3|Querido, Eu Sou uma Sociopata

2201 Words
Sociopata - é classificado como um transtorno de personalidade que é caracterizado por um egocentrismo exacerbado, que leva a uma desconsideração em relação aos sentimentos e opiniões dos outros. Um sociopata não tem apego aos valores morais e é capaz de simular sentimentos, para conseguir manipular outras pessoas.   _____________________   | Astrid Young |   Manicômio Judicial, Danvers State Lunatic Asylum, Massachussetts (E.U.A)   Suspirou subindo os pequenos degraus que levavam á porta de entrada. Algumas enfermeiras sorriram simpaticamente para ele, os saudando. O moreno já havia marcado horário para visitar a paciente da ala isolada, e ao contrário dos dois presídios aonde já havia ido, o clima em Massachussetts estava frio, e ele não precisou limpar a testa com suor, ou arranjar algum folheto para se abanar. Estava á três dias na estrada, com seu carro, indo de presídio à presídio atrás de um sim. O Agente Carson, seu companheiro neste caso, achou isso uma idéia absurda, mas absurdo seria continuar de braços cruzados, deixando todos aqueles inocentes que um dia já foram criminosos morrerem sem que eles pudesse fazer nada. Os dois entraram no FBI na mesmo época (a dois anos ) e agora estavam juntos neste caso. Mas Declan não estava nem um pouco disposto a apelar pela ajuda de criminosas. Logan Blake estava comandando o caso do Serial Killer Justiceiro, e já que ninguém o apoiou na decisão de pedir ajudar a quatro criminosas, lá estava ele sozinho indo de estado a estado, de presídio a presídio convocando cada uma delas. E sim, Logan acreditava no potencial de cada uma, e tinha quase certeza de que seu plano daria certo. Ele nunca falhava em uma missão, e não falharia nessa.  – A sra Margarett, ficou de te atender, logo ela estará aqui – anunciou uma mulher fazendo um gesto, para que ele se sentasse em um pequeno banco – veio ver Astrid Young? – ele assentiu.  – Sim. Margarett vai demorar muito? – perguntou o mesmo.  – Vou chama-la – ele apenas assentiu e observou a mulher sumir pelo corredor. O celular tocou, e Logan se levantou do banco e caminhou para o lado de fora. Era Declan.  – Logan, você está aonde? Ainda está com essa idéia na cabeça? – Era só isso? – murmurou Logan se sentando no pequeno degrau.  – Temos mais um assassinato, precisamos de você aqui! – berrou Declan do outro lado da linha.  – Estou em Massachussetts e não, você não precisa de mim para ir analisar o local – dessa vez Logan disse duramente e pode ouvir Declan bufar.  – Acha mesmo isso certo? Você esqueceu que elas são pessoas perigosas para a sociedade?! E se a mídia descobre?! Aliás, eles vão descobrir e a gente vai falar o que? Que somos um bando de incompetentes e precisamos da ajuda de criminosas?    – Sim – deu os ombros, mesmo sabendo que Declan não podia ver. A porta de entrada se abriu, e dela saiu uma jovem, ajeitando o uniforme sobre o corpo, fechou a porta com cuidado para que não batesse e Logan olhou a hora em seu relógio de pulso já eram 16:00 da tarde, e ele ainda precisava ir ver Megan, então se levantou rapidamente e desligou o celular.  – Por favor, – ele chamou a garota que caminhava para a saída e ela se virou – sei já está indo embora, mas será que poderia chamar a senhora Margarett para mim? Estou esperando já a algum tempo – a jovem negou, analisando cada traço dos rosto de Logan.  – Me desculpe, mas já estou indo, pergunte para alguém lá dentro – deu as costas.  – Estou com muita pressa, e creio que todos lá dentro, estão muito ocupados – insistiu Logan.  – Você veio ver quem? – perguntou a jovem dos cílios grandes, e Logan pode perceber que ela piscava milhares de vezes, como se alguma coisa incomodasse seu olho, mas ela parecia confortável.  – Astrid Young, da ala isolada – por um momento ela sorriu – conhece? –  – Sim, eu sempre estou nessa ala, mas a partir de hoje, não vou mais lá – comentou ela com uma ponta de pressa nas palavras.  – Me leve até a ala isolada, e ai pode ir pra casa. Eu sou o agente especial Logan Blake, e é muito importante – disse ele mostrando a ela seu distintivo á jovem dos olhos mais verdes que ele já havia visto antes.  – Que legal! Você é um agente! – disse ela animando-se, como isso fosse a coisa mais legal do mundo e Logan Blake arqueou a sobrancelha – Mas eu realmente tenho que ir embora, estou com pressa assim como você e se não me soltar, vai acabar com meus planos que fiz para este fim de tarde – ela acenou como despedia e deu novamente as costas.  – Como se chama? – Logan a segurou e a mesma sorriu fechado.  – Por que você não inventa um nome que mais combina comigo? – sorriu maligna, tirando a mão dele de seu braço, porém Logan Blake a segurou firme.  – Astrid Young – pronunciou e a garota arqueou a sobrancelha tentando se soltar das mãos dele. A porta se abriu bruscamente, a haviam enfermeiros com seringas na mão, vindo em direção a eles. Logo atrás, a moça que havia ido chamar Margarett, dizendo – vão logo e levem-na para a sala de castigo. * Se debateu nos braços do agente, porém ele era forte de demais, e a segurou fortemente. Merda, merda, merda, merda! Estava quase livre. Só mais alguns passos e estaria livre novamente. Sala de castigo, Sala do Inferno, Purgatório, Sala de castigo Era só o que se passava em sua mente agora, graças ao homem de terno preto bonitão que chamara sua atenção justamente na hora em que ela ia fugir para bem longe.  – Não, não, não, não, NÃO! – berrou ela quando sentiu a agulha da seringa entrar em contato com sua veia no antebraço e injetar um liquido que ela conhecia bem.  – Desculpe Agente Blake, mas não poderá vê-la hoje – disse um dos enfermeiros barrando a passagem de Logan para dentro da sala, aonde Astrid agora era levada quase sem sentidos.  – O que?! Como assim! Eu marquei horário! Isso é importante, eu tenho que falar com Astrid Young! – Logan protestou mas o enfermeiro negou.  – Não poderá – disse serenamente e Logan bufou.  – Eu tenho autoridade suficiente para fazer você sair da minha frente – Astrid ouviu o moreno dizer enquanto as outras enfermeiras a amarravam na cama e a garota dos cabelos acobreados não pode fazer nada, senão apenas deixar e descansar a cabeça no travesseiro encarando o teto branco, sentindo todos os membros de seu corpo perderem os movimentos. Seja lá o que o moreno queria com ela, teria de ser muito importante. Astrid nunca o perdoaria por ser tão bonito e por ter acabado com seus planos.  – Astrid Young? – ouviu seu nome sair dos lábios dele e apenas moveu a cabeça confirmando – eu sou o Agente Especial Logan Blake – disse o moreno num tom razoável, encostando a porta, e em seguida, se sentou na beirada da cama. Astrid suava frio, e seu corpo tremia reagindo ao medicamente que a faria dormir em pouco tempo. Mas ela já estava acostumada com Alphazolam em sua veia. Era quase sempre. Jogo sujo.  – Como soube que era eu? – perguntou ela num tom quase inaudível.  – Garotas da sua idade não são chamadas de Senhora Margarett – Logan respondeu com total convicção, apontando para o crachá no avental que Astrid usava – esqueceu de retirar o crachá – comentou para ela e a mesma suspirou.  – Poderia ser qualquer uma doida – murmurou.  – Eu pesquisei sobre Sociopatas – comentou Logan – Sociopatas, simulam sentimentos, e quando eu falei com você de primeira, você não deu muita atenção, depois que eu disse sobre ser um Agente do FBI, você quase deu uma festa de tanta empolgação e para finalizar a sua Habilidade em fuga, garotas da sua idade que trabalham em clinicas, são voluntárias e voluntários, não podem frequentar áreas isoladas, e você me disse que ia lá todo dia, realmente Astrid, se quiser um dia fugir, saiba pelo menos mentir direito – debochou da garota que revirou os olhos violentamente para ele. Os músculos da coxa se contraíram e ela gritou de dor, fazendo Logan morder o maxilar sem saber o que fazer. Os olhos da garota de reviraram enquanto a mesma gritava e Logan pode ver as veias do pescoço dela saltarem para fora.  – Vou chamar um enfermeiro – disse ele se levantando da cama.  – NÃO! – disse a mesma – por favor não chama – chorou mesma e Logan voltou a se sentar na beirada da cama – só me solta, por favor, eles estão aqui, DEUS! por favor, me solta – Logan assentiu horrorizado desamarrando as mãos e pés de Astrid que suspirou se sentando na cama, abraçando os joelhos.  – Por favor, eu não aguento mais – choramingou ela – eles não param de tagarelar no meu ouvido, eles são horríveis – soluçou enquanto Logan enchia um copo de água para entregar a ela. Porém Astrid tremia, e a água que havia dentro do pequeno copo de plástico, agora fora parar na roupa da mesma que chorou desesperada tampando os ouvidos.  – Astrid, não há ninguém aqui. Só eu e você – disse o moreno se aproximando da mesma e levando sua mão ao rosto dela, colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha da mesma, porém num movimento brusco e inesperadamente, Logan Blake foi levado para o chão com facilidade, e gravata bem alinhada sobre a camisa, agora estava enrolada sob o pescoço e a única coisa que o mesmo ouviu, foi a gargalhada maligna de Astrid no quarto.  – Eu pesquisei sobre Sociopatas – disse a mesma imitando a voz dele, e o mesmo se debateu debaixo dela, mas não havia nada que Logan pudesse fazer – Você acha mesmo que sabe sobre alguma coisa Agente Blake? – divagou Astrid gargalhando – acha mesmo que sabe o que é ser um Sociopata? – a mesma passou as pontas dos dedos pelo rosto do mesmo e gargalhou novamente – sinto muito em lhe informar, mas você pesquisou no lugar e errado – puxou a gravata apertando cada vez mais o pescoço do moreno que agora começara a ficar roxo – Lição 1: você não deve acreditar em nada que um sociopata falar ou demonstrar. Lição 2: quando mais você achar que sabe sobre alguma coisa, é porquê você literalmente não sabe de nada e Lição 3: Baby eu sou uma Sociopata, e você deveria me deixar bem trancada aqui dentro ou vou acabar te matando – sorriu cinicamente saindo de cima do moreno que respirou o mais profundo que conseguiu puxando todo o ar para dentro de seus pulmões enquanto Astrid se aproximava da porta para voltar para o quarto, porém deu meia volta assim que Logan Blake proferiu:  – Vim te tirar daqui – disse ele ainda recuperando.  – Que lindo ele! Veio me tirar daqui como se eu não soubesse sair sozinha – ironizou dessa vez caminhando até ele e apertando sua bochechas, mas Logan foi mais rápido e com uma algema, a prendeu na perna da cama fazendo a garota dos olhos verdes rosnar irritada.  – Mas que droga! – disse a mesma dando uma rasteira em Logan, que novamente caiu no chão, dessa vez batendo a boca no chão.  – Tenho uma proposta – disse o moreno se levantando limpando a boca que sangrava por causa do impacto que havia tido com o chão – se cumprir a tarefa que tenho para você, será livre e sua ficha criminal será limpa, se falhar, morre – Astrid revirou os olhos.  – Não posso cumprir nenhuma tarefa presa nessa cama – murmurou.  – Precisa dizer que aceita e prometer que não vai me atacar, caso contrário, terei que revidar – ela revirou os olhos.  – Desde quando o FBI convoca criminosos para resolver casos? – Astrid debochou.  – Desde o dia que eu descobri que se vocês morrerem, ninguém vai ligar – deu os ombros e Astrid novamente rosnou furiosa.  – Então se eu conseguir, minha fixa criminal será limpa, e eu vou poder sujar ela de novo matando você? – sorriu malignamente.  – Digamos seja mais ou menos isso – respondeu Logan.  – Por que mais ou menos? –  – Porque me matar não é uma tarefa tão simples assim – cruzou os braços e Astrid assentiu ironicamente.  – Eu aceito. Pode me soltar agora – disse dessa vez séria, e Logan retirou do bolso as chaves, em seguida, se aproximou receoso, porém girou a chave na algema e a soltou.  – Nos vemos na sede do FBI – estendeu a mão para ela, porém teve o rosto acertado com um soco.  – i****a, vamos ver se é realmente tão difícil matar você – sussurrou Astrid para o mesmo e deu as costas – até logo Bonitão – lançou uma piscadela e sumiu pelo corredor branco.
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