O sinal para o fim das aulas tocou minutos depois que Sasuke deixou a sala. Os alunos saíram eufóricos e comentando o acontecido, a fofoca se espalharia rápido e logo a escola inteira estaria falando de Sasuke.
— O que foi aquilo? Tsunade estava furiosa. — Ino se levantou guardando suas coisas.
— Isso foi tenso, nunca pensei que Sasuke usasse drogas. Ele pode ser expulso por isso. — Karin comentou.
Coloquei minha mochila nas costas vendo Neji caminhar tranquilamente para a saída da sala.
— Ele não usa. — bufei seguindo apressada em direção ao Hyuuga.
— Sakura onde você vai?
Ignorei as garotas seguindo Neji por entre os alunos, ele caminhou em direção ao estacionamento, para uma parte mais afastada onde ficavam algumas motos, e eu o acompanhei.
— Se continuar a me perseguir vou achar que está querendo alguma coisa. — sua voz saiu desinteressada.
Olhei em volta vendo que estávamos sozinhos e voltei a atenção para o Hyuuga que soltou sua mochila sobre uma das motos.
— Você não tem vergonha na cara? Até onde você vai apenas por causa da merda de um título? — esbravejei furiosa.
— Calma princesa assim você me ofende. — o deboche estava presente em sua fala.
— Não me chame de princesa e olha pra mim quando eu estiver falando. — minha voz saiu elevada e ele finalmente se virou para mim.
— Fala logo o que você quer.
— Eu sei que foi você que colocou aquela droga na coisas de Sasuke. — o fitava com toda minha raiva.
Neji abriu um sorriso debochado e se aproximou até que seu corpo estivesse a centímetros do meu.
— Prova. — soprou as palavras em meu rosto brincando com um dos meus fios de cabelo.
— Eu não tenho provas, mas Sasuke pode fazer alguns exames e provar que não usa drogas, então esse seu plano e******o não valerá de nada. — rosnei apontando o dedo em seu rosto.
Neji sorriu nenhum pouco abalado.
— O cara foi pego no flagra, Tsunade não vai dar chances pra ele fazer nada. Acho que a essa altura o i****a já deve estar pegando o resto das coisas dele. Você deveria está consolando o seu “namoradinho” agora.
— Eu vou contar a ela que foi você.
— Você não tem provas gatinha.
— Não posso tê-las agora mas irei encontrar, e quando isso acontecer você vai a merda. — cuspi as palavras lhe dando as costa, mas o i****a puxou meu braço fazendo-me voltar em sua direção.
— É melhor cuidar da sua vida princesa, e aprender a não se meter onde não é chamada, vai acabar se dando m*l um dia. — Neji sussurrou segurando meu rosto com força.
— Não se preocupe você vai se ferrar antes seu bastardo.
O desafiei com o olhar sentindo o aperto em meu rosto se afrouxar e o i****a deslizar o polegar pela minha boca.
— Sabe, nós até que faríamos uma bela dupla. — ele estava sério agora.
— Nos seus sonhos querido. — sorri cínica. — Eu não me misturo com babacas.
O empurrei e fui embora sem ser impedida dessa vez. Não vou descansar até ter provas contra esse babaca e vê-lo se afundar em sua própria ambição.
(...)
O carro de Sasuke estava estacionado em frente a sua casa e assim que Ino me deixou na minha eu fui direto para a casa vizinha. O nervosismo me batia e eu precisava saber se ele estava bem.
Quem abriu a porta foi Mikoto e seu olhar estava abatido. Ela já estava sabendo do ocorrido e eu nem imagino o que ela está sentindo.
— Onde está Sasuke? — perguntei quando ela me deu espaço para entrar.
— No quarto, ele não quis conversar. A diretora ligou avisando o que aconteceu.
— Dona Mikoto eu sei que isso foi um grande engano.
— Eu não sei o que pensar, Sasuke é tão frio e distante que eu não consigo saber o que está acontecendo, eu não sei pelo o que meu filho está passando, porque ele não me conta nada e agora descubro isso. — ela se sentou no sofá cobrindo as mãos trêmulas no rosto.
Me ajoelhei a sua frente deixando a mochila de lado e acariciei seus cabelos.
— Sasuke não se droga Dona Mikoto, confia em mim.
— Não sei o que pensar Sakura.
— Tsunade o expulsou?
— Ela lhe deu uma suspensão de 3 dias, para que possamos fazer alguns exames e ter certeza.
— Vai ficar tudo bem, os exames vão mostrar que ele está limpo. — sorri a confortando.
Mikoto levantou o rosto e eu não gostei de ver seus olhos vermelhos. Ela estava muito chateada.
— Sasuke se recusa a fazer os exames.
— O que? Mas por que? — perguntei confusa e surpresa.
— Isso é o que eu queria saber. Ele simplesmente bateu a porta do quarto na minha cara. — ela soltou um suspiro cansado e eu me levantei irritada.
Sasuke não podia tratar sua mãe dessa maneira, eu sei que ele deve estar irritado mas ela só quer ficar ao seu lado e ajudar.
— Eu vou falar com ele. — avisei correndo para as escadas.
— Ele não vai abrir a porta.
— Ele vai ou vou irrita-lo o dia todo.
Caminhei pelo corredor parando em frente a porta do Uchiha e comecei a bater.
— É a Sakura aqui, abra a porta.
Ele não respondeu.
