aqui para senhora conhece a Kátia e pedir para senhora ligar para mãe dela para pedir para ela deixa a Kátia dormir lá em casa.
— Olá Kátia seja bem-vinda a nossa empresa e vamos adorar ter você conosco em nossa casa, me passe o telefone da sua mãe eu vou ligar assim que tiver um tempo.
— Obrigada tia Alicia, esse é o telefone da minha mãe, o nome dela é Letícia e do meu pai é Orlando, minha mãe está trabalhando a senhora conseguirá falar com ela depois das 17:00 horas.
— Ok Kátia eu ligarei para ela, agora vão para o shopping, aproveitem o dia de vocês, Amanda compre alguns presentes para Kátia.
— Não precisa tia eu só vou acompanhar ela no shopping.
— Aceite presentes não se rejeitada.
— Obrigada tia.
Eu e Kátia saímos da empresa e fomos de Uber para shopping.
— Você percebeu meus pais nunca têm tempo para mim, estão sempre nessa correria, todas às vezes que venho aqui acabo tendo que trabalhar também.
— Nós poderíamos ajudar seus pais no período da tarde e eles nos pagaria um salário.
— Está maluca se eu começar a trabalhar ali não vou ter mais vida, quando eu quiser ficar em casa eles vão querer que eu venha trabalhar, eu vou continuar estudando tirando boas notas, indo para academia, e saindo com vocês.
— Nossa Kátia como você é egoísta eu ajudo meus pais, eu e meus irmãos limpamos a casa fazemos comidas e ajudamos nossa mãe quando ela traz trabalho para casa.
— Sua mãe é costureira, vocês também sabem costurar?
— Sim todos nós sabemos, minha mãe tem um pequeno ateliê de costura em casa, fazemos muitos concertos de roupas para os moradores da comunidade.
— Interessante meus pais nunca pediram para eu trabalhar, eu sempre fico em casa, quando eu vou na empresa minha mãe fica pedindo para eu fazer às coisas, então não vou mais, até os doze anos eu tinha uma babá que ficava comigo direto, mas como moro em prédio e lá tem portaria e os vizinhos são conhecidos, minha mãe decidiu me deixar sozinha, temos uma doméstica que trabalha em casa, mas quando ela termina o serviço pode ir embora.
— Você tem mesmo uma vida de Patrícinha.
— É não posso reclamar a única coisa que meus pais exigem e que eu estude e tire boas notas.