C i n c o

1673 Words
PONTO DE VISTA DE HEAVEN-LEIGH Eu suspiro internamente enquanto puxo o edredom com todas as minhas forças, mas Mia está segurando-o firmemente contra ela, sobre ela e sob seu corpo pequeno. Se ao menos eu soubesse como ela tem tanta força enquanto está dormindo. — Maldição — Resmungo ao jogar fora o pedaço pequeno de edredom que estava em cima de mim, sentando-me e franzindo a testa para a forma adormecida de Mia. Ela tem sorte de que eu a ame, caso contrário, eu puxaria esse edredom com tanta força que ela poderia girar no ar antes de cair no chão frio. Enquanto me levanto, contorno a cama silenciosamente e vou ao banheiro, caminhando nas pontas dos pés enquanto cerro meus dentes. Por que os azulejos têm que ser tão frios? Eu nem consigo me lembrar de como chegamos na cama, a última coisa de que lembro é de ajudar Mia bêbada a subir as escadas, rindo e tropeçando como pessoas que estão aprendendo a andar novamente. Nossos pais definitivamente nos ouviram. Eu fecho a porta do banheiro e meus olhos se arregalaram ao me olhar no reflexo. Meu cabelo acobreado, emaranhado pelo meu colar, a máscara de cílios borrada ao redor dos meus olhos, quase me faz parecer com um maldito panda. Exceto que pandas são fofos, eu pareço... nada fofa. Pelo menos não estou de ressaca, só com uma leve dor de cabeça. Suspiro enquanto tiro meu vestido apertado, que subiu até os quadris. Sim, caímos no sono com as roupas da festa. Eu me sinto suada, suja e pegajosa. Me inclino para dentro do box do chuveiro, abrindo a torneira antes de me afastar rapidamente. Eu odeio a água fria, só lido com ela quando vamos à praia, mas até mesmo nossa piscina coberta é aquecida. Espero até que a água esteja morna, entro no chuveiro e um suspiro de prazer escapa dos meus lábios enquanto a água escorre sobre minha pele. A porta do banheiro se abre violentamente e eu me assusto, mas assim que limpo o vidro embaçado e o torno transparente, vejo Mia correr direto para o vaso sanitário. — Desculpa, mas eu preciso fazer xixi! — Ela grita com urgência e dou de ombros, isso não é nada novo. — Você sabe que está tudo bem — Eu dou uma risada enquanto coloco minha cabeça debaixo da água, meu cabelo acobreado parecendo mais escuro agora que está molhado, e eu uso o condicionador primeiro, meu cabelo está tão emaranhado que não dá só para lavá-lo. Ouço o barulho da descarga e um segundo depois, um grito agudo escapou dos lábios dela. — O que foi? — Pergunto, abrindo a porta do chuveiro e colocando a cabeça para fora, vendo-a encarando sua reflexão pelo espelho. — Olha para mim! — Ela se vira e eu mordo meu lábio ao ver sua aparência enquanto tento não rir. Seu batom está borrado, sua maquiagem está por toda parte e seu coque bagunçado está solto ao lado de sua cabeça. — Apenas tome um banho quando eu terminar, antes de sair do quarto — Dou de ombros e seus olhos se estreitam enquanto me olha. — Óbvio! E se o Derek me ver assim ou algo do tipo? — Ela resmunga e eu mordo meu lábio, sem vontade de contar a ela que sua maior paixão no mundo nos buscou na boate enquanto ela estava desmaiada no banco de trás, pelo menos ela não parecia assim. Ela gostava dele e ele gostava dela também, mas Derek está se guardando para sua companheira, embora isso não os impedisse de se beijarem de vez em quando. — Estou quase terminando — Dou de ombros e ela suspira, saindo do banheiro. Enxáguo o condicionador, lavo meu cabelo com xampu e enxáguo novamente antes de esfregar meu corpo com gel de banho de rosas e uma esponja. Enquanto lavo minhas pernas, a esponja sobe pelas minhas coxas e eu suspiro internamente. Que delícia. Olho para a porta do banheiro fechada e deixo a esponja cair no chão antes de deslizar meus dedos ensaboados entre minhas pernas. Não, pare, Heaven-Leigh, a Mia também quer tomar banho. Desligo rapidamente a água morna, deixando meu corpo aquecido embaixo da água fria, enxaguando todas as bolhas de sabão do meu corpo antes de sair. — Terminei! — Grito e franzo a testa ao ver que Mia não me responde, afinal, ela sempre tem algo a dizer. Estranho. Enrolei minha toalha ao redor do corpo antes de sair do banheiro na ponta dos pés, não querendo deixar pegadas molhadas por toda parte. Ao entrar no quarto, ela me encara. — O que foi? — Perguntei confusa. — Quem é Grayson? — Ela perguntou e eu congelo enquanto meu coração dói ao ouvir o nome dele, sentindo a raiva fervendo em minhas veias enquanto me lembro dele protegendo a outra. — Hum... por que?