Bruna Eu me sentia uma criança birrenta, com medo do bicho-papão. O homem que dizia ser meu pai estava ali, tão alto quanto Adelson, forte… e tudo aquilo parecia estranho demais. As lembranças do primeiro homem que me fizeram chamar de pai rondavam minha mente, como um eco r**m e constante. Jurandir, mesmo dentro do bunker, me fazia chamá-lo de pai — e eu o odiava por isso. Como eu chamaria aquele homem agora? Como eu poderia olhar para ele e dizer “pai” sem sentir aquele medo rastejante e aquela náusea no peito? Eu não fazia ideia. Não mesmo. O medo vinha porque o primeiro pai que conheci chegou assim, sorrindo, doce, trazendo coisas boas e me oferecendo tudo o que eu queria. E depois… depois veio o bunker. Depois vieram as correntes, a escuridão, o silêncio sufocante. Então, como

