Rodolfo Martinelli
Acordo e permaneço deitado por alguns minutos, apenas observando a mulher que dorme ao meu lado.
Nicole.
Ela parece tão serena... tão alheia ao caos que me causa. Há algo no modo como ela respira, nos traços suaves do seu rosto, que me obriga a admitir — mesmo que só para mim — que estou mergulhando cada vez mais fundo nessa história. Depois da última noite, sei que não quero continuar fingindo que ela é só uma obrigação contratual.
Sempre quis formar uma família... ou, pelo menos, já quis um dia. Mas desde que ela se foi, fechei todas as portas. Foi minha culpa. Ela morreu por minha causa. E talvez por isso eu tenha desistido de tudo. Do amor. Da ideia de ter alguém ao meu lado. De ter filhos. De construir algo duradouro.
E agora, ironicamente, eu tenho uma espo
