A música do meu despertador era "Save me love", mas eu não estava a fim de cumprir a promessa que fiz ao meu pai em desarrumar as caixas de mudança do meu quarto às oito da manhã. Nem um pouco.
"if you love me, please save me, don't leave me in the dark, save me, baby, save me"
- Vai salvar a mãe! - Grunhi, e desliguei o despertador, voltando a me enfiar nas cobertas.
Além do mais, manhã cinzenta comum em Londres com aquela briza geladinha não faz ninguém querer pular da cama na maior empolgação com um sorriso estilo Jefferson daquele vídeo brasileiro "Para A Nossa Alegria".
Só que naquele dia "comum", eu não tive tanta sorte em ficar na cama. Alguns minutos depois, meu pai estava tirando as cobertas de uma filha preguiçosa de dezoito anos - vulgo eu - e obrigando-a a se arrumar para ajudar a arrumar a casa.
Só para começar meu dia, eu tomei um tombo ao levantar da cama e bati a boca no chão de madeira da época colonial do meu novo quarto. Aquilo me irritou profundamente. Onde está aquela regrinha que meu pai colou na geladeira e que eu ando tentando seguir "Casa nova, Madison presta atenção aonde pisa"? Isso não estava dando certo, nas últimas quarenta e duas horas que eu morei aqui, já devo ter levando mais de dez tombos.
Acordei então, com aquela v*****e de infernizar o d***o (então, Madison, conte mais como você inferniza alguém que já mora no inferno...), fiz minha higiene matinal, pus meu suéter do Mickey por cima do pijama e me prontifiquei a desarrumar as caixas.
- Mad - Chamou meu pai. Lá vem a mania de me chamar indiretamente de "louca" por causa do meu "apelido". Preciso citar que isso me irrita? - Você colocou comida para o Loki?
Loki é o meu gato. Eu não sei onde ele se enfiou. Eu nunca sei, ele vive escondido. Ele deve ser tipo um agente secreto que só volta no final da aventura e ele te olha com aquela cara "não sou um agente secreto, estive aqui o dia inteiro" e você diz, surpreso, "ah, você está aí, Loki".
- Não sei onde ele se enfiou. - dei de ombros.
- Dá comida pra ele e depois que ele quebrar a cara do vilão do dia e passar na FBI para receber seu Oscar de melhor gato agente secreto do ano, ele volta.
Viu? Meu pai concorda com minha teoria.
- Vou ao supermercado, querida, alguma coisa para comprar?
- Macarrão instantâneo, Pringles e Coca-Cola.
- Certo.
Subi para o meu quarto, colocando a comida mole e nojenta de Loki em seu pratinho. Me sentei na minha baywindow, aquelas janelas com três faces projetadas para fora e um sofázinho, e abri a janela, colocando a cabeça para fora. Londres estava fria e aquela rua estava, como de costume, mais ou menos deserta, com aquelas casinhas iguais, os jardins, os carros, aquele Mercedes Benz - parecido com o do meu ídolo, Henry Carter, do Century Boys - estava estacionado na casa ao lado como sempre e os vizinho que eu ainda não conheci nenhum, estavam enfiados em suas casas.
Ouvi, de repente, um gato miando. Levantei a cabeça, e adivinha quem era o gato filho da p**a que estava no telhado, bem encima do meu quarto, preso e com medo de descer? O Loki, claro.
- Que m***a você está fazendo aí em cima, Loki? - Eu grunhi. - PAI! O LOKI ESTÁ PRESO NO TELHADO! - Então me lembrei que ele havia saído para o supermercado. - d***a! - Verbalizei. - Vou ter que eu mesma ir te buscar.
Geralmente, não tenho medo de altura. Geralmente. Só de colocar a perna para fora daquela baywindow, senti um medo percorrer minha espinha. Então, Madison , que m***a você está fazendo? Seu gato é um agente secreto, ele pode se virar. Cheguei a conclusão agora, que sei porque meu pai me chama de "Mad". Escalei o telhado, morrendo de medo que eu escorregasse e sei lá, morresse lá embaixo com pombos negros comendo meu cérebro.
Segurei Loki. Eba. O filho da p**a me arranhou e eu me sentei no telhado para brigar com ele. Depois do draminha, eu me levantei para observar como eu iria voltar para minha baywindow sem morrer. Ok, missão impossível. A baywindow não é uma janela normal, se fosse, a missão não seria impossível.
