O segredo da minha secretária

Ella Philips Cinco meses atrás... “Senhorita Philips, você é tão cheirosa... – a fala arrastada de Arthur é a prova que ele está alterado pelo consumo excessivo de álcool. Eu tinha pedido para ele não beber tanto, mas ouvi meu chefe falar que eu não era a sua babá, que eu era a sua secretária e que tinha que obedecer nesse final de semana. Engoli seco, ando engolindo muitas palavras e atitudes desse i****a por depender integralmente desse emprego. As coisas não estavam fáceis lá em casa, meu pai e minha mãe depende do meu salário para sobreviverem, sou a única provedora da casa e para mim está tudo bem. A única questão é que para ter meu alto salário como a secretária de Arthur Morratti, o CEO das indústrias Morratti, eu tenho que engolir todas as suas atitudes no escritório, não em um elevador. -Se comporte Senhor Morratti, acredito que a bebida que ingeriu essa noite vai te deixar com muita dor de cabeça amanhã pela manhã. - Digo me afastando do seu nariz que está perto demais do meu pescoço. Tínhamos acabado de deixar o casal Nakamura em seu andar e estávamos indo para os nossos aposentados em um dos hotéis mais caros de Aruba, viemos para um final de semana a convite de Ian Nakamura, CEO de um dos maiores resorts da Ásia. Hoje foram fechados vários contratos que vão ser fundamentais para elevar o nome do meu chefe no mundo empresarial, ele agora seria imbatível diante das outras construtoras dos Estados Unidos. Antes de beber igual a um i****a a procura de confusão, Senhor Morratti tirou dos bolsos de Ian Nakamura uma quantia exorbitante de dinheiro, nem em meus melhores sonhos, sonharia com tais números, foi tudo feito tão profissionalmente que realmente é uma lástima acabar dessa forma. Nunca um jantar tinha saído do controle como esse. Nunca! Arthur ou melhor, Senhor Moratti se deixou levar pelas provocações do Senhor Nakamura e bebeu todas em uma disputa boba para ver qual dos dois era melhor em se manter sóbrio. Logo meu chefe que parece uma pedra de gelo ambulante, nunca esse homem se deixou levar por provocações tão bobas e banais. Os dois estavam tentando atos de garotos entrando na vida adulta, sabendo ainda o que fazer de suas vidas após a faculdade cara e renomada que acabara de se formar. É ridículo toda essa situação, meu chefe realmente perdeu de vez o juízo ao concordar com tal aposta! Olho para o homem que parece não ter sido afetado pela bebida, Senhor Moratti está rindo olhando para mim, como um elevador pode demorar tanto para chegar ao seu destino? - Tem que apertar o botão Senhorita Philips... Acabo franzido o senhor pois é um fato, estávamos os dois parados até agora no mesmo andar. Arthur estica a sua mão para apertar o nove que agora brilha indicado que faria nosso pedido e nos levaria finalmente para nossos quartos. Ao voltar para seu lugar, Arthur faz questão de esbarrar seu braço nos meus e fecho os olhos tentando conter aquela sensação que fujo todas às vezes que fico tão perto de Arthur, eu sempre me faço de neutra e distante, mas tenho uma paixonite reprimida por esse homem que é um frio e chato, mas me ajuda muito profissionalmente. Jogo meus pensamentos a querida Senhora Nakamura, Jenny Nakamura ficou no prejuízo pois levou seu marido trocando as pernas para o seu quarto, ele com certeza não iria ter uma boa noite de sono, sua cara pálida e os enjôos que já estava sentindo anunciavam isso. Já tenho um campeão que está me chamando de cheirosa e me olhando como se quisesse ver a minha alma. - Porque está tensa senhorita Philips? - Pergunta com um sorriso sacana nos lábios. - Não estou tensa, estou cansada, a reunião foi bem estressante e fiquei com medo de que o Senhor não conseguisse fechar o negócio. Mentira! Mentira! Mentira! Arthur já tinha o negócio certo, Ian é louco pelo trabalho e profissionalismo do meu chefe, fora que me elogiou muito em nossa reunião. Segundo o mesmo, eu e meu chefe éramos uma dupla imbatível. Também, no meu primeiro emprego fui fazer a entrevista da minha vida, saí do interior do Texas para Califórnia tentar conseguir esse emprego. Fiz as diversas entrevistas e quando me informaram que a minha última entrevista seria com o CEO em pessoa, minhas pernas tremeram e queria vomitar de nervoso. Engolindo todos os meus receios, fui até a sala do meu chefe e na mesma hora sabia que nunca mais teria paz em minha vida, foi a pior meia hora da minha vida, ele me fez tantas perguntas e me