PONTO DE VISTA DE GRAYSON
Depois que eu arrastei meu corpo dolorido para a cama, meus olhos se encontraram com os olhos castanhos de Emily, preocupação os preenchia enquanto ela me encarava, mas eu não conseguia manter os olhos abertos, mesmo que minha vida dependesse disso, e acabei adormecendo imediatamente enquanto ela ainda perguntava se eu estava bem.
Quando os raios de sol da aurora brilharam no quarto, meus olhos se abriram instintivamente. Emily estava dormindo, então eu me levantei o mais silenciosamente possível, vestindo um colete preto com minhas roupas de corrida preta e meus tênis pretos, saí do quarto sem fazer barulho, eu não queria acordá-la, pois não tinha ideia de quando ela havia adormecido. Só espero não tê-la mantido acordada a noite toda.
Desci as escadas e saí pela porta da frente, correndo para a frente enquanto começava minha corrida pelos terrenos da alcateia. Depois de duas horas de corrida, meus músculos estão tensos, minha respiração está pesada enquanto subo os degraus do alpendre e, ao entrar na casa, Emily estava sentada no banco pequeno, me esperando. Seu pé estava batendo incontrolavelmente enquanto ela mexia os dedos.
— Você está de volta — Seus lábios estavam pressionados, formando uma linha fina enquanto sorria. Ela se levanta e sinto meu coração afundando com sua linda aparência, mesmo que esteja usando apenas um vestido de seda e seu cabelo loiro esteja solto sobre os ombros, ela é a definição de beleza.
— Oi — Eu respiro, segurando suas bochechas e a abraço. Ela fica na ponta dos pés, querendo me beijar, mas eu simplesmente não consigo, então beijo sua testa.
Eu não posso beijá-la, pensar em causar ainda mais dor a Heaven-Leigh, também está me machucando. Ela puxa levemente o rosto em desgosto.
Ela está brava ou eu estou fedendo?
— Tenho coisas para fazer hoje — Eu suspiro enquanto dou um passo para trás e ela franze a testa, com os lábios fazendo bico.
— Tipo o que? — Ela pergunta e eu consigo sentir o quão nervosa ela está.
— Você sabe — Suspiro e seus olhos se voltam para o chão.
— Posso ir junto?
— Não. Eu não posso arriscar. Ela vai te matar. Você precisa ficar aqui, por favor — Eu pego sua mão e seu lábio treme. Ela realmente não gosta que eu lhe diga não.
— Eu não gosto disso. Não quero que você fique sozinho com ela — Ela brinca com o vestido de seda. Ciúmes fica bonito nela.
— Eu sei, mas não posso arriscar sua vida. Você é minha Luna e essa alcateia precisa de você viva — Tento convencê-la a ficar.
— E essa alcateia também precisa do seu alfa vivo — Ela discute comigo.
— E eu serei. Sou o companheiro dela e ela não vai me matar, mas você? Ela vai te matar por ciúmes e nunca vou viver em paz comigo mesmo se isso acontecer — Seguro sua bochecha com a mão e ela se inclina para o meu toque, suspirando e balançando a cabeça.
Graças a Deus, ela geralmente não ouve.
— Eu preciso tomar um banho — Eu murmuro e ela me segue de volta para o nosso quarto — Vou ser rápido — Eu digo quando entro no banheiro, mas ouço seus passos me seguindo.
Quando me viro para ela, tirando minha camisa, seus olhos percorrem meu peito nu e ela solta a corda do seu roupão e o deixa cair no chão, seu corpo nu completamente exposto para mim, e eu mordo o lábio.
Merda, ela é gostosa.
— Não tenho tempo — Eu gemo enquanto tiro minha bermuda e sapatos, entrando no chuveiro.
— Não sei do que você está falando, eu também preciso de um banho — Ela sorri sedutoramente enquanto se aproxima de mim.
Ela parece tão inocente, mas é tão safada.
— Ok — Murmurei, abrindo a torneira e ficando embaixo da água fria, deixando ela me refrescar.
— Isso está frio! — Emily grita e eu dou uma risada enquanto abro mais um pouco a água quente, fazendo-a esquentar mais rápido.