- Hey, garota, o que você está fazendo aí em cima? - Gritaram lá de baixo. Eu não vi quem era o dono da voz, só sei que a senhorita equilíbrio aqui não gosta de sustos, principalmente quanto ela está prestes a morrer, em cima de um telhado no segundo andar da casa, tentando salvar seu gato.
Parabéns, Madison, você é tanto a garota mais sortuda do mundo que sua primeira aventura morando na Inglaterra é uma viagem só de ida para a morte direto do seu telhado com vôo marcado para os próximos dez segundos.
Que beleza, hein! E as únicas pessoas que vão estar lá para contar como foi, será o Loki e o filho da mãe que me deu um susto e passou a ser o causador da minha morte.
No meio tempo daquela descida até a morte, eu gritei, me joguei no telhado, tentando me agarrar às telhas e ao mesmo tempo, salvar Loki de uma queda pior, gritei ainda mais e acho que comecei a chorar de medo. E lá estava, o fim do telhado. Em menos de um segundo, olhei para baixo e vi o rosto do ser humano, que se eu ainda estiver viva depois dessa morte, morrerá. Mas, espera! Eu conheço aquele rosto de algum lugar. Bem, não tive mais tempo para analisar o rosto do causador da minha miserável morte, depois disso, eu morri.
Ou acho que morri, pois eu estou aqui contando minha trágica vida que durou uma sinopse, prólogo e apenas um capítulo.
Fechei os olhos, o vento tentou amortecer minha queda, mas infelizmente ele é só o vento, coitado, pelo menos alguém (alguma coisa) está do lado em não querer que eu morra! O vento! E então quando eu penso que vou quebrar minha coluna vertebral e morrer, isso não acontece na verdade. Eu me prendo à Loki e braços fortes me seguram antes que eu caísse no chão. E olha que eu nunca acreditei no Superman, só no Iron Man.
Meu cabelo caiu todo na minha cara, é, apresentação triunfal, eu estava comendo meu próprio cabelo, existe coisa mais bela? Eu deveria estar chorando de medo, comendo cabelo, segurando meu gato, usando minha camisa do Mickey e meus shortinhos de pijama, com o queixo meio tonalizado de roxo pelo tombo mais cedo... Preciso falar mais do que isso?
Chega de falar da minha morte. Acontece que toda essa desgraça não foi a pior parte do meu dia. A pior foi olhar para a cara do meu Iron Man e constatar aquilo. LOGO AQUILO!
Olhei bem para a cara dele e analisei aqueles olhos castanhos, brilhantes e sem aquela textura falsa que eu chamo de 'tela do computador'. Ele tinha uma pintinha perto dos lábios, ah, mas eu já sabia disso, suas covinhas estavam bem ali, sem ele nem mesmo fazer forças para sorrir. Era a visão mais linda do mundo, e eu estou super apresentável. p**a que pariu! Era ele mesmo.
Eu soltei uma exclamação alta e Henry Carter parecia perplexo pelo meu salto olímpico do telhado e queda bem em seus braços. Assim que ele sentiu segurança (pode apostar que isso levou alguns segundos), me pôs no chão lentamente e eu precisei me apoiar em seu ombro e não deixar as minhas pernas mais bambas do que ele já provocava só por estar ali. Tirei uma das mãos de Loki e tentei tirar o cabelo do rosto, mas Loki saltou das minhas mãos e foi direto para as mãos de Henry Carter.
Por que mesmo eu estou dizendo seu nome junto com seu sobrenome se todo mundo aqui – todo mundo mesmo – já sabe disso?
– Calma, não precisa chorar, eu te segurei. – Disse o Henry me olhando preocupado. Pisquei os olhos algumas vezes. Socorro, as palavras não saem. – Caramba, viu o tombo que iria levar?
– Uhm... Valeu... Ahn... Meu gato... Tombo, não foi?... – Eu gaguejei, e só espero que ele não tenha notado esse minha LEVE tonalização vermelha nas bochechas – Então, devolve o meu gato? Eu não estou chorando!
