CAPÍTULO 02

919 Words
 Estou enlouquecendo, com tantas coisas sobre meus ombros. São os assuntos da máfia, e estes não são poucos. Ainda tem o fato importantíssimo, de não saber como cuidar bem da Clara, minha doce bambina. Não bastasse tantas preocupações, minha mamma não dá sossego aos meus ouvidos, deixando claro que não devo me casar com Irina. E sim que deveria me apaixonar outra vez. Como se fosse possível. Depois do que passei, sendo abandonado com a minha pequenina, tudo por causa da mulher que achei que me amava, se necessário, teria dado a minha vida para honrar a palavra que dei a ela. Sem saber, que na verdade ela não passava de uma v***a. Uma v***a que fugiu, com o dinheiro que eu tinha no cofre. Ela foi com um dos meus sicurezza, ele era uma das minhas sombras della morte, e mesmo sabendo do risco ele foi com ela. Pior o cara era da minha inteira confiança. E tudo que a mamma da minha bambina deixou, foi uma carta dando adeus. Minha famiglia não queria meu casamento com ela, e como babaca que fui, convenci a minha famiglia que ela era uma boa moça. Porém, me enganei, me casando com uma vagabunda. Agora estou prestes a pagar um alto preço. Quando ela roubou, traiu e me abandou. O pior foi ter abandonado a nossa figlia, não deixei o escândalo envolver os Pasini. Não poderia fazer isso com eles. Coisa que não foi fácil, já que a mídia está sempre no nosso pé, tento me manter afastado dos urubus da mídia, mas é difícil. Essas pessoas são como urubus farejando carniça, principalmente, quando se trata de tentar descobrir algo sobre nós os Pasini. Afinal, minha famiglia e eu somos o que muitos chamam de: o meio termo entre o céu e o inferno. Na verdade, todos borram as calças ao ouvir o nosso nome. Especialmente, o meu nome e dos meus primos. Mas não ligo. Sei que ninguém tem reais provas contra nós. Nós somos claro por ora estamos seguros dos urubus, assim como os escândalos e tudo que vem com eles. Por isso, não cacei e matei a v***a e seu amante, tudo porque sou o capo responsável pela segurança da famiglia. E este, tem que se fazer respeitado e para isso, muitas vezes tem que abrir mão do que queria para fazer a segurança e o bem-estar de todos. Não matar Estefani e o figlio di puttana, foi um “m*l necessário”, este garantiria a todos que nós saímos ilesos. Sem escândalos e seus efeitos colaterais, mas não evitaria uma vida de pobreza e humilhação para a v***a. Afinal, um dia o dinheiro acaba e o valor não era grande coisa, comparado ao estilo de vida que ela gostava de levar. O que deixou meu papa Arthur Pasini muito contente, não é para menos ele nunca se descuida de tudo ao nosso redor assim como dos negócios. E por ele ser o patriarca dos patriarcas, todos nós devemos obedecer a ele. Sempre e sem hesitar, afinal, ele é um dos mais velhos membros da famiglia. Sendo assim, obedecemos ao patriarca dos patriarcas sem pestanejar, assim como os anciões. Jamais, nem um deles deve ser desrespeitado. Primeiro ensinamento da famiglia é: Respeitar e obedecer aos mais velhos sem contestar. Mesmo eu sendo quem sou, jamais desobedeci a qualquer um dos patriarcas. Muito menos o patriarca dos patriarcas, ou qualquer um deles. O que me lembra a maldita palavra que dei ao meu papà. Olho Irina sentada do meu lado, e a única coisa que realmente penso neste instante é: Onde eu estava com a cabeça quando aceitei me casar com ela. Ao mesmo tempo penso. A união da famiglia depende de honrar a palavra que damos uns aos outros, e a nossa união está acima de tudo. Enfim, somos o d***o na terra, os intermediários della morte e a tábua de salvação de muitos. Sem piedade é o meu lema. Agora estou a caminho da escolinha Esmeralda, vou pessoalmente buscar a minha pequena Clara. Minha bambina tem apenas dois aninhos e já está sem a mamma. Talvez meu papà tenha razão em dizer que Irina daria uma boa mamma para minha figlia. Por outro lado, minha mamma acha que ela é uma mulher fria demais para isso. A minha cabeça de cima anda indecisa, meu coração fechado e meu p***o quase satisfeito. Quase...que merda!! Olho através do vidro do carro, noto o m*l tempo e com certeza não demorar começar a cair uma forte chuva. O inverno em Roma ainda sequer começou, todavia, chuvas fortes e frias já se mostram. O carro parou no sinal vermelho e vejo arruaceiros e arruaceiras. Jovens homens e mulheres andando de skate. Uma coisa rara para a nossa querida Roma. Provavelmente, são imigrantes. Olho mais à frente e vejo a escolinha da minha bambina. Volto o olhar a mulher ao meu lado e penso em jogar ela para fora do carro. Assim, me livraria da maldita palavra, porém, me contenho quando lembro que meu papà não ia acreditar em um acidente. Se caso não viesse a óbito, teria que cumprir a maldita palavra, mesmo com ela danificada, como diria Fred meu primo. O sacrifício será grande ao cumprir uma palavra m*l pensada. Uma palavra, que o patriarca dos patriarcas não vai permitir ser quebrada. Ao mesmo tempo, talvez ele tenha razão, e volto a olhar pelo vidro vendo a chuva que agora sim começa a cair.  
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