7ª part

1492 Words
47... Após efetuar o disparo e ter observado com calma o caminho seguido por elas, deixei o posto e cuidei de desmontar a arma antes de seguir com a missão que estava nas minhas mãos. Com seus movimentos sendo indicados pela tela do meu celular, não havia motivos para me apressar, poderia seguir tranquilamente enquanto cuidava de priorizar uma nova estratégia. O mini chip de rastreamento encorporado ao projétil que atingiu a agente que vinha me causando leves problemas, me dava essa vantagem. Apesar do atraso obtido até o momento, em pouco tempo estaria abraçando a conclusão daquilo que foi confiado a mim. Não havia muito mais com o que me preocupar a essa alturo do jogo disputado, havia vencido a partida. Jogando a bolsa sobre o ombro, a passos calmos desci as escadas principais até alcancar o térreo novamente. Meu carro se encontrava estacionado na esquina ao final daquela quadra, não estava longe, da mesma forma que o prédio demarcado pelo ponto vermelho na tela do aparelho em minhas mãos. Para quem buscava me despistar, não haviam dirigido por quilômetros o suficiente. No entanto, entendia que o local de parada poderia ser um ponto de extração. Por esse motivo em especial, reconsiderei a ideia de seguir na tranquilidade e aumentei minha velocidade. Fazendo do percurso uma rápida trilha de treinamento, optei por deixar o carro a uma distância razoável. Não muito perto para não chamar a atenção, tão pouco longe demais, para não perder tempo em minha retirada quando tudo estivesse feito. Exibindo a seriedade de sempre e uma postura formal, adentrei o prédio sem me direcionar a nenhum dos presentes. Quanto menos contato ocorresse, mais fácil seria para dar fim a encomenda pedida. Problemas seriam evitados se não ocorresse vítimas civis, os holofotes se manteriam restritos, fora do alcance de nomes importantes. Foi pra isso que me contrataram, para manter toda uma discrição do começo ao fim. - Acredita mesmo que foi ele quem disse aquilo? - Claro que não, acho isso improvável - me manter ligada a tudo o que se passava ao meu redor, fazia parte do trabalho. Mas nem tudo deveria ser guardado como algo importante, ao menos não esse diálogo entre duas adolescentes que não sabem o significado da vida - Funcionária nova? - a questão havia sido direcionada a mim, assim como ambos os olhares. Uma resposta precisava ser dita, elas esperavam por isso da mesma forma que eu esperava pela a******a daquelas portas no andar correspondente. - Não exatamente, vim buscar alguém - sendo a simples verdade, as garotas se limitaram a assentir enquanto sorriam ao deixar o espaço junto a mim. As vezes a coincidência pode ser constrangedora, em muitos casos, até mesmo assassina. - Tenha um bom dia, e boa sorte com o que veio fazer - deixando todo o silêncio para amiga, novamente a jovem me direcionou a palavra. Não possuindo o interesse em prolongar aquela curta troca de informações, assentir foi tudo o que fiz enquanto as observava se distanciar durante uma nova onda de fofocas juvenis. Havia encontrado o local e o ponto exato onde meu alvo se mantinha "guardado", mas querendo evitar toda uma cena desnecessária, achei prudente deixar que o corredor voltasse ao seu deserto comum antes de tomar frente a ação programada. Durante a minha curta observação, não parecia que muita coisa havia sido excladecida. Mas ter conseguido captar, mesmo que distante, a conclusão da jovem morena. Foi o que me fez agir um pouco mais rápido, pois esperar não era mais uma opção. Dessa forma, tomando em minhas mãos uma pistola 9mm adaptada com silenciador, mative a postura formal e anunciei a minha presença. - Quem é? - não era o correto a se fazer em uma missão de alto risco, mas se ela decidiu por fazê-lo, deveria mesmo estar a espera de alguém. Talvez o seu contato, ou até mesmo os seus contratantes. E para manter a minha posição, deixei limpa a visão do olho mágico e me pus ao lado do batente da porta. - Serviço de quarto - de modo simples, anunciei a espera do próximo passo. Minha mão se encontrava para trás, mas minha agilidade cuidou de toda a situação assim que a maçaneta girou. Notando a movimentação do outro lado, tomei a frente daquela porta e efetuei dois disparos ao tê-la de peito aberto a minha frente. Seu semblante era de pura surpresa, e