Parabéns, novamente, Madison, você é tão estúpida e tão i****a que com tantas palavras nesse dicionário que a professora da terceira série te fez engolir, você só conseguiu formar essa frase! Fechei os olhos com força e balancei a cabeça, mas quando os abri, para minha surpresa, Henry Carter estava rindo. Acho que AGORA meu estômago despenca de tanto nervosismo. Ele me entregou o Loki.
Depois de uns segundos naquele momento que estava sendo extremamente constrangedor para mim, Henry parou de rir, mantendo um sorriso firme no rosto. Vodca do céu, me ajuda, senão eu desmaio.
– Você se machucou?
– N–não. – Tentei com que saísse firme – Obrigada por... me segurar.
– Sem problemas, eu acho até que fui eu quem te assustei. – AH, MAS VOCÊ JURA? – O que você estava fazendo lá em cima?
– O meu gato havia fugido. – Eu disse.
– E foi subir logo no telhado da casa dos meus vizinhos. – Henry riu.
Eu iria começar a rir, mas, espera... Vizinhos?
– Vizinhos? – Verbalizei, boba.
Tenho a impressão de que Henry ficou vermelhinho.
– Desculpa, não me apresentei, sou Henry. Henry Carter, eu moro aqui do lado com meus amigos. – Estendeu a mão.
Eu fiquei entre apertar sua mão, falar, respirar e responder com meu nome. Cadê o ar? Então eu fiz na seguinte ordem: respirei, apertei sua mão formalmente e respondi meu nome com um sorriso no rosto.
Ou talvez, não tão nessa ordem.
– Madison chamo eu Madison me eu chamo. – Apertei sua mão, soltei todo o ar que meus pulmões acumulavam e respirei. E só então saiu aquele sorriso, que talvez não tenha saído de verdade.
– Você está legal mesmo?
Nesse momento, para salvar a pátria – ou não –, o carro vermelho do meu pai estacionou na frente da nossa casa e ele abriu a porta.
– Mad? – Chamou. Eu me virei. – Aconteceu alguma coisa?
Eu estava prestes a responder, mas aí o Iron Man com covinhas respondeu tudo na minha frente, e só o que eu fiz foi soltar um suspiro longo e largar Loki no chão, desisti de viver a partir agora.
– A... Ela subiu no telhado para pegar esse gato, e então acho que, por minha culpa, tomou um susto e caiu, mas eu consegui segurá–la, mas, senhor, eu acho que ela não está muito bem.
– Ah, isso é comum vindo da Mad. – Meu pai revirou os olhos. Pai, por favor, para de me chamar de louca na frente do Henry f*****g Carter. – Será que ela consegue me ajudar a carregar as compras? Nós moramos bem aqui, somos novos na vizinhança.
– Eu posso ajudar. Sou Henry, moro aqui do lado. – Disse o moreno.
E quando eu fui ver, Henry já estava entrando pela porta da sala.
(...)
– TÁ DE BRINCADEIRA QUE O SENHOR TAMBÉM GOSTA DE ELVIS PRESLEY! – Henry exclamou na cozinha enquanto tentava transportar pilhas de aparentemente dez tubos de Pringles até o outro lado da cozinha, junto com meu pai, que carregava as latas de Coca–Cola, tudo parte do meu estoque de comida reserva particular.
Sim, Carter estava MESMO ali em casa, ajudando meu pai com as compras como havia prometido. Acontece que eu não esperava que eles criassem um laço de amizade gigantescamente gigante como se conhecessem há séculos antes de cristo, assim, tão rápido. Para eu ter esse laço amigável com meu pai, durou todos os meus dezessete anos até ano passado, quando eu finalmente comecei a morar só com ele e viramos tipo "melhores amigos para sempre com algumas responsabilidades de pai e filho a se cumprir".
Henry começou a cantarolar algo tímido e baixo. Diferente do meu pai que assim que reconheceu o que ele estava fazendo e começou cantar junto.
When they said you was high classed
Well, that was just a lie
You ain't never caught a rabbit
And you ain't no friend of mine
Então eles começaram a se empolgar, eu fiquei com aquela mão na cara de idiotice alheia, comendo meu cereal na cozinha.
– Hum, eu acho que vou me jogar do telhado de novo e já volto, tenho quase certeza de que me esqueci de morrer da última vez! – Fui completamente ignorada. – E eu que achava que meu pai gostava de ouvir Rihanna e David Guetta comigo.