— Pergunto, realmente não querendo explicar. Então ela levanta meu celular no ar, sacudindo-o. — Ele disse para ligar de volta ou que ele viria aqui — Ela me informa e eu fecho os olhos com frustração enquanto minha raiva é alimentada, rapidamente se transformando em medo. Eu não queria que ele me rejeitasse, mas também parece que não posso mudar sua mente teimosa. — Quem é ele? Você nunca o mencionou antes — Ela me questiona, erguendo as sobrancelhas enquanto um sorriso puxa seus lábios e eu sei exatamente o que ela está pensando. — Porque eu o conheci ontem à noite e você estava bêbada demais para eu te contar sobre ele — Dou de ombros. — Na boate? — Ela pergunta enquanto vejo sua mente trabalhando. — Não, na reunião — Seus olhos se arregalaram enquanto um sorriso surge em seu rosto. — Ele é bonito? — Ela pergunta e eu quero chorar. Sim, além de fofo, ele era o homem mais bonito do mundo, mas está apaixonado por outra mulher. — Uh, sim — murmuro com o coração partido enquanto caminho até meu armário — Vá tomar banho — Eu digo a ela, mas minha voz sai um pouco rouca e ouço ela se levantar. — Leigh, o que houve? — ela pergunta enquanto se aproxima de mim. Por que ela simplesmente não pode me deixar em paz? — Você pode apenas ir tomar banho? — eu retruco e seus olhos se arregalaram de choque. — Uh... Vou tomar banho no meu quarto — ela murmura e eu percebo que meus olhos estão brilhando vermelhos, pois o medo está claro em seus olhos. — Mia, desculpe — Eu suspiro, esfregando a têmpora, e quando olho para cima, ela já saiu do quarto. Porra, eu sempre esqueço que ela é sensível. Visto uma calça jeans branca e uma blusa preta de alças finas que fazem meus s***s parecerem maiores do que são. Enquanto enfio meus pés nas pantufas felpudas pretas, franzo a testa quando alguém bate na minha porta. Vou apressadamente até lá e a abro. — Oi, Lily — Eu sorrio para uma das nossas empregadas. — Oi — Ela se curva. — Seu pai solicita sua presença no escritório dele — Ela sorri timidamente e eu assinto. Provavelmente querem falar sobre a reunião de ontem à noite. — Estou indo — Sorrio antes de caminhar até minha cama e colocar meu celular para carregar antes de subir as escadas para o escritório do meu pai. Eu bati na porta, mesmo que ele tenha me pedido para vir, já que uma vez ele ficou furioso porque estava em uma ligação importante e me disse para bater como todo mundo neste bando. — Entre — Ele grita e, quando entro no grande escritório branco, seus olhos encontraram os meus, com piedade e tristeza em seu rosto, minha mãe está sentada no sofá, com uma taça de vinho na mão e eu percebo como ela tenta não sorrir. Ela me enoja. — Oi — Dou um sorriso para o meu pai, mas nem ousei olhar para minha mãe de novo. — Grayson está a caminho — Meu pai vai direto ao ponto e posso sentir todo o sangue fugindo do meu rosto. — O que? — Eu pergunto com raiva. — Ele ligou — Minha mãe sorri e eu viro nos calcanhares — Eu não disse que você pode ir — Minha mãe grita e eu reviro os olhos, batendo a porta atrás de mim. Maldição, maldito! Corro pelas escadas em espiral, esbarrando em Mia no final com um prato de torradas com abacate. — Onde você está indo? — Ela pergunta enquanto me dirijo à porta da frente, abrindo-a, e me xingo internamente quando quase esbarro nele. — Eu estava prestes a bater — Ele murmura nervoso e posso sentir minha raiva aumentando enquanto seguro a porta com minha mão. — Tente de novo — Digo sarcasticamente enquanto fecho a porta em sua cara. — Que diabos, Heaven-Leigh? — Mia pergunta, confusa, enquanto eu me viro e nossos olhos se encontram. — Eu preciso sair — Murmuro, minha respiração incontrolável, pois sei por que ele está aqui. Ele quer que eu o rejeite, mas dane-se isso e dane-se ele. Mia olha ao redor, seus olhos indo para a cozinha, e acena com a cabeça naquela direção. — Vamos lá — Ela se vira nos calcanhares e eu a sigo enquanto ouço a batida na porta. — Você! Venha aqui! — Ela chama a atenção da empregada. — Diga a ele que saímos, entendeu? — Mia diz seriamente e a empregada assente antes de sairmos da cozinha enquanto ela me arrasta escada acima até meu quarto. — Este não é o melhor esconderijo, Mia — Eu suspiro ao fechar minha porta. — Mas se eles acharem que você fugiu, eles não virão procurar aqui agora, não é mesmo? — Ela sorri enquanto se senta na cama, comendo. — Suponho que não — Dou de ombros. Ela é esperta e provavelmente por isso sempre vou precisar dela, já que sempre me ajuda em meus problemas.
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