Ela sorri e seus braços se envolvem em volta da minha cintura por trás, suas mãos descansando no meu abdômen, deslizando para baixo, suas mãos se envolvendo em torno do meu m****o e um gemido escapa dos meus lábios enquanto ela torce o pulso e eu seguro seu braço, me virando e olhando para ela com olhos entreabertos.
— Eu disse que não tenho tempo — Eu rosno, passando por ela e a deixando perplexa.
Ela pode estar furiosa agora, mas não posso t*****r com ela sabendo que estou machucando minha companheira. Vou compensá-la mais tarde, quando o vínculo for quebrado e tudo isso acabar.
— Grayson! — Ela grita com raiva, mas eu a ignoro, sabendo o que eu faria se eu me virasse agora e olhasse para o seu corpo nu e molhado.
— O que está acontecendo com você? — Emily pergunta enquanto sai do banheiro, sua toalha envolta em seu corpo pequeno.
Suspiro enquanto puxo meu moletom branco sobre a cabeça e visto minha calça jeans preta.
— Estou com pressa, Em. Preciso acabar com isso — Explico e consigo sentir o olhar furioso dela em minhas costas enquanto calço meus tênis All Star.
— Não, desde que você a conheceu, você não me beijou — Sua voz falha e sinto vontade de gritar com ela.
— Porque estou com dor, Emily! — Digo um pouco alto demais e seus olhos começam a lacrimejar.
— Que dor? Por que você a quer? — Ela me acusa e minha cabeça cai enquanto olho para o chão, balançando a cabeça. Eu não a queria. Mas era difícil olhar para a Emily quando tudo que eu conseguia pensar era na Heaven-Leigh.
— Eu não a quero. Você sabe o que aconteceu ontem à noite? — Eu pergunto e ela morde o lábio inferior, balançando a cabeça.
— Não — Ela suspira.
— Ela foi maldosa, transou com outra pessoa só para me causar dor, por vingança! Eu não posso deixar isso acontecer novamente. Se as pessoas descobrirem, vão me desafiar, atacar a matilha e quando estou nessa dor, me sinto perdido. Eu queria arrancar sua cabeça naquela noite, é o quanto ela tem controle sobre mim e eu não vou permitir. Ninguém brinca comigo — Eu explico e ela engole em seco, concordando com a cabeça.
— Então eu te vejo em breve e prometo que vou compensar você — Eu suspiro antes de sair do quarto, sem olhar para ela.
Eu sento no meu carro em frente à casa da matilha Argent, reunindo toda a confiança que tenho antes de sair e subir os degraus do pátio, os guardas me deixam passar e estou feliz que o alfa Raymond não me impediu de vir aqui.
Levanto a mão, prestes a bater quando a porta se abre e Heaven-Leigh está parada na entrada, com o rosto pálido.
— Eu estava prestes a bater — Eu murmurro nervosamente, seus lindos olhos verdes parecendo tão bonitos quanto a floresta com o sol brilhando sobre eles.
— Tente de novo — Ela murmura sarcasticamente e uma ruga aparece na minha testa, mas antes que eu possa pedir para ela explicar, ela bate a porta na minha cara e eu fecho os olhos, tentando controlar a raiva que estava ameaçando explodir no meu peito.
Eu apenas invado esta casa e a arrasto pelo cabelo ou bato na porta? Que se dane, isso está estranho pra caramba. Levanto a mão, batendo mais forte e a porta voa aberta, eu fico surpreso quando outra garota abre.
— Oi, estou procurando a Heaven-Leigh — Eu murmuro enquanto tento sorrir e a garota congelou, olhando para trás antes de encontrar meus olhos novamente.
— Sinto muito, senhor, ela acabou de sair — Ela murmura baixinho e eu franzo a testa.
Ela saiu? Tão rapidamente?
— O que? — Eu grito com raiva, meus olhos acidentalmente ficam vermelhos e seus olhos se arregalaram, olhando para baixo antes de se curvar.
— Sinto muito, alfa. Vou informar o Alfa e a Luna que você está aqui — Ela balbucia antes de correr em direção às escadas em espiral.