Pode até parecer divertido ter seu ídolo cantando na sua cozinha enquanto faz malabarismo com os tomates, mas não quando o backing vocal é seu pai, que se acha o maior cantor e comediante – mas ele não é, ele é arquiteto.
– Vem Loki, vamos combater alguns cientistas/farmacêuticos com sobrenomes alemão do m*l – Eu chamei meu gato que olhou para mim com uma expressão (pois agora, Mad, gatos tem expressão?) desdenhosa e preferiu ir se enroscar no pé do Henry e se esfregar nele. Traidor! Cruzes, as pessoas me amam por aqui.
– Alguém tão novo sabendo admirar a preciosidade dos velhos tempos? Deveria aprender com este garoto, Mad... – Ótimo. Dois minutos com o meu ídolo e meu pai já gosta mais dele do que de mim. – Mas me diga, se interessa muito por música, Henry?
Henry instantaneamente virou sua cabeça em minha direção com um olhar alarmado, que foi desfeito na mesma rapidez em que chegou. Ele deveria estar pensado algo "hum ela ainda não surtou então não deve ser minha fã, melhor não arriscar".
E por que eu não surtei ainda? Deve ser porque a ficha ainda não caiu ou eu estou com medo de acabar fazendo o Henry se afastar de mim, depois de eu ter um surto de fã. Que obviamente inclui choro, abraço, beijos e até uma mãozinha tentando arrancar algum fio de cabelo para idolatrar dentro de um pote depois.
– Eu... Hã... Eu já tive um emprego de verão em uma loja de vinis, apenas isso, Sr. Harrison.
O quê? E cadê aquela parte que consta que ele é famoso e canta numa boyband? E também não tem nada falando sobre isso nas biografias dele na internet! Quando eu iria reclamar sobre como não se pode mais confiar nos escritores de blogs de fofoca como antigamente, fui interrompida, novamente.
– Não precisa me chamar de senhor, cara, apenas de Hans e a propósito, uma ótima escolha a sua. Vinis são demais. Mas o que você acha de Bob McFerrin e..... – Meu pai chamou meu ídolo de "cara". Que evolução é essa? E eles continuaram a conversar sobre coisas do século passado.
Ok, desisto, eu já disse isso antes! Subi para o meu quarto rapidamente e troquei meu short de pijama por um short jeans, que combinasse com meu suéter do Mickey. Puff, tudo combina com meu suéter seduzente do Mickey. Dei uma espiada naquele meu pôster do CBS e engoli em seco.
E aí, consciência que realmente não presta, episódio comprovado junto ao fato de que ela não me lembrou de não subir no telhado para mais tarde cair nos braços do meu ídolo, o que vamos fazer hoje? Ah, já sei, vou sair daqui antes que acabe agarrando Henry Carter.
Passei pela cozinha e abri a porta da sala com aquele ar m*l–humorado de costume quando acontece do seu cantor favorito ficar lá na sua cozinha desperdiçando sua voz com músicas que o seu pai quarentão sabe a letra! Meu pai, sabe o que isso significa? O mesmo cara que acha que Twitter é nome de uma nova marca de sabonete líquido! Claro que, eu digo isso como se ter seu cantor favorito na sua cozinha fosse um fato supremamente comum.
E então, antes mesmo de colocar o pé para fora, reparei que na soleira da porta haviam seis figuras. Uma pela qual estava com um sorriso vacilando e a mão fechada em punho no ar, como se estivesse prestes a bater na porta, uma porta imaginária.
– Qual é?! – eu falei com os olhos arregalados, mais surpresa ainda. Mas a minha v*****e mesmo era de perguntar por que todos eles não se juntam logo na minha cozinha e fazem um "dueto" Century Boys featuring Hans Harrison.
– Então... – começou Bailey O'brien, tentando dar um explicação plausível, mas visivelmente envergonhado com o punho no ar. Ele se endireitou. – Nós viemos...
Parece que não sou só eu que sou interrompida e ignorada por hoje.
– JOSHUA! OLHA ISSO JOSH! ELA TEM UMA BAYWINDOW! UMA BAYWINDOW DE VERDADE! – gritava um loirinho que parecia mais feliz em ver minha janela do que da vez que descobriu que entrariam no Century Boys. Ele ficava dividido entre apontar para a janela e agarrar a gola do Joshua. – Você viu isso, Bailey? Ela tem uma baywindow e mesmo assim seu pâncreas continua diluindo glicose! – Ele disse acusadoramente se dirigindo ao Bailey. Ai, essa doeu lá no meu pâncreas!