— Eu vou bater aqui o dia inteiro se você não abrir.
Silêncio.
— Sasuke. — gritei irritada.
Passei trinta minutos gritando naquela porta e o miserável não abriu, sequer respondeu. Questionei Mikoto sobre ter acontecido alguma coisa, mas ela disse que ele tinha um sono de pedra e que provavelmente estava com os fones de ouvido o que ajudava-o a ignorar totalmente o mundo.
Eu nunca quis tanto estrangular alguém.
(...)
A noite eu estava deitada na minha cama estudando entediada, mas minha cabeça estava muito longe dos cálculos.
A ideia de Sasuke se recusar a fazer os exames estava me incomodando, ele precisava faze-los para provar que a droga não era dele.
Mas e se por acaso fosse? Droga não sei mais no que pensar, Sasuke me deixa louca e isso me irrita.
Meu celular apitou chamando minha atenção ao ver uma mensagem de Karin.
“ Estou indo pra casa de Suigetsu e vou passar ai pra te levar. ”
“ E por que eu iria querer ir na casa do seu namorado? ”
“ O coração de gelo está lá. ”
Não perguntei mais nada e fui me enfiar dentro de um vestido verde turquesa de alças, porque foi o primeiro que encontrei.
Karin apareceu dez minutos depois buzinando e eu corri escada abaixo amarrando os cabelos em um r**o de cavalo.
Estava fazendo frio e uma chuva fina caia do céu, isso me fez arrepender de não ter pego um casaco. Entrei no carro de Karin em silêncio puxando o cinto de segurança com força.
— Pela sua cara tô vendo que hoje não foi um de seus melhores dias.
— Só dirija Karin.
Ela assentiu e ficamos em silêncio durante todo caminho, quando chegamos a casa de Suigetsu ele abriu a porta já agarrando a namorada e eu invadi o lugar parando na sala principal onde alguns dos garotos do time estavam.
— Onde está Sasuke? — perguntei atraindo os olhares de todos e Shikamaru apontou para a cozinha.
— Ele não tá muito legal hoje, vê se não o irrita mais ainda. — Naruto avisou.
— E quando é que ele não está?
Passei por eles sentindo os olhares me acompanharem e parei na porta da cozinha encontrando Sasuke encostado no balcão com uma bebida em mãos.
Sua expressão não era uma das melhores e ele parecia zangado como sempre. Eu não sabia o que se passava em sua cabeça mas com certeza não eram coisas boas.
— Preciso falar com você. — anunciei entrando no cômodo.
— O que você tá fazendo aqui? — ele ergueu o olhar soltando um suspiro.
— Vim porque preciso falar com você.
— Não tô afim. — disse curto grosso antes de beber o resto da bebida que estava no copo.
— Nós vamos conversar.
— Não, não vamos.
— Por que você não quer fazer os exames? — me aproximei parando a sua frente com os braços cruzados.
Sasuke desceu o olhar para meu rosto esfregando as mãos nos cabelos impaciente.
— É melhor parar, não tô afim de ouvir mais nenhuma merda.
— Eu quero ajudar.
— Eu não preciso de ajuda.
— Sua mãe está preocupada Sasuke, não deixa ela sofrer assim.
— Você também acha que eu sou um drogado? — um sorriso debochado surgiu em seus lábios.
— Claro que não. — fui sincera vendo seu olhar ficar curioso.
— Então o que é?
— Eu só quero saber porque você não quer fazer os exames e provar que é inocente.
— Eu não preciso fazer essa porcaria, minha palavra já basta, acredite quem quiser.
— Você vai ser expulso se não o fizer caramba. — respondi impaciente tentando colocar alguma coisa em sua cabeça.
Sasuke não estava pensando com clareza.
— f**a-se, ninguém se importa. — grunhiu irritado passando por mim mas segurei sua camisa mais irritada ainda.
Como ela ousa dizer uma asneira dessas? Logo pra mim que sempre me importei.
— Eu me importo seu arrogante i****a, seus amigos se importam, o seu time de futebol e a sua mãe principalmente. Têm pessoas que gostam de você e estão sempre ao seu lado querendo te ajudar, mesmo que você as ignore e finja que elas não existam. Mas elas vão continuar lá, esperando o dia em que você deixará de ser i*****l e devolver esse sentimento. — cuspi as palavras sentindo meu corpo tremer de raiva e Sasuke parou no lugar enquanto minhas mãos continuavam firmes em sua camisa.
Eu precisava falar ou iria explodir de raiva.
— Isso machuca, seu descaso machuca. Ninguém merece ser tratado dessa forma, aproveita enquanto essas pessoas estão do seu lado porque uma hora elas podem cansar e você realmente vai está sozinho. — o soltei me sentindo ofegante e mais aliviada por desabafar.
Sasuke continuou parado e eu passei por ele pronta para ir embora afundar a cara no travesseiro, mas minha mão foi segurada.
Eu congelei no lugar, quase sem fôlego e minhas pernas quase fraquejaram quando Sasuke me puxou de encontro ao seu corpo.
Seus braços estavam em volta da minha cintura e seu rosto em meu pescoço. Sasuke estava me abraçando e eu paralisada.
Eu só tentava manter minha mente consciente e não desabar mole igual uma gelatina quando ele me soltasse. Mas por enquanto eu agradecia seu silêncio e entendia que Sasuke precisava disso.
Porque nem mesmo ele queria ficar sozinho.