Nicole Watson
Não sei por que diabos eu ajudei aquele ogro.
Devia ter deixado ele se arrastar sozinho até a cadeira.
Devia ter fechado a porta e assistido com pipoca.
Mas não…
Eu fui lá.
Estendi a mão.
Levantei aquele homem ingrato.
E o que recebi em troca?
Desprezo. Insulto. Arrogância.
Volto pro meu quarto furiosa, com os dentes trincados e o coração feito em pedaços.
Fecho a porta, encosto na parede e… desabo.
As lágrimas caem antes que eu consiga impedir.
Seco rápido com as costas da mão.
Não.
Eu não vou chorar por ele.
Ele não merece isso.
Mas não é só por ele.
É pelo meu pai também.
Pelo que abri mão.
Pelo que perdi.
Pelo que continuo perdendo, todos os dias.
— Aconteceu algo, senhorita? — a voz suave de Margarida me tira do transe.
Me viro rapidamente e forço