– M–mas o q–q–ue...? – Eu estava tentando dizer alguma coisa, mas aparentemente minha língua decidiu que queria imitar um caracol na presença do 21st Century boys incompleta, já que o Henry continuava seu show na minha cozinha.
– Bailey nunca me deixou ter uma baywindow porque "era perigoso". Ele sempre dizia que eu poderia dar uma de SpiderMan e querer escalá–la até o telhado... Loucura, né? – Backer perguntou. Ô, se como! Nem digo pra vocês o que eu fiz hoje mais cedo.
– Qual é o seu nome, dona da janela mais linda do mundo? – Noah perguntou sorrindo e eu franzi o cenho confusa... Ele estava elogiando a minha janela ou eu? Provavelmente seria a minha janela, já que até ela tem mais charme que eu.
– Louc.. MADISON! É isso, meu nome é Madison. – Nossa senhora, olhar no meio daqueles olhos hipnotizantes do Noah é meio complicado sem derreter e virar picolé de louca.
– Sério? Porque você não parecer ter muita certeza disso... – Isaac debochou rindo. Ótimo, mais um mico na frente de um idol para ser adicionado na minha lista.
– Então! – Bailey quase gritou, colocando os cinco dedos na cara do Isaac me fazendo prestar atenção nele. – Desculpe–nos pela idiotice, mas, nós queríamos um pouco de açúcar...
- Já temos bastante - Joshua solta a piadinha apontando para o Darwin Sugar. Sério? Sério isso Joshua?
– Não queremos não. – Darwin interrompeu, impaciente. – Bailey, deixa de enrolar e vamos direto ao ponto: Onde o Henry está?
– O–o que? – Repeti atordoada. O Century chegou na minha porta hoje para supor que eu sequestrei o Henry? Não seria má ideia.
– Qual é, "Mad–Madison", você é uma garota, tem cabelos longos e dois rins funcionando, é claro que o Henry já te paquerou ou ainda está paquerando. – Darwin revirou os olhos.
– Está supondo que o Henry só não me paquera porque meu cabelo é curto? – Joshua encarou Darwin.
– Josh, você não é uma garota. – Backer informou. – Mas claro que, se ele achou uma garota mais bonita que você, ele pode já não estar mais aqui...
– Obrigada, é sempre bom ser lembrada pelos vizinhos o quão f**a você é! – Sorri sarcasticamente – Mas não, acho que o Henry de vocês não está aqui, claro que, se quiserem, eu tenho um pacote inteiro de traquinas.
Mas nesse momento, eu fui interrompida (p**a QUE PARIU, DIA INTERNACIONAL INTERROMPAM A MADISON), dessa vez por um barulho que vinha de algum lugar atrás de mim:
– NOSSA, SENHOR HANS! EU NÃO SABIA QUE ESSA TAMBÉM ERA SUA PARTE FAVORITA DE STAR WARS! – Aquela inconfundível voz ria escandalosamente em alguma parte no interior da minha casa.
– Por ali! Na cozinha! – Disse Joshua, tornando–se agora um dos amiguinhos de Loki, um agente secreto – Reconheço o cheiro de chocolate com perfume feminino do Henry em qualquer lugar!
Sem cerimônia alguma ou convites para o chá da tarde, os garotos simplesmente se enfiaram na minha casa. Primeiro o Joshua, seguido por um loirinho animado puxando o cego do Bailey, e logo um Isaac puxando um Darwin sonolento e por último, o senhor sou–definitivamente–mais–sexy–que–todos–na–Galáxia, com aquele sorriso arrasador.
– Pega no flagra, "louca"... – Noah sussurrou quando passou perto de mim e seguiu para a cozinha.
– O quê? Sete famosos da minha banda preferida na minha casa e eu vou achar estranho? Que isso... Semana passada mesmo, acabei de chegar de um churrasco na casa de férias do Ed Sheeran na Síria... – Resmunguei enquanto fechava a porta atrás de mim e seguia o rastro do CBS. Para deixar claro que eu nem sei onde é a Síria.