encheu te tantas "provas" para mostrar que seria uma ótima profissional, que sai da sala direto para o banheiro vomitar. Eu chorava pela forma que tinha me tratado, ríspido, frio e até um certo ponto c***l. Era nítido que não significava nada para ele, que era mais uma sendo avaliada e estava nítido que me descartaria sem o menor remorso. Fui para a casa que aluguei no impulso de tentar ao novo e melhor na Califórnia, me sentindo um lixo, todas as minhas respostas tinham uma pitada de humor ácido dele ou alguma provocação. Me arrependi de ter ido tentar a vaga na mesma hora. No dia seguinte estava arrumando as minhas malas para voltar ao Texas, definitivamente não era ali que me encaixava, não se todas as pessoas fossem parecidas aos iguais ao arrogante do meu chefe. Mal sabia que estava a ponto de mudar a minha vida para sempre quando atendi sem olhar o telefone, pensava que era meus pais querendo saber como eu estava na cidade grande, mas não era eles, e sim o RH do Senhor Morratti me informando que tinha que comparecer no escritório para levar meus documentos e fazer os exames para começar as minhas funções no dia seguinte. Eu chorei de alegria, finalmente iria ajudar a minha família que estava passando necessidades. A questão era que as minhas lágrimas se tornariam frustradas e de raiva em breve. - Sabia que você fica engraçado tentando se manter nessa pose de secretaria perfeita! Eu sei que está pensando em mim, senhorita Philips, sempre há vejo suspirando pelos corredores ou sentada em sua sala... - Ele retira um dos meus cabelos que estava soltos do meu pescoço. -Eu sei que você é doida para ir para minha cama com as modelos que te obrigo a dizer que não estou... - Sinto a minha pele se arrepiar, minha respiração falhar e minhas pernas fraquejarem. - O senhor está bêbedo! - Determino não dando importância às suas palavras, ele realmente me obriga a desconversar todas as modelos que ele leva para a sua cama. Mas o que realmente chama a minha atenção é o fato do meu chefe está mais sociável, ele sempre está pronto para me matar com as suas próprias mãos e agora está rindo com um sorriso perfeito e tão branco como propagando de pasta de dente. - Acho melhor o Senhor ir para o seu quarto e tomar um banho frio para dissipar o álcool do seu organismo, embarcamos cedo para Califórnia. - Digo dando graças a Deus que o elevador que mais parecia uma lesma ter chegado no andar. Ando apressada para o meu quarto, queria trancar a porta urgentemente e me afastar do meu chefe bêbado. - O que eu preciso fazer para você ir para a cama comigo? Eu sei que você quer, sei que é solteira e não tem nada há perder em uma noite em Aruba. O que acontece em Aruba, fica em Aruba...- Ali estava meu chefe, com as mãos no bolso, olhos penetrantes e parecia que nem estava mais bêbedo. - Melhor esquecermos essa conversa, o senhor pode me mandar embora amanhã, mas eu não posso me dar ao luxo de perder o meu emprego. Ando ainda mais rápido para meu quarto que parece estar no outro lado do hotel, ando, ando e ando para nunca chegar! - Se você não for para a cama comigo, você não terá um emprego amanhã... - Ele solta essas palavras como se fosse nada! Ali estava meu chefe, Arthur Morratti, o homem que acabou de quebrar um sentimento que nutria sem querer dentro de mim. Ele mesmo bêbado iria fazer algo contra mim se eu não cedesse, eu não podia ceder... Fechei os olhos para tudo pois muita coisa dependia de mim naquele momento, eu fui até ele e peguei na sua mão que estava estendida... Eu cometi o ato que me assombra até os dias de hoje e que ainda vão me trazer consequências catastróficas." Dias atuais... - Senhorita Philips não vejo os relatórios da construção do shopping de luxo para o grupo Paraiso? – levanto a minha cabeça e olho para meu chefe, Arthur Moratti. - Estão na sua mesa, juntamente com a minha carta de demissão... - Digo tudo rápido e de formar firme. Estou a cinco meses me preparando para esse momento, o momento que eu sumiria no mundo para nunca ser encontrada pelo Senhor Morratti. Ele me olha assustado, às vezes me pergunto se ele lembra o que fez a cinco meses atrás em um quarto de luxo em Aruba, me pergunto se eles são os mesmos Arthur Morratti. Não é possível uma pessoa ter várias personalidades, não há! - Você não pode fazer isso comigo, não pode! - A voz dele é alta e cortante, é como se ele fosse me prender a ele sem direito a minha liberdade novamente. - Eu posso e vou fazer...