por um minuto me perguntei o porquê. No entanto, não era nada com o que devesse me incomodar. E assim como a própria, o alicerce recebido pela jovem me chamou a atenção. O sofá a poucos passos de distância foi o seu abrigo para aquele momento, mas não deveria se preocupar com tão pouco, não sobreviveria para contar uma nova história. - Não vai querer saber quem me contratou, ou o porquê? - a sua jogada era clara, estava tentando ganhar tempo. Porém, mesmo que as respostas para tais questões não estivessem sob o meu conhecimento, não iria me iludir tentando conseguí-las em um interrogatório destinado ao fracasso. Seu treinamento a impediria de me dizer qualquer coisa que fosse ser considerado como uma informação útil. - Ainda não sei bem o porquê, mas estou ciente de quem te contratou. Porém, deveria saber que estava destinado a fracassar quando tal missão caiu sob os meus ombros - nada mais ela disse, não teve tempo para pensar na frase desejada. Da mesma forma em que o sorriso brincou em seus lábios durante o meu ultimato, ele não demorou para deixá-lo no momento em que um terceiro disparo cortou o seu pescoço. Com mais aquela morte em minha lista pessoal, não sabia dizer com exatidão quantas se ligavam aos rivais ou aos antigos colegas de organização. Mas acarretava um número elevado para alvos eliminados com sucesso, mesmo que as interferências sejam quase sempre a altura. Dessa vez não era muito diferente, porém o final já se encontrava escrito. A garota deveria seguir comigo, pois o verdadeiro foco da missão iria depender exclusivamente dela. Com isso em mente, abaixei a arma e levei minha mão até o seu pulso. No entanto, ela não parecia estar disposta a facilitar as coisas para mim. Em resumo ainda mais básico, ela estava com medo. - Fica longe de mim - se desviando do meu toque, pulou para trás do sofá e se afastou. Não sabia dizer o que se passava em sua mente, mas com certeza a razão não lhe pertencia. Buscando revezar o meu olhar entre a jovem a minha frente e o corpo desfalecido da agente a apenas um passo de distância, não pude deixar de reparar no quanto a luz interna do relógio, antes no pulso da agente, agora em sua mão, não parava de piscar. Um alerta havia sido acionado, a cada segundo que se passava, menos o tempo me favorecia. Entrar no jogo proposto por ela não deveria ser algo a se considerar, deixar aquele prédio se tornava a minha nova missão. E mesmo que pudesse ser um desejo interno meu deixá-la aqui da forma que a mesma deseja, ela teria de me acompanhar querendo ou não. Entendendo toda a extensão do problema que vinha se formando ao meu redor, novamente voltei a tentar tomar posse do seu braço, e uma vez mais ela se afastou. Sua insistência em não colaborar estava começando a me deixar incomodada, algo que poucas vezes acontecia. O trabalho poderia se tornar menos produtivo se suas ações não estivessem a meu favor, então uma decisão precisava ser tomada. Com isso, voltei a erguer minha arma e me aproximei até tê-la pressionada pela segunda parede. Sua respiração se encontrava afobada, seu olhar perdido sobre o objeto que preenchia minha mão. Sabia o que ela esperava, mas tudo o que fiz foi abrigá-la em meus braços logo depois de a desmaiar com uma coronhada no alto da cabeça. Seria a única maneira de sair daquele lugar antes de ser cercada por aqueles que a queriam tanto quanto eu. Mas os nossos motivos se encontravam muito longe um do outro, a nossa busca era diferente. O destino da jovem em meu colo se encontrava dividido em duas pontes, onde apenas uma iria garantir a sua segurança. Onde com a minha ajuda, um futuro poderia ser escrito. Mayla Ziebzig Stein, filha do grande Dr Aaron Stein. O homem era uma lenda, sua primogênita a única capaz de herdar tamanho fardo. Mas nada é tão simples quanto parece ser, e isso é algo com o qual já me acostumei. No entanto, há coisas que nem mesmo eu estou preparada para enfrentar. O que está por vir não deve ser levado como uma simples ocorrência, não deve ser ignorado, não deve ser alcançado. E temendo tudo o que pode se tornar uma consequência irremediável, eles me contrataram. Para impedir uma crise entre nações, estou proibida de aceitar a falha como um desfecho para as minhas ações nesta complicada missão.
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