Eu entro? Eu fico do lado de fora? Suspiro e, então entro, fecho a porta e fico em pé com as mãos atrás das costas, olhando ao redor do interior branco.
Talvez seus pais tenham escolhido o nome dela por que gostam de branco? Suspiro enquanto penso em seu nome, é tão puro e ela é tão... frustrante.
— Grayson, como posso ajudar? — Alfa Raymond desce as escadas e Luna Gina logo atrás.
— Estou aqui por causa da Heaven-Leigh, mas uma pequena serviçal disse que ela saiu — Eu digo com raiva, tentando me controlar.
— O que? — Luna Gina franze a testa, tirando o celular do bolso e vai até outro cômodo.
— Bem, então fique e espere por ela, afinal, ela não pode sair por aí para sempre — Alfa Raymond insiste e eu aceno com a cabeça.
— Venha, deixe-me te mostrar o quarto dela e você pode esperar lá — Alfa Raymond faz um gesto em direção às escadas e eu o sigo até o quarto andar.
— A única porta à sua esquerda — Alfa Raymond acena antes de me dar um pequeno sorriso e continuar subindo as escadas.
Quantos andares a casa dessas pessoas tem? Respiro fundo antes de caminhar pelo corredor, tudo cheira como ela.
Eu paro na frente da porta, olhando para a maçaneta antes de baixá-la e, empurrando-a, congelo quando meus olhos encontram os dela. Eu me sinto com tanta raiva, mas o seu cheiro está por toda parte e é intoxicante.
— Aí está você — Eu sorrio, pensei que ela realmente tinha partido.
— Sai daqui — Ela rosna e outra garota de cabelos castanhos claros se levanta da cama.
— E quem é você? — Ela rosna e eu dou um passo à frente, querendo arrancar a garganta dela por causa de seu tom de voz, mas Heaven-Leigh se coloca na frente dela, seus olhos ficando vermelhos brilhantes.
— Dá o fora — Ela rosna e eu respiro fundo, controlando minha raiva.
— Vamos voltar aos negócios então — Eu sorrio e o rosto dela fica pálido.
— Cala a boca — Ela exige.
— Não, você cala a sua boca e me deixa fazer isso! — Eu rosno.
— Que diabos está acontecendo? — A garota pergunta e meus olhos ficam vermelhos enquanto a encaro.
Quem ela pensa que é?
— Você é um… — Os olhos dela se arregalaram de medo.
— Um Alfa, então feche essa boca — Eu exijo com minha voz de Alpha e ela segura a mão de Heaven-Leigh. Finalmente.
Meus olhos se voltam para Heaven-Leigh e ela morde o lábio inferior.
— Eu… — Eu engulo em seco. Por que não consigo dizer? Não, eu preciso dizer, por Emily.
— Eu, Grayson Coffin, futuro Alfa do… — Eu começo, mas aquela garota abre a boca de novo.
— Ele é seu companheiro? — Ela fica chocada e Heaven-Leigh suspira, virando-se para olhá-la.
— Mia… — Ela suspira.
— E você não me contou? — Ela pergunta ofensivamente.
Um rosnado mortal escapa dos meus lábios e ambas viram a cabeça na minha direção.
— Calada! — Rosno e Heaven-Leigh rosna para mim.
— E que tal você calar a boca e sair daqui? — Ela retruca e um riso baixo escapa dos meus lábios.
— Você sabe que não posso fazer isso. Eu tenho coisas a fazer, bem, para fazer com alguém... e não posso fazer isso enquanto estou vinculado a você — Eu a encaro e um sorriso malicioso se insinua em seus lábios.
— Não consegue me tirar da sua cabeça? — Ela sorri maliciosamente e, frustrado, eu passo uma mão pelo meu cabelo.
— Estou prestes a resolver isso — Eu inclino a cabeça para ela e seu sorriso desvanece. Reparo em sua garganta se apertando enquanto ela engole em seco. Seu pescoço é tão longo, a pele parece tão suave e eu sinto o impulso de diminuir a distância entre nós e beijar seu pescoço.
Espera? O que? Eu não quero fazer isso. Eu amo